Depois de ter afirmado que não estava disponível para se candidatar ao cargo, Telmo Moreno diz ter sido alvo de uma “onda” que o “obrigou a reflectir” a sua posição inicial e a avançar.
A nova lista surge com para “fazer frente” a uma candidatura que, na opinião de Telmo Moreno, apenas serve “interesses pessoais”. O candidato acusa mesmo José Silvano e Jorge Nunes de estarem a preparar terreno para mais tarde serem candidatos a deputados à Assembleia da República, uma acusação justificada com antigas declarações de Silvano a um jornal regional em que este assumia essa vontade.
“A candidatura de Silvano é uma candidatura perigosa. São candidatos pré-formatados que querem o partido a trabalhar para eles. Eu apresento-me pelo partido, pelas bases e não por interesses pessoais”, afirmou.
Telmo Moreno confessou ainda que foi surpreendido com a candidatura de Silvano através da comunicação social pois, segundo contou, dias antes tinha tido um almoço para discutir uma lista de consenso.
“Se a estrutura, a metodologia e o programa tivessem sido abordados de uma forma séria, não estaria aqui”, referiu, recordando que, em outros momentos da vida política se bateu contra “os generais de Lisboa e os de cá”.
“Eu estou aqui para servir o partido, estou aqui com as bases, como sempre estive e bato o pé aos generais de Lisboa ou aos de cá. A nossa afirmação é do partido e não pessoal”, reiterou.
A apresentação da lista a poucos dias das eleições não preocupa Telmo Moreno que acredita que está em condições de vencer, como em 1995, quando concorreu também contra José Silvano. Em caso de vitória, o candidato assume desde já que “não prescindirá de ninguém” e não coloca de parte a possibilidade de José Silvano vir a ser apresentado como candidato a deputado à Assembleia da República.
“José Silvano é um militante valoroso e não sei até se não terá condições para vir a ser candidato a deputado. Mas isso será algo a ratificar pelo partido”, afirmou.
Com a candidatura de Telmo Moreno está Jorge Fidalgo, vice-presidente da câmara de Vimioso e candidato a 1º vice-presidente, e Luís Gonçalves, de Macedo de Cavaleiros, a 2º vice-presidente.
À Assembleia Distrital candidata-se José Luís Correia, presidente da câmara de Carrazeda de Ansiães, e ao conselho de jurisdição distrital é candidato Nuno Gonçalves, vereador social-democrata em Torre de Moncorvo.
Telmo Moreno assumiu a sua candidatura à liderança da distrital do PSD para evitar, assim, que o partido, a nível regional, “se desvie do rumo certo”.
A lista de José Silvano, o presidente da Câmara Municipal de Mirandela, é composta por Luís Afonso e Maria José Moreno, como candidatos à vice-presidência da Comissão.
Nesta luta interna, Silvano é acompanhado por Jorge Nunes, cabeça de lista para a Assembleia Distrital, e Júlio de Carvalho, um dos fundadores do Partido em Bragança, candidato ao Conselho de Jurisdição.
Fonte: Mensageiro