Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
12 de Março de 2010

O director da Escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, onde era aluno o rapaz de 12 anos que se atirou ao rio Tua, por alegadamente ser vítima de bullying, vai ser ouvido pelo inspector da Educação que está a elaborar um novo relatório sobre o que se passou no dia 2 de Março.

Depois de o Ministério da Educação ter considerado inconclusivo o relatório ao caso feito pela escola, a Inspecção-Geral da Educação foi chamada ao terreno.

Há dois dias que um inspector se encontra no estabelecimento, tendo instruções do ministério para ouvir o presidente da Direcção cão Executiva da escola, José Carlos Moreira da Silva Azevedo, e dos restantes quatro membros do executivo.

O inspector vai também ouvir os pais de Leandro, que foram ignorados no inquérito elaborado pela direcção da escola e que dizem ter alertado o estabelecimento para as agressões ao filho por parte de outros alunos.

A ministra da Educação, Isabel Alçada, terá dado instruções rigorosas para que seja apurada toda a verdade sobre o caso, querendo sobretudo resposta a duas questões ainda por esclarecer: se existiam agressões a Leandro ou outros alunos na escola, porque é que nunca foram reportadas pela direcção da Luciano Cordeiro ao ministério ou à Comissão de Protecção de Menores de Mirandela. E como é que foi possível que Leandro e outros alunos tivessem saído da escola no horário das aulas quando não estavam autorizados pelos pais a fazê-lo.

A ministra Isabel Alçada terá apontado o prazo de meados da próxima semana como a data-limite para a conclusão do relatório. Quarta-feira da próxima semana é também o dia apontado para a conclusão do inquérito ao caso que a PSP está a realizar para o Ministério Público.

Segundo fonte policial, já foram ouvidas cerca de 25 testemunhas , entre elas os responsáveis pela escola Luciano Cordeiro e os alunos que presenciaram o presumível afogamento do Leandro.

A Protecção Civil de Bragança retirou das margens do rio Tua em Mirandela a maioria dos meios que ali concentrou desde 2 deste mês, data em que Leandro de 12 anos se terá atirado à água.

Durante cerca de 10 dias, as equipas percorreram o Tua desde Mirandela até à foz. O grande caudal do rio e a pouca visibilidade das águas não permitiram que o corpo fosse localizado através dos botes e dos mergulhadores. As equipas também percorreram os treze quilómetros de margens, mas não foram encontrados vestígios do rapaz.

Para os responsáveis, o facto de o corpo se encontrar nu e pesar cerca de trinta quilos dificulta muito as buscas.

Em declarações ao DN, Melo Gomes, comandante da Protecção Civil afirmou que o grande caudal que o Tua apresenta, a temperatura muito baixa das águas impedem que as buscas tenham êxito. No entanto, adiantou, que os Bombeiros de Mirandela ao longo do dia vão monitorizando o rio e as suas margens.

Ainda segundo o responsável da Protecção Civil, quando o caudal for menor e a temperatura da água subir um pouco será lançada uma grande operação com todos os meios disponíveis numa tentativa de encontrar o corpo do rapaz.

A Protecção Civil de Bragança espera lançar a operação dentro de quinze dias se o tempo continuar seco.

 

Fonte: DN

04 de Março de 2010

 Leandro Filipe, o rapaz de 12 anos que se suicidou no rio Tua, em Mirandela, já tinha estado internado no hospital, há um ano, depois de ter sido pontapeado na cabeça por colegas de escola. Um entre vários episódios de violência de que terá sido vítima.

Foram infrutíferas as buscas, ontem, para encontrar o corpo da criança de 12 anos que desapareceu nas águas do rio Tua. Mais de uma centena de elementos dos Bombeiros, GNR e PSP, estiveram envolvidos na operação, que se estendeu por mais de 20 quilómetros, entre a ponte açude e a zona da Brunheda.

Quando as buscas forem retomadas, esta manhã, a coordenação da Protecção Civil de Bragança conta já ter o apoio de um helicóptero que possa sobrevoar o leito do rio até à foz.

Enquanto prosseguiam as buscas, confirmavam-se as informações sobre os episódios de violência que antecederam a tragédia, surgindo relatos de outros episódios de violência na escola.

Um primo de Leandro, que assistiu a tudo, confirma que o rapaz voltou a ser agredido na escola e que "saiu a correr" das instalações, anunciando que "ia atirar-se ao rio". Uma prima reforça a tese de que Leandro era vítima de violência na escola. "Ele já tinha sido agredido, há pouco maisd de uma ano, e ficou internado no hospital durante algum tempo", assegura Marisa Nunes.

