O pólo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Miranda do Douro continua encerrado e à espera de uma nova dinâmica que lhe permita voltar a acolher alunos. O reanimar do ensino superior na localidade faz até parte das prioridades politicas no novo executivo camarário mas parece difícil encontrar uma solução.
Da parte do Instituto Politécnico de Bragança, o presidente, Sobrinho Teixeira, voltou a reiterar a intenção de ajudar a UTAD a desenvolver o pólo e a encontrar um caminho sustentável para a manutenção do ensino superior no concelho mirandês. No entanto, da parte da UTAD tardam a vir as respostas.
“Já falei com o reitor da UTAD mais do que uma vez acerca disso”, apontou Sobrinha Teixeira, esclarecendo que uma possível solução só será avançada pelo IPB em colaboração com a universidade.
“Será sempre em consonância com a UTAD, até por uma questão de bom relacionamento institucional”, garantiu.
Recorde-se que ainda este ano a UTAD decidiu criar uma Comissão de Acompanhamento que incluía o município mirandês e cujo objectivo proposto passava pelo esgotamento de todos os meios para encontrar uma forma de manter o pólo aberto. A criação de cursos do segundo ciclo, a realização de seminários ou congressos, e a promoção de iniciativas conjuntas com a Universidade de Salamanca, na vizinha Espanha, foram algumas sugestões apontadas mas que, até ao momento, ainda não tiverem aplicação prática.
Na tomada de posse do novo executivo camarário, Artur Nunes colocou a questão como prioritária e afirmou que faria todos os esforços para conhecer o dossier interno e o que foi protocolado para então encontrar uma solução.
A decisão da UTAD de encerrar o pólo de Miranda do Douro esteve relacionada com a diminuição do número de alunos e com a alegada baixa atractividade até ao nível geográfico. A decisão foi, desde logo, contestada pelos estudantes, pela população local e pelas várias entidades que invocaram os impactos negativos, a nível económico e social, de tal medida para a cidade e para o concelho.
Ainda sem soluções definidas, o IPB mantém a disponibilidade para colaborar neste processo, desde que a UTAD participe até porque em causa está um alegado dispêndio de recursos.
“Sabemos que há um grande consumo de recursos a nível do corpo docente e dos funcionários e tem de haver aqui uma partilha de recursos e do esforço para um mesmo objectivo”, apontou Sobrinho Teixeira.