O Instituto Politécnico de Bragança decretou três dias de luto pela estudante atropelada mortalmente junto a uma das entradas do campus académico. A jovem não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer, já depois de ter sido transportada por helicóptero para o Hospital de Santo António, no Porto. Cerca de mil estudantes compareceram ao funeral, em Marco de Canaveses, demonstrando a sua solidariedade para com a família enlutada.
Com a Semana do Caloiro a decorrer, a Associação Académica decidiu, também, assinalar, em vários momentos, o seu pesar sentido pela morte inesperada da estudante.
Desde logo foi decidido anular algumas das actividades agendadas para o início da semana, como seja os tribunais de caloiros. A missa da bênção dos caloiros não esqueceu a tragédia e o desfile das tochas realizou-se em silêncio.
A jovem, de 24 anos, natural de Marco de Canaveses, finalista de um curso da Escola Superior Agrária, foi atropelada por volta das dez da noite, quando se preparava para atravessar a estrada. Os colegas dizem que ia trajada e que isso terá contribuído para que o condutor não a tivesse visto.
Os Bombeiros foram chamados de imediato ao local, com a informação de que se trataria de um ferido grave. José Fernandes, comandante, conta que os bombeiros encontraram a jovem inconsciente, com várias escoriações no corpo e ferimentos ao nível da cabeça. A equipa da VMER compareceu de seguida, cabendo aos bombeiros fazer o trabalho de apoio. Depois do transporte para o Hospital de Bragança, os bombeiros receberam novo pedido para apoio ao helicóptero, tendo a vítima sido evacuada para o Porto.
A jovem esteve em coma e não resistiu aos ferimentos, acabando por falecer.
A Associação Académica e a direcção do IPB decidiram decretar três dias de luto em memória da jovem aluna.
Mais iluminação para a envolvente do IPB
Os alunos do IPB não se conformam e reclamam melhor iluminação para aquela envolvente. O presidente da Associação Académica, Rui Sousa, fez eco disso junto da câmara municipal de Bragança, como contaram ao Diário de Bragança.
“Temos tido várias queixas dos alunos relativamente à iluminação e às obras que decorrem para a ciclovia. É uma zona com pouca luminosidade e, nesta altura, os estudantes andam trajados, o que piora a situação”, apontou.
Rui Sousa diz que os alunos estão “revoltados” com a situação, nomeadamente os da Escola Superior Agrária, onde as condições de visibilidade, à noite, são ainda piores e agravadas pelas obras que decorrem.
“Pedimos à câmara que nos faça esse favor, a nós e à comunidade. Talvez bastasse aparar algumas das árvores para a iluminação ser melhor, têm é de se arranjar soluções”.
Da parte da autarquia municipal, o presidente Jorge Nunes admite que se possa proceder à poda de algumas árvores, no entanto, reitera, “não necessariamente para melhorar as condições de travessia da via, porque a travessia da via deve ser feita nas passadeiras e as condições de segurança são suficientes”.
O autarca diz que as passadeiras estão devidamente assinaladas, precedidas de redutores de velocidade e com iluminação suficiente. As obras em curso, no seu entender, também não representam qualquer problema para os peões, uma vez que existe no local sinalização vertical e horizontal.
“O passeio contíguo à via, entre a Escola Agrária e a Escola de Tecnologia e Gestão, está iluminado de forma suficiente e foi alargado com o espaço da ciclovia”, apontou.
Jorge Nunes diz ainda que sempre foi “preocupação da autarquia” que todas as áreas próximas das saídas e entradas das escolas tivessem “boa sinalização e melhores condições de segurança”. O autarca recorda que estas foram medidas adoptadas há vários anos, também na sequencia de um acidente mortal que envolveu jovens do IPB. “A partir daí toda a sinalização envolvente do campus do IPB foi alterada e foram colocados redutores de velocidade, que funcionaram bem”.
Segundo afirmou, nos últimos anos a sinistralidade “tem sido muito baixa, resultado deste reforço de medidas de travessia de via e de maior cuidado dos condutores”. O presidente considera, por isso, que não se pode relacionar o acidente com as obras em curso ou com uma fraca iluminação, recusando-se a tecer mais comentários sobre o assunto.