Nos próximos três meses, dez famílias vão ser realojadas em habitações sociais que a autarquia de Bragança está a recuperar, no Bairro da Mãe d’Água, no Bairro da Coxa e no Bairro da Previdência.
Até ao momento, a câmara assinou seis contratos de habitação social que permitiram a mudança das famílias para as novas casas. Foi o caso de Ana Teresa e dos seus três filhos. A viver num apartamento com apenas dois quartos e a pagar uma renda que rondava os 400 euros, foi com satisfação que Ana Teresa recebeu, por alturas do Natal, uma nova casa totalmente recuperada e com três quartos.
“Há três anos que estava à espera de uma nova casa. Foi um verdadeiro presente para este novo ano. Pagava cerca de 400 euros de renda e agora vou pagar muito menos, à volta de cinco euros por mês”, contou Ana Teresa.
As famílias mudaram-se para o Bairro da Mãe d’Água para apartamentos que foram recuperados. A autarquia substituiu a antiga caixilharia de madeira por outra com maior isolamento térmico. Por dentro as casas foram também recuperadas e há a promessa de pintar todos os blocos, como explicou Jorge Nunes, presidente do município.
“À medida que cada um dos blocos é melhorado internamente, faremos também a pintura exterior. Vamos tentar fazer aqui um jogo de cores para que o conjunto se torne mais agradável e menos monótono”.
Para cada bloco está estimado um investimento “mínimo” de cem mil euros que contempla apenas o arranjo da envolvente exterior. Para cada habitação recuperada há uma estimativa de investimento que ronda os 14 mil euros, dependendo do grau de intervenção exigido.
O autarca considera que, pese embora, se tratem de bairros sociais são “bairros bons”, com “qualidade” em termos urbanos e com uma área envolvente que é “suficiente” e que tem vindo a ser requalificada pela câmara.
Às famílias que mudaram para os fogos recuperados foi lançado um repto para que “cuidem” das habitações. É que, segundo o autarca, algumas das situações de degradação dos blocos resultam de “situações de falta de civismo”, um “comportamento minoritário” que, no seu entender, deve ser denunciado.
“Tem de haver uma atitude de responsabilidade e de partilha entre todos. Por isso pedimos a todos que se auto-responsabilizem por algumas regras de conduta e preservem um bem público que custa a todos”.
Prioridade à área social
Naquele que é o seu último mandato como presidente do município brigantino, Jorge Nunes pretende dar prioridade ao investimento na área social, nomeadamente na recuperação dos bairros sociais.
Embora sem “certezas” de conseguir, em apenas quatro anos, desenvolver toda esta operação de requalificação, o autarca acredita que depois dos trabalhos iniciados, não haverá uma paragem.
“Os arrendatários vão notar a diferença e eles próprios vão encarregar-se de solicitar ao município que continue as benfeitorias e que elas sejam extensíveis a todos os blocos”, considerou.
Actualmente a câmara de Bragança tem já uma longa lista de espera para habitação social. No entanto, grande parte das famílias que pedem ajuda, fazem-no devido aos altos valores da rendas, um problema “económico” que não é prioritário para a atribuição de fogos sociais, conforme explicou.
“Os factores prioritários passam pela avaliação socioeconómica das condições da família, problemas de doença, desemprego permanente, famílias desestruturadas ou famílias com pessoas com deficiências. O valor do arrendamento é tido em linha de conta em último grau”.