A carne de cordeiro mirandês foi reconhecida pela União Europeia e pelo Ministério da Agricultura como Denominação de Origem, sendo agora um produto protegido por lei e cuja venda fica cingida aos produtores da raça. Esta era uma reivindicação antiga da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa que considera que com esta denominação vai ser possível acabar com a “publicidade enganosa”, conforme explicou o dirigente associativo, Francisco Rodrigues.
“A denominação de origem vai travar a publicidade enganosa que é feita em mercados como Porto, Lisboa, ou mesmo Espanha, que vendem carne de borrego como se fosse cordeiro mirandês”.
Da mesma opinião foi o presidente da autarquia local, Artur Nunes, que considera que os criadores do Planalto Mirandês poderão “finalmente” ver o seu produto valorizado.
No Planalto Mirandês, a associação conta com 80 produtores e com um total efectivo de oito mil cabeças, um número razoável tendo em conta a idade avançada dos produtores.
“Temos 80 sócios, alguns com um efectivo de 700 animais, outros de 30 animais. A maioria são pessoas de idade e fazem disto um passatempo até porque as ajudas estatais são poucas”, retratou o dirigente.
Ainda assim, a certificação de origem vem dar um “empurrãozinho” na valorização do produto, actualmente vendido no mercado a cerca de quatro euros o quilo.
A associação recentemente formalizou a constituição de uma cooperativa para depois vender a carne de borrego mirandês. Através da cooperativa, haverá maior poder negocial que permita vender o borrego mirandês a preços mais “justos” para os produtores. O reconhecimento da origem por Bruxelas poderá também levar a que surjam mais produtores interessados em apostar na raça churra galega mirandesa já que a venda sob este nome está agora cingida aos produtores da raça.