O JN confirmou, junto de fonte hospitalar, que Leandro deu entrada na urgência do hospital da cidade, em Dezembro de 2008, após ter sido agredido com pontapés na cabeça por três alunos da escola. Ficou internado durante dois dias.

 

Processo de averiguações

Episódios que nenhuma instituição confirma. O Ministério da Educação informou que foi aberto um processo de averiguações para se perceber o que poderá ter ocorrido no recinto da escola. Mas acrescenta que, durante o ano passado, a escola registou apenas duas ocorrências: uma no primeiro período, outra no segundo, e em ambos os casos por injúrias a um funcionário.

A Direcção Regional de Educação do Norte, lamenta "o que aconteceu" e informa que tem "uma equipa no terreno a acompanhar a família e as suas necessidades mais imediatas".

Fonte da DREN acrescenta que se vai "aguardar pelas conclusões do processo de averiguações entretanto aberto pela escola. Seria prematuro comentar a situação sem essas conclusões".

Nem o Conselho Executivo da E.B. 2,3 da Luciano Cordeiro, nem a Comissão de Proteçção de Crianças e Jovens têm registo de casos de bullying na escola.

O presidente da Associação de Pais corrobora, afirmando que nunca recebeu "qualquer queixa dos pais ou de outros elementos da escola" sobre a hipótese deLeandro ser vítima de abusos. José António Ferreira apenas adnmite que há "situações pontuais" de violência. O mesmo responsável acrescenta que "a DREN produziu um estudo relativamente à existência de bullying em escolas da região e esta foi das mais bem classificadas".

 

Fonte: JN

03 de Março de 2010

Um rapaz de 12 anos desapareceu, ontem, terça-feira, no rio Tua, Mirandela, tendo sido infrutíferas as buscas. Disse ao irmão gémeo e às primas que se ia atirar à água depois de ter tido um desentendimento na escola. Amigos relatam actos de violência de que era vítima.

Leandro Filipe Pires, residente na aldeia de Cedainhos, Mirandela, frequentava o sexto ano na EB 2,3 do Agrupamento Luciano Cordeiro, naquela cidade. À hora de almoço, saiu da escola, na companhia do irmão gémeo e duas primas, tendo percorrido a ponte açude e, depois, desceu para a margem direita do rio, junto ao parque de merendas. Ali, despiu-se (a roupa ficou junto ao leito) e entrou na água, tendo sido arrastado pela forte corrente que se fazia sentir, devido ao facto das comportas estarem abertas.

Não são conhecidos os contornos que levaram a esta tragédia, porque existem relatos contraditórios. As crianças que acompanhavam Leandro revelaram aos pais que o jovem teve um desentendimento na escola com outros alunos e terá dito que "tinha a intenção de se atirar ao rio", pelo que, na altura em que houve a pausa para almoço, "foram atrás dele a correr, ainda conseguiram impedir que se atirasse da ponte, mas depois conseguiu novamente fugir e, já na margem do rio, só já o viram despir-se e cair no rio", conta uma tia de Leandro, queterá ouvido a versão das criançasàs autoridades.

Em declarações ao JN, a avó de Leandro revelou que o neto "já foi agredido com violência", há um ano, por colegas, fora do recinto da escola, e "teve de ser internado", avança Zélia Morais. Também uma colega de turma revela que, de vez em quando, "alguns rapazes batiam-lhe e ele chorava. Ele não contava, porque tinha medo que voltassem a bater-lhe", diz Tânia Batista.

O JN contactou o director do Agrupamento de Escolas, que negou a existência de qualquer episódio de violência, mas não esteve disponível para prestar declarações sobre o assunto. Entretanto, a presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Mirandela, Manuela Teixeira, disse que a criança "não está referenciada na comissão". Os pais estão a ter acompanhamento psicológico, bem como o irmão gémeo e a irmã, de nove anos.

Ao fim da tarde, o comandante distrital de Bragança da Autoridade Nacional da Protecção Civil suspendia as operações de busca. "A maior dificuldade é a forte corrente do rio que torna muito difícil conseguir fazer buscas subaquáticas, bem como a deslocação dos botes contra a corrente. Oito mergulhadores das corporações de Mirandela e Macedo efectuaram algum trabalho, mas foi necessário fechar as comportas da ponte açude a jusante do local das buscas", explicou Melo Gomes.

 

Fonte: JN

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