Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
25 de Novembro de 2009

A procura de ajuda social está a aumentar em Bragança e é cada vez mais sentida pelas instituições sociais e pelas associações. O núcleo da Assistência Médica Internacional (AMI) tem registado uma maior afluência às instalações e, embora os pedidos não estejam contabilizados, têm chegado de todo o distrito.

António Verdelho, coordenador local do núcleo brigantino, admite que o número de pessoas que procura ajuda na AMI ronde as dezenas, por dia.

“Há muita procura, principalmente nestes últimos meses. Temos lá permanentemente quatro senhoras vizinhas que vêem o que as pessoas precisam e distribuem”, contou.

A AMI fornece apenas roupa, sapatos, livros e, por vezes, medicamentos. Com a ajuda de outras entidades são também organizados peditórios, como aconteceu recentemente com a colaboração com os estudantes do Instituto Politécnico de Bragança ou com as meninas do lar de S. Francisco.

Recentemente a AMI recebeu um pedido de ajuda para uma casa que ardeu no Felgar, concelho de Moncorvo. No entanto, as dificuldades são muitas, como contou o coordenador local: “as pessoas precisavam de roupas de cama, mas infelizmente não tínhamos. Demos o que tínhamos, roupa de vestir e calçado”.

Apesar das dificuldades, Fernando Nobre, presidente da AMI, considera que o núcleo brigantino tem vindo a desenvolver aqui um importante trabalho de solidariedade. À margem da apresentação do seu novo livro infantil, Fernando Nobre deixou vários elogios: “é um núcleo dinâmico, sustentado pelo voluntariado puro e merecedor de toda a minha atenção e consideração”.

 

AMI procura voluntários

A falta de voluntários é um dos principais entraves ao desenvolvimento do trabalho da AMI no distrito, segundo António Verdelho. O responsável conta apenas com cerca de 20 pessoas que, quando podem, fazem acções por todo o distrito. Com mais voluntários, a AMI poderia dar resposta a outras situações e começar, por exemplo, a fornecer alimentos a famílias carenciadas.

“Temos de dar um passo de cada vez. Precisamos de voluntários porque pessoas carenciadas já há, infelizmente”, apontou.

Actualmente a distribuição de alimentos no distrito tem estado impossibilitada não só pela falta de voluntários como pela falta de instalações que permitam o acondicionamento de produtos alimentares. No entanto, como afirma António Verdelho, “para evoluir para outras instalações e dar resposta a mais situações, precisaríamos de ter mais voluntários. Tem de se ter uma coisa de cada vez”.

O núcleo da AMI em Bragança conta com cerca de 20 voluntários e procura envolver mais pessoas nesta missão. Qualquer pessoa pode voluntariar-se para ajudar, através do site da Internet ou dirigindo-se ao núcleo, situado junto à sede do Mãe d’Água.

 

Presidente da AMI apresentou novo livro

 

Numa selva africana, no deserto do Saara ou num qualquer país imaginado surgem personagens ligadas ao bem e ao mal em histórias que alertam para a xenofobia, para o meio ambiente ou para questões de solidariedade social. São as “Histórias que contei aos meus filhos”, de Fernando Nobre, presidente da Assistência Médica Internacional, que esteve em Bragança, na passada sexta-feira, a apresentar a sua obra mais recente.

Na passagem pela cidade onde  o seu avô cumpriu serviço militar, Fernando Nobre quis falar das histórias que viveu e das que contou, bem como daquelas que inventou.

“Tenho quatro filhos, com idades entre os 13 e os 29 anos e sempre lhe contei histórias. Mas não são as que estão no livro. Essas inventei-as no momento”, confessou.

Através de um novo registo, o autor quis transpor para o mundo infantil os valores sociais e morais que têm norteado toda a sua vida e que se reflectem na sua dedicação aos outros. A obra difere em larga escala dos seus anteriores livros, baseados em histórias reais, mas alcança um mesmo objectivo de transmitir valores de tolerância, paz e solidariedade.

“São histórias pelas quais tento transmitir os valores que recebi dos meus pais e dos meus avós”, apontou o autor.

publicado por Lacra às 09:26
19 de Outubro de 2009

Há cada vez mais pessoas a solicitar ajuda alimentar e pedidos de revisão de mensalidades junto das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Bragança. Ainda que não haja dados, o núcleo brigantino da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAPN) avança que a pobreza está a aumentar, por um lado, devido ao envelhecimento da população e, por outro lado, devido ao momento de crise internacional.

No dia que antecedeu o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, assinalado a 17 de Outubro, a REAPN organizou uma marcha para sensibilizar a sociedade civil para o fenómeno. Segundo Pedro Guerra, responsável da REAPN, há cada vez mais a chamada “pobreza envergonhada”, como explicou.

São pessoas que à partida não apresentam sinais de dificuldade mas que, por um ou outro motivo, passam sérias dificuldades.

“São pessoas que estavam bem na vida e que se viram desempregadas, outras são pessoas com baixos salários ou que passaram por alguma situação de doença ou desemprego do cônjuge”, apontou Pedro Guerra.

Embora sem números, a REAPN afirma que há um aumento de procura do refeitório social, de ajuda alimentar e de revisão de mensalidades para Apoio Domiciliário ou para os Ateliers de Tempo Livre.

Segundo Pedro Guerra há mesmo famílias com dificuldades em pagar mensalidades ou mesmo material escolar e didáctico para os filhos.

“Nunca como este ano tivemos tantos pedidos de revisão de mensalidade, isso, só por si, já é um fenómeno que antes não existia e que nos leva a concluir que há mais dificuldades”, contou.

A REAPN quer agora estudar o fenómeno em parceria com o Instituto Politecnico de Bragança. O estudo está a dar os primeiros passos para que, no próximo ano, Ano Internacional para a Erradicação da Pobreza, haja números que permitam elaborar um plano com objectivos prioritários.

“Para nós é muito importante ter dados concretos, números, para saber onde devemos actuar e intervir prioritariamente. Sem dados fazemos aquilo que achamos que é o mais correcto e que nem sempre poderá corresponder à realidade”.

É por isso também que o núcleo brigantino da REAPN quer avançar para a criação de um Observatório da Pobreza, um objectivo já delineado no ano passado e que já existe no Porto e em Lisboa. No entanto, tem havido muitas dificuldades já que esta seria uma estrutura “muito pesada” e que envolveria uma série de investimentos.

Enquanto não é possível criar o Observatório da Pobreza, Pedro Guerra apela às pessoas com sérias dificuldades para que procurem ajuda e que “não tenham vergonha”.

“As pessoas não se devem envergonhar e devem pedir ajuda, seja na câmara, nas juntas de freguesia, na Segurança Social, nas IPSS’s ou na própria REAPN que tem as portas abertas e pode encaminhar os casos para as instituições devidas”.

O núcleo brigantino da REAPN participou ainda no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza assinalado na Foz do Arelho onde um conjunto de pessoas deu o seu testemunho sobre a pobreza e exclusão social. Os relatos ficaram registados num documento que será enviado à Assembleia da República para que sejam criadas estratégias que combatam estes novos fenómenos de pobreza e de exclusão social.

 

 

publicado por Lacra às 11:11
últ. comentários
obrigado Cris:)
Bem vinda :))
Helder Fráguas sofreu a perda da sua companheira, ...
Para mim e para muita gente a volta às adegas para...
Estou habituado na leitura de blogs on line, adoro...
me llamo fedra soy de santa fe argentina tengo 9 ...
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