Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
21 de Maio de 2010

A câmara de Bragança quer encontrar uma nova forma de efectuar o transporte público urbano tendo em conta o despovoamento e a baixa densidade populacional que já afecta esta zona. Actualmente o serviço, que assinala 25 anos de existência, dá resposta às necessidades da população da área urbana e da área rural. No entanto, teme-se que, no futuro, o actual sistema de funcionamento esteja desajustado da realidade, tornando-se dispendioso.

“Actualmente estamos bem servidos, mas temos de encontrar uma solução que, no futuro, se ajuste ao concelho e que possa garantir a qualidade e o conforto, com um menor preço, optimizando recursos”, explicou o vice-presidente da autarquia, Rui Caseiro.

A situação tem estado a ser analisada e os técnicos da câmara têm tomado contacto com outras realidades de territórios semelhantes, em outros países, como seja a vizinha Espanha. Uma das modalidades que é aplicada lá fora é o transporte a pedido, ou seja, mediante a solicitação antecipada das pessoas é disponibilizada uma rota e um determinado meio de transporte (táxi, pequenos autocarros). Mas há outras estratégias, como apontou Rui Caseiro.

“Há territórios semelhantes, como Valladolid ou as Astúrias, em Espanha, em que usam métodos que têm em conta a baixa densidade populacional e o despovoamento. Pensamos que podem ser usados no concelho mas com os devidos ajustamentos”.

A câmara está a “avaliar todas essas situações” com o objectivo de definir um modelo adequado ao concelho de Bragança. A realização do estudo foi alvo de uma candidatura ao Instituto de Mobilidade Terrestre e Transportes (IMTT) que, informalmente, já deu uma resposta positiva.

“Aguardamos apenas uma resposta oficial para podermos iniciar o estudo”, garantiu Rui Caseiro.

A autarquia pretende que o estudo esteja concluído até Setembro, altura em que se vai realizar na cidade um seminário dedicado à temática – “transportes públicos em zonas rurais, que futuro?”

Outra das iniciativas a implementar, até Setembro, é o “STUB Mobile” – um programa que vai permitir aos utilizadores dos transportes urbanos descarregar os horários do STUB para o telemóvel.

Bragança é uma das oito cidades, no país, com transporte público urbano há mais tempo, a par com Lisboa, Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Barreiro e Portalegre. O serviço foi iniciado em 1985, no mandato do então autarca José Luís Pinheiro, com quatro linhas urbanas, e rapidamente se tornou um sucesso, com grande adesão por parte da população.

Em 1987 o serviço expandiu-se às zonas rurais, nomeadamente às aldeias envolventes, e, desde então, tem vindo a ser adaptado e ajustado às necessidades dos cidadãos.

Em 2005 foi criada a Linha Azul, uma linha exclusiva do centro da cidade e percorrida unicamente por autocarros eléctricos. Actualmente existem 12 linhas rurais e quatro linhas urbanas asseguradas por uma frota de 18 viaturas e 24 motoristas.

Só nas linhas urbanas, em 2009, registou-se um total de 154 971 passageiros. A Linha Azul é a mais utilizada com um total de 44 177 passageiros.

 

29 de Agosto de 2009

Cerca de 30 jovens de todo o país ligados ao Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) estão reunidos, até domingo, num acampamento nacional, no Parque Natural de Montesinho.

Apesar de o lema da iniciativa Ecolojovem ser "Porque aqui também há vida", admitem que dificilmente escolheriam viver nesta zona perante a pergunta que serve de tertúlia ao segundo dia do acampamento: "Vinhas viver para o Interior?".

"Com esta falta de alternativas, dificilmente viriam", concluiu Cláudia Madeira, dirigente da juventude do partido "Os Verdes".

"O que se nota é que nos deparamos com uma região onde há falta de jovens porque não têm alternativas. Acabam os cursos e são obrigados a abandonar a região para encontrar emprego", sustentou.

À falta de emprego, junta-se, na opinião dos jovens ecologistas, "a falta de serviços públicos e de mobilidade" pela ausência de "uma rede de transportes a preços socialmente justos".

Mais investimento público é a solução apontada para estes problemas por Manuela Cunha, dirigente do PEV e candidata da CDU pelo círculo de Bragança às legislativas, que hoje se juntou ao acampamento da juventude do partido.

Manuela Cunha defende que a região tem "uma oferta imensa com várias áreas potenciais de investimento capazes de criar emprego", desde logo a Natureza, sendo o Nordeste transmontano o que apresenta o maior número de áreas protegidas do país.

Associado a ambiente, a dirigente aponta também o turismo de natureza.

Mais apoios à agricultura, nomeadamente para os produtos regionais e um maior investimento na rede de transportes públicos são outras áreas em que Manuela Cunha reclama investimento do Estado, nomeadamente para manter e modernizar a linha do Tua.

Os jovens ecologistas realçam que o propósito deste acampamento nacional é "alertar e esclarecer a população em geral que é necessário e urgente investir nas regiões do interior.

 

Fonte: Lusa

29 de Maio de 2009

Habitam maioritariamente no distrito de Lisboa e do Porto e há cerca de três anos que vêm congeminando a ideia de se mudarem para um território de baixa densidade, ou seja, para o interior do país. Bragança é um dos distritos onde gostariam de viver com as suas famílias, embora nem todos tenham aqui raízes familiares ou afectivas. Não possuem qualquer experiência de vivência em meio rural, mas querem aqui implementar projectos de empreendedorismo vocacionados para o mercado regional, nacional e local. É este o retrato que se pode traçar dos 14 agregados familiares que, até ao momento, contactaram os responsáveis do projecto “Novos Povoadores”, um projecto-piloto que inicialmente está apenas a ser aplicado em centros urbanos de fácil acesso, para iniciar o processo de mudança do litoral para o interior. “Novos Povoadores” foi um projecto que surgiu pela mão de três amigos, Frederico Lucas, Alexandre Ferraz e Ana Linhares. O objectivo que os move é defesa de um “novo Portugal”, com maior qualidade de vida, em que seja possível reduzir as assimetrias regionais com vantagens para os “novos residentes” e para os territórios de baixa densidade. Os mentores acreditam que a principal influência para a localização de pessoas e famílias é o trabalho e, hoje em dia, a globalização permite que a “ruralidade” tenha atractivos competitivos quando comparada com as grandes metrópoles. Os “Novos Povoadores”, para já, estão a procurar estabelecer parcerias com as autarquias locais para avançar com o processo de transição das famílias interessadas que, antes de mais, têm que passar um processo de “selecção”. Esta selecção, feita primeiramente através de um inquérito, visa apurar o real interesse das famílias na mudança. Depois, é preciso garantir que um dos membros do agregado familiar tenha emprego assegurado na região e que o outro tenha um projecto empreendedor para desenvolver no novo local de residência. É na fase de implementação destes projectos que as autarquias e outras entidades são chamadas a colaborar, até para que o processo de transição seja facilitado ao máximo, permitindo uma boa integração dos “novos povoadores”. Para já, os promotores desta iