Na Quinta de Vale dos Porros, entre Freixo de Espada à Cinta e Barca d’Alva, já no termo da freguesia de Poiares, Artur Neto Parra trata cuidadosamente de um exemplar milenar de uma oliveira. Com cerca de oito metros de perímetro, são precisas pelo menos dez pessoas de mãos dadas para abraçar o tronco deste raro exemplar.
A grandiosidade da árvore, leva o seu proprietário a concluir, embora sem certezas, que esta terá aproximadamente dois milénios de existência, anterior à era cristã, pois é conhecido o moroso crescimento de uma oliveira, mesmo quando seja de regadio.
“Mediante estudos que realizei e através da consulta a vários documentos, posso concluir que esta oliveira rondará os dois mil anos de existência”, apontou. O facto pode ser comprovado observando espécimes com 50 anos ou com séculos de existência e cuja dimensão não se aproxima sequer desta oliveira, com oito metros de perímetro. Comparável só mesmo as oliveiras milenares existentes na Palestina, algumas das quais sem a grandiosidade desta “velhinha” de Freixo de Espada à Cinta.
“É um tronco assombroso, é monstruosamente grande”, notou, apontando o exemplar como “comprovativo de uma árvore associada à força e à vida”.
Mais surpreendente é que, segundo Artur Parra, esta “obra-prima da natureza” continua a produzir azeitona negrinha em quantidade e qualidade, “ombreando brilhantemente com as suas filhas, netas, bisnetas, tetranetas...”. Só nesta campanha, esta oliveira milenar deu cerca de cem quilos da azeitona negrinha, qualidade típica de Freixo de Espada à Cinta.
Artur Parra continua a tratar e a podar esta oliveira, a par com outras da sua propriedade, algumas delas com centenas de anos.
O proprietário deixa o convite a todos os que queiram visitar in loco a grandiosidade de uma árvore que está, desde há vários séculos, considerada como um símbolo universal da paz.