A Festa da História está de regresso ao Castelo de Bragança, no dia 15 de Agosto, desta vez com uma peça de teatro dedicada ao fundador da linhagem dos “Bragançãos” – D. Mendo Alão. O espectáculo foi preparado em pouco mais de quatro meses e conta com a participação de 100 personagens, entre actores e figurantes, sendo que, pela primeira vez, integram o elenco elementos de grupos de teatro de Zamora.
O encenador da peça, António Afonso, revelou alguns pormenores de mais uma peça sobre o passado histórico de Bragança. Desta vez, o recuo é até ao princípio do século XI, altura em que todos os reinos do Ocidente estavam mobilizados contra a ocupação muçulmana da Península Ibérica. A peça ficciona sobre o quotidiano da época e sobre o ritual da hipotética investidura de D. Mendo Alão como cavaleiro.
“O público pode esperar um bom momento de ficção e entretenimento, com cerca de duas horas, à volta de personagens fascinantes, como D. Mendo Alão”, contou António Afonso.
Outra das personagens que será abordada, embora sem presença física, é a figura da Princesa da Arménia, com quem D. Mendo Alão casaria. A representação do casamento será realizada no próximo ano, dando continuidade ao espectáculo a apresentar neste ano. Segundo o encenador, a peça “O Braganção e a Princesa da Arménia”, só não será apresentada nesta edição da Festa da História devido à escassez de tempo para a preparação da mesma.
No entanto, continuidade temporal, seguindo os factos da História, poderá vir a ser difícil de encenar futuramente. É que, conforme António Afonso explicou, a concepção de uma obra de teatro histórico está dependente de factos que possam interessar à dramaturgia.
“É através da imaginação e aturada investigação que o autor descobre motivos de interesse para a sua obra, mas dada a escassez de fontes ao nosso alcance, nem sempre é fácil ficcionar ou seleccionar factos e personagens históricas de interesse. Há muitos factores e tudo tem de ser ponderado, a fim de contribuir para a compreensão final da representação cénica”, explicou.
Acima de tudo, a Associação procura divulgar factos e personagens ligadas à História de Bragança que, desde tempos imemoriais, lhe deram grandeza e prestigio.
Tal como em anos anteriores, a peça de teatro será realizada no interior do Castelo de Bragança. São esperadas centenas de pessoas no local, pelo que é aconselhável chegar ao local um pouco antes do espectáculo, de modo a manter a ordem já que o espaço é limitado.
António Afonso admite que, em termos de organização, há algumas dificuldades em conciliar o espaço com a elevada afluência de público. No entanto, a autarquia estará a pensar uma “solução”, que poderá passar pelo alargamento do espectáculo a mais dias, no próximo ano.
A Festa da História inicia-se este Sábado, às 10h00 da manhã, e até 17 de Agosto, com a abertura do mercado e acampamento medieval, exposição de aves, exibição de esgrima, teatro de rua e vários espaços interactivos. Para o 12h00 está marcada a celebração da Eucaristia Santa Maria do Sardão, com Canto Gregoriano. A peça de teatro será exibida às 21h30.
Já no dia 16 de Agosto, será protagonizado um “Assalto ao Castelo” e um “Torneio Medieval”. A encerrar, dia 17 de Agosto, será promovido um espectáculo de danças medievais, bem como um concerto de música medieval.