A freguesia de Salsas, em Bragança, tem, neste momento, uma nova valência de apoio a idosos. O Centro Social e Paroquial local inaugurou o Lar de S. Roque, uma infra-estrutura que irá dar resposta a 27 utentes.
O novo espaço abrirá no final deste mês de Setembro, mas já tem uma lista de espera a ultrapassar a meia centena, uma situação que justifica, na opinião do P. Estevinho Pires, presidente do Centro Social e Paroquial, a “necessidade” deste tipo de assistência. Não são apenas os idosos que irão “lucrar” com este novo equipamento, mas também os jovens que precisem de emprego. É que este espaço irá englobar, além dos já ocupados nove postos de trabalho, mais 12 elementos. Neste momento, a equipa do Centro Social e Paroquial está a proceder à “contratação de pessoal” para as áreas de “auxiliares de serviços gerais”, frisou o P. Estevinho Pires.
A presença deste equipamento foi, para o pároco, uma “prioridade” face ao elevado número de idosos residentes, bem como à emigração, o que lhes retira qualquer “retaguarda e apoio familiar”. Neste âmbito, o Lar de S. Roque poderá acolher utentes a partir do final do mês de Setembro. “Já funciona a cozinha e a lavandaria, falta apenas mobilar uma parte do edifício”, sustentou o P. Estevinho Pires.
Com uma lista de espera com 55 pessoas, o Lar de S. Roque, inaugurado pelo Bispo de Bragança-Miranda, D. António Montes Moreira, custou cerca de 500 mil euros, um valor que determinou a “morosidade” de toda a construção. Iniciada em 2006, apenas quatro anos depois é que o Lar vai abrir portas, devido às “dificuldades de financiamento”.
“Só fomos avançando conforme o dinheiro que tínhamos”, realçou o responsável do Centro. Para erguer o edifício, o Centro Social e Paroquial contou com o “apoio da população” e com algumas ajudas de entidades. A autarquia de Bragança auxiliou com 30 mil euros, ao que se juntaram os apoios do Santuário de Fátima, da Junta de Freguesia e da “gestão corrente” feita ao longo deste tempo. De comparticipação europeia também vieram cerca de 80 mil euros para mobiliário, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Regional.
“O Lar encontra-se no espaço da antiga linha de Salsas e tivemos dificuldades em conseguir subsídios, porque, por falta de dinheiro, não tínhamos o título de propriedade do terreno”, sublinhou o P. Estevinho Pires. De salientar que a REFER cedeu o direito de superfície por 25 anos. A mensalidade para os futuros residentes será a “estipulada por lei”, ou seja, entre os 500 e os 600 euros. No entanto, a inexistência de acordos de cooperação com a Segurança Social poderá ser uma fonte de prejuízo para a direcção do Lar.
“Se houvesse acordos era ouro sobre azul, porque um idoso numa casa destas representa uma despesa de mais de mil euros”, o que poderá significar um saldo negativo de 60 mil euros no final do ano. Para a directora do Centro Distrital de Segurança Social, Teresa Barreira, a “dificuldade é orçamental”. “Este tipo de resposta social não tem sido prioritária nos anteriores orçamentos. Teremos que gerir com parcimónia e bom senso o que tivermos para ver se há possibilidade para se celebrar um acordo.”
Já o autarca Jorge Nunes salientou que o Lar é uma “mais-valia que resultou da congregação de esforços e vontades para tornar o amanhã de todos melhor e com mais qualidade”. Também D. António Montes Moreira frisou o “trabalho em conjunto”, esperando uma continuidade destes “esforços”. “Apesar das dificuldades económicas, faz parte da missão da Igreja avançar com estes projectos.”
Fonte: Mensageiro Notícias
Foto com Direitos Reservados cedida pelo Centro Social e Paroquial de São Roque, Salsas