Os solteiros mirandeses começam de madrugada os rituais pagãos que envolvem toda a tradição da fogueira.
Por volta das seis da manhã e depois ao som dos foguetes os jovens partem para o monte onde vão recolher a lenha que vai dar origem à "magestosa fogueira".
O dia é passado por completo no campo, este é também o pretexto para a realização de algumas praxes, aqui apelidadas de "barrelas".
Depois de executado todo este trabalho, e de comerem a famosa "Punheta de Bacalhau, os rapazes carregam os carros de bois e puxam os mesmo com grande alarido pelas ruas da cidade. Ouve-se "o chiar"e o aço das rodas dos carros a bater na calçada. Este é um momento memorável, pelo qual toda a população de Miranda aguarda para ver e ouvir.
Depois de todo este espectáculo, os jovens vão para casa para consoar com a familia e por volta da meia noite, e sem ninguem ver, a fogueira é acessa.
De referir ainda, que em Miranda do Douro, a noite de consoada é passada essencialmente na rua.
As familias vão à missa do galo, onde mais uma vez a tradição impera e os "homens da terra", no final da eucaristia e contra a vontade dos párocos, cantam as "lhonas" ao Menino. Estas "lhonas", são cantigas religiosas que são transformadas em vocabulário pouco ortodoxo.
A madrugada é passada em volta da fogueira.