A manutenção do pólo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) em Miranda do Douro e a ligação do IC5 entre Duas Igrejas e Espanha são duas das prioridades já avançadas pelo novo executivo socialista empossado nesta segunda-feira.
Artur Nunes pretende retomar as reuniões com os dois ministérios responsáveis pelas matérias, o Ministério da Ciência e Ensino Superior e o Ministério das Obras Públicas, mas agora como autarca eleito pelo PS.
O novo presidente da câmara de Miranda do Douro vai iniciar novamente os contactos com a reitoria da UTAD e com o Ministério da Ciência e Ensino Superior na tentativa de retroceder àquela que já foi uma decisão anunciada: o encerramento do pólo universitário. Em cima da mesa há várias possibilidades que passam até pela parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) que, por várias vezes, demonstrou disponibilidade para, em conjunto com a UTAD, encontrar uma solução que permita manter o ensino universitário na localidade.
A UTAD decidiu encerrar o pólo de Miranda do Douro devido à diminuição de alunos. A decisão foi sempre contestada, quer pela população local quer por várias entidades, pelos impactos negativos, a nível económico e social, que acreditam que tal medida terá para a cidade e para o concelho.
Artur Nunes quer conhecer o dossier interno e, em parceria com a UTAD, saber o que estava protocolado. “A partir daí, se houver outros parceiros ou mais parceiros, estaremos abertos a negociar para manter o ensino superior em Miranda do Douro”.
Outra das conversações a retomar é com o Ministério das Obras Públicas. No passado, Artur Nunes reuniu com os responsáveis da tutela para debater o reforço do IC5 entre Duas Igrejas e Espanha tendo ficado patente a necessidade efectiva dos homólogos espanhóis redefinirem o traçado.
O autarca vai encetar esforços no sentido de conhecer qual o projecto de Espanha a esse nível para depois, conjuntamente com o ministro da tutela, tomar uma posição.
Artur Nunes pretende ainda fazer uma análise da situação financeira do município mirandês. Economista de formação, o novo autarca recusa avançar com medidas específicas antes de fazer uma avaliação do estado das contas da autarquia.
“Primeiro teremos que fazer uma avaliação interna e só depois poderemos definir medidas específicas, em conformidade com a situação que encontrarmos”, explicou.
Depois da avaliação financeira, Artur Nunes admite que a questão do matadouro será também analisada, desta feita em conjunto com a câmara de Mogadouro, autarquia com a qual o anterior executivo teria compromissos. A grande questão será mesmo decidir onde ficará instalado o matadouro que deverá servir o concelho de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.
O novo executivo socialista tomou posse na segunda-feira já a contar com a oposição de dois vereadores eleitos pelo PSD. É que, segundo Artur Nunes, o opositor da candidatura, eleito vereador, Américo Tomé, não terá felicitado o novo executivo pela vitória. “Não sei se nos próximos dias vai haver algum entendimento mas até aqui não houve essa aproximação”.
O autarca considera “lamentável” que preparação da tomada de posse não tenha sido conjunta mas deposita esperanças que no futuro haja um “compromisso democrático de colaboração e parceria”.