q.b sal, malagueta vermelha, cominhos e miudezas de cabrito
2 copos de vinho branco
Comece por fazer o recheio do cabrito: leve ao lume um recipiente com duas colheres de azeite, uma cebola e dois dentes de alho picado. Deixe estufar e introduza os miúdos do cabrito cortados as bocadinhos. Deixe refogar, tempere com sal, malagueta e cominhos, salpique com vinho branco e deixe cozinhar.
Pise 10 dentes de alho com sal de cozinha e colorau. Adicione a banha do poço e com esta papa unte o cabrito por dentro e por fora.
Recheie o cabrito com o estufado de miúdos.
Coloque o cabrito numa assadeira de barro, à volta colocam-se cebolas cortadas aos quartos, rega-se com vinho branco e com a restante banha.
Em Freixo de Espada à Cinta o ponto alto das celebrações pascais é a procissão dos “Sete Passos”, procissão pagã com cenário medieval a representar a encomendação das almas, onde se entoam cânticos fúnebres da autoria de Gil Vicente e o “Enterro do Entrudo”, um divertido costume profano.
O ritual, único em todo o País, tem uma organização que passa de pais para filhos, não havendo espaço para a entrada de pessoas estranhas.
Quando o relógio da Torre Heptagonal, assinala o primeiro batimento das 12 badaladas, a iluminação pública da vila apaga-se, ficando todo o percurso escuro como o breu. Dá-se então início à procissão que vai percorrer as principais ruas da localidade, que são escolhidas ao acaso, para ver passar o ritual de Encomendação da Almas. O percurso tem início junto à porta principal da Igreja Matriz e demora cerca duas horas.
O grupo coral que acompanha a procissão entoa um cântico dolente e penetrante, cantado em português e latim, apenas junto a igrejas e encruzilhadas.
A figura principal de toda a procissão é a velhinha, “uma personagem vestida de negro, que percorre todo o trajecto curvada, com “cajado” na mão e com uma lanterna alimentada a azeite na outra. Outro dos elementos em destaque neste ritual é uma bota com vinho, que significa o sangue de Cristo derramado.
Os sons das peças de ferro, presas à perna de duas pessoas tornam a via-sacra ainda mais penitente
Há períodos na procissão em que as pessoas se aproximam da velhinha com humildade, em sinal de penitência, que dá de beber, apenas, a quem demonstra mais respeito e arrependimento. A identidade de quem encarna tal personagem é sempre motivo de curiosidade, já que não é fácil saber de quem se trata.
Quanto à designação “Sete Passos” é entendida como o compasso, visto que toda a procissão é efectuada ao ritmo de um compasso de sete passos, bem medidos e compassados.
Este ano, a anteceder a procissão, a autarquia exibe, dia 9 de Abril, o documentário “Sete Passos” – um filme realizado há 30 anos atrás e transmitido, na época, na RTP. “Sete Passos” será exibido às 21h30, no Auditório Municipal, numa sessão em que marcará presença o realizador.
Nota: este texto foi feito com base em informações retiradas do jornal Mensageiro e do jornal Nordeste