Criar uma carta desportiva municipal e um plano de acção para o desenvolvimento desportivo, são os objectivos a médio prazo, do pelouro do desporto do município de Mirandela.
O processo já está em andamento com a realização de uma série de fóruns muito participados pelos atletas e dirigentes, que já deram para traçar um primeiro diagnóstico.
Os mirandelenses ainda desconhecem a riqueza da actividade desportiva existente no concelho, pelo que não a partilham nem usufruem dela. É uma das conclusões dos fóruns já realizados pelo pelouro do Desporto na Câmara Municipal de Mirandela que assume neste momento um processo de reestruturação e reorganização que pretende, a médio prazo, criar um Serviço Municipal que, de forma estruturada, assuma a gestão de todo o fenómeno desportivo municipal.
“Não podemos ter um evento realizado num fim-de-semana sobre o qual o Mirandelense não tem conhecimento para participar. Se calhar muitos dos mirandelenses não sabem como participar no CTM” ou nos outros clubes. “E depois tem de haver racionalidade.”
Perante este diagnóstico, António Branco, vice-presidente da autarquia e agora o titular da pasta do desporto, não tem dúvidas da necessidade de criar uma carta desportiva municipal para regular o sector e para que a população se reveja nas modalidades existentes.
“O que pretendemos é criar uma carta desportiva e implementar modalidades que não precisam de diagnóstico. Temos um rio e não temos quase uma modalidade. Só temos o jet ski e este ano vamos ter um piloto da cidade no campeonato da Europa.”
A autarquia gasta anualmente mais de um milhão de euros em subsídios directos às associações desportivas e com esta reorganização pretende-se analisar qual o retorno e criar um sistema de avaliação.
A Escola Básica 2/3 Luciano Cordeiro de Mirandela já entregou à Direcção Regional de Educação do Norte o relatório do inquérito interno que foi levantado ao desaparecimento de Leandro, o aluno que há uma semana se atirou ao rio Tua.
No entanto, o Ministério da Educação entende que “não é totalmente conclusivo” e por isso já enviou um elemento da Inspecção Geral de Educação para o estabelecimento de ensino a fim de “recolher mais elementos”. Segundo a agência Lusa, a Ministra da Educação, Isabel Alçada, quer ter “uma conclusão segura" e por isso, no estabelecimento de ensino já se encontra um inspector da Inspecção Geral da Educação a recolher mais elementos, que permitam “uma clarificação total do que se passou”.
A par do inquérito interno da escola está também em curso um inquérito judicial a cargo do Ministério Publico, que delegou na PSP a condução do processo.
Armando Leandro entende que tudo falhou neste caso porque não existe em Portugal uma cuiltura de tolerância e respeito e porque há uma deficiente cultura de prevenção primária».
O presidente da Comissão Nacional de Crianças e Jovens em Risco confirmou que a criança que se terá atirado ao rio Tua e que estaria a ser vítima de bullying não estava sinalizada pela comissão regional.
Comentando este caso «extremo» e «dramático», Armando Leandro entende que este obriga a uma reflexão de país, escolas e autoridade e frisou que a prevenção deve ser a prioridade e que tudo falhou neste caso porque não temos cultura de tolerância e de respeito.
«Dificulta sobretudo haver uma deficiente cultura de prevenção primária. As comissões de protecção têm procurado aplicar essa cultura. Não está ainda generalizada. Há muito ainda a fazer nesse aspecto para avaliar estes fenómenos, os factores de risco e protecção», admitiu.
Armando Leandro, que admite a hipótese de mais crianças sofrerem de bullying, insistiu ainda que este «fenómeno precisa cada vez mais aprofundada e esta situação muito trágica torna ainda mais viva essa necessidade».
«A prevenção não atinge tudo e sobretudo se a prevenção não for suficientemente aprofundada muitas outras situações de perigo se verificam», explicou.
Armando Leandro, que reconhece a possibilidade de «mais crianças sofrerem deste problema», pediu ainda que pais e escolas têm de estar atentas a eventuais sinais dados pelas crianças.
O procurador-geral da república afirmou, ontem, ao JN, que entende "necessária uma legislação própria" ao fenómeno do bullying. Pinto Monteiro adianta, que se trata de algo que "sempre o preocupou" mas que "a preocupação não teve grande acolhimento na altura". Segundo o gabinete do PGR, "a violência escolar não tinha, no Ministério Público, tratamento autónomo e diferenciado de todos os outros tipos de violência, o que só acontece recentemente". Daí a "dificuldades acrescida" em discriminar o número de casos. Porém, há dois anos, houve 160 inquéritos por violência escolar, "admitindo-se que o número seja maior, já que alguns não constam do sistema informático".
Fronteira frágil
"Legalmente, os limites estão definidos mas, na prática, é muito difícil estabelecer fronteiras", disse, ao JN, fonte do programa Escola Segura. De acordo com as normas estabelecidas pela parceria entre os ministério da Educação e da Administração Interna aquando da criação da Escola Segura, que envolve todas as forças de segurança, dentro dos muros da escola, "manda o conselho executivo". Contudo, numa faixa de 50 metros à volta do recinto escolar, extra-muros, os responsáveis pela instituição e as forças de segurança partilham responsabilidades.
Comunicação de anomalias
"Nestes 50 metros, a direcção pode e deve comunicar aos pais e autoridades qualquer anomalia mas não pode, por exemplo, mover um processo disciplinar aos alunos ou aplicar castigos", referiu a mesma fonte. "Dentro da escola não há dúvidas sobre quem tem a responsabilidade. O problema é nos 50 metros exteriores, onde a escola tem que informar as autoridades e as forças de segurança têm que actuar", frisou o responsável pela Escola Segura. O problema frequente colocado aos agentes da Escola Segura é a saída do recinto escolar nos intervalos ou antes do final das aulas. "Os pais têm que autorizar a saída e cabe aos porteiros verificar, uma por uma, a autorização de cada estudante". No caso da EB 2,3 Luciano Cordeiro, onde um aluno saiu do recinto escolar, seguido por amigos, o responsável não tem dúvidas: "Legalmente, a direcção pode mover um processo disciplinar aos funcionários responsáveis pelas entradas e saídas do estabelecimento. Também os pais dos estudantes podem, juridicamente, apurar responsabilidades junto da escola".
A água, a gestão que fazemos deste recurso natural e as barragens são temas que dominam o primeiro festival ibérico de imagens, chamado de “Cine H2O”, que irá decorrer em Mirandela, nos dias 13, 14 e 15 de Novembro.
Este Festival visa divulgar as obras cinematográficas e televisivas relacionadas com os rios e os recursos hídricos em geral. O destaque vai para o premiado documentário “Pare, Escute e Olhe”, da autoria de Jorge Pelicano, que aborda uma das problemáticas que é cara a Mirandela e a toda a Terra Quente: a da construção da barragem de Foz Tua e consequente submersão daquele vale e da linha férrea.
13 de Novembro
“Cine H2O” abre oficialmente no dia 13 de Novembro, às 21h00, com o documentário espanhol “En Nombre del Interesse General”, uma obra que fala dos “interesses privados” em nome do “interesse geral”.
“Continuam a propor-se grandes obras hidráulicas, barragens e transvases que destroem comunidades locais e representam barbaridades ecológicas, económicas e sociais para as regiões e países”, lê-se na sinopse.
O documentário aborda ainda o nascimento da associação Coordenadora de Afectados pelos Grandes Barragens e Transvases (COAGRET) nos Pirenéus, uma associação que juntou académicos, ecologistas e camponeses daquela região e que hoje assume uma luta internacional pela defesa dos rios e dos interesses das populações.
Para as 21h30 está marcada a abertura oficial que contará com a presença de José Silvano, presidente da autarquia de Mirandela, e dos alcaides espanhóis de Sanábria e Ribadelago.
Ainda no dia 13 de Novembro, às 22h00, é apresentado o documentário de Luís Navas sobre a catástrofe junto ao conhecido lago da Puebla de Sanábria.
Intitulado “Catástrofe em Ribadelago 1959-2009”, este é um documentário duro sobre o dia em que as águas da barragem de Vega de Tera, próxima do rio Tera e do Lago de Sanábria, rebentaram e arrasaram a aldeia de Ribadelago. Em 14 intermináveis minutos centenas de pessoas morreram afogadas mas apenas 28 cadáveres seriam resgatados.
14 de Novembro
Mas porque a sensibilização para a protecção dos rios se faz mais do que com imagens, a organização do Cine H2O promove, no dia 14, sábado, uma viagem pela Linha do Tua e uma descida em canoa do mesmo rio. O almoço será no Cachão e o regresso novamente em comboio. Durante a tarde serão projectadas curtas e médias metragens.
É também neste dia, às 17h00, que é exibido o documentário “Pare, Escute e Olhe”, vencedor de seis prémios em dois festivais (Doc Lisboa e Cine Eco 2009). Este será mesmo o grande momento de todo o Festival. Em cena é colocada uma obra que dá conta das consequências do abandono da linha férrea para as populações transmontanas, destacando o despovoamento e a desertificação.
“É uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzido pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessas incumpridas dos que juraram defender a terra”, explicou Jorge Pelicano, autor do filme.
“Margens” é o documentário que encerra a noite do Cine H2O. Da autoria de Pedro Sena Nunes, este é mais um filme, mais uma imagem do vale do Tua numa abordagem diferente. A inauguração de uma ponte que liga as duas margens do rio é momento de celebração e “representação”.
“A classe política estratificada, comandada pelo senhor presidente que “sacava” os fundos europeus para obras, a banda de música, a igreja, o povo de ambas partes” são o cenário para uma reflexão antropológica do rio na vida das comunidades humanas que o envolvem.
Depois da sessão, o convite é para uma noite temática no “Belha Bar”, no centro de Mirandela.
15 de Novembro
“Vilarinho das Furnas”, de António Campos, abre a manhã de 15 de Novembro do Cine H2O. O documentário retrata uma aldeia perdida no sopé da Serra Amarela, com vista para o Gerês, onde só uma estrada romana a ligava ao mundo e que acabou “afogada” por uma barragem que a população hesitou contestar.
A manhã será preenchida ainda com um conjunto de reportagens televisivas: “Regresso a Alqueva”; “O Feitiço da Luz”; “Palhota: Aldeia Avieira”; “A mão que agrava as cheias”; “Projecto Rios”; “Percurso Alviela”; e, por fim, “Alviela”.
Ao longo da tarde serão ainda projectadas curtas e médias metragens, a anunciar pela organização.
No encerramento do Festival deverá ainda ser anunciada a sua segunda edição. Neste dia será ainda realizada uma reunião da Rede Nova Cultura da Água para a Bacia do Douro e outras bacias hidrográficas no Norte de Portugal.
Ontem, 11 de Agosto, durante a madrugada, um lamentável incêndio, com causas ainda por apurar, devastou duas carruagens Napolitanas, e parte do armazém de mercadorias, na estação do Tua. Algumas fotografias podem ser vistas no site do MCLT.
As carruagens Napolitanas, construídas em 1931 nas Oficinas Meridionais Ferroviárias de Nápoles – de onde o seu apelido – eram o estado da arte em matéria ferroviária à época, e assim perdurou durante décadas, por mérito próprio, e por comparação com escolhas desadequadas da parte da CP, que manteve um penoso anacronismo nas Vias Estreitas, com material circulante do princípio do século ou mais recente, mas todos com baixos níveis de performance e conforto. Estas carruagens serviram principalmente nas Linhas da PPF - Porto à Póvoa e Famalicão, e do Tua, sendo que a última composição que marcou de forma oficial o fim da Linha de Guimarães como Via Estreita foi formada por algumas destas carruagens. Foram ainda do último material circulante que chegou à estação de Bragança, celebrizando-se nas imagens captadas pela RTP na Noite do Roubo, enquanto içadas pela calada da noite para camiões.
O Partido Ecologista "Os Verdes" vai tornar público, hoje, o parecer que entregou no quadro de consulta pública da barragem do Tua.
A cidade de Bragança, como capital de distrito, foi escolhida para esta conferência do Tua. Desta forma, "Os Verdes" querem também demonstrar que consideram que o possível encerramento da Linha do Tua e os impactos da construção de uma barragem dizem respeito, não só aos concelhos ribeirinhos do Tua, mas a todo o distrito e a toda a região transmontana, pelas "futuras implicações profundas que terão no seu desenvolvimento futuro".
Na conferência estará Manuela Cunha, da comissão executiva do PEV, e Cláudia Madeira, candidata pelos "Verdes" ao Parlamento Europeu nas listas da CDU.
O deputado bloquista Francisco Louçã esteve, neste fim-de-semana, no distrito de Bragança, para descer o rio Tua em canoa, como forma de protesto contra a construção de uma barragem naquele local.
O deputado Francisco Louça vai estar no distrito de Bragança, no próximo sábado, dia 18 de Abril. Francisco Louça vai participar no I Festival de Canoagem da Terra Quente e descer em “raft” pelo rio Tua até às termas de São Lourenço, em Carrazeda de Ansiães. O deputado pretende assim mostrar a sua indignação contra a construção da barragem do Tua e mostrar que o rio e a região terão mais benefícios se aproveitarem a natureza do vale para potencializar o turismo e os desportos de natureza.
Esta participação do deputado no Festival terá inicio às 8h30 na Estação de Caminhos de Ferro de Mirandela e começará a descida pelo rio tua às 10h, na Sobreira, freguesia de Candedo, chegando às Termas de São Lourenço por volta do 12h.
Francisco Louça estará em Carrazeda de Ansiães às 13h, para um almoço com aderentes e simpatizantes do Bloco de Esquerda, no Restaurante Avenida na Rua Luís Vaz de Camões, no centro da Vila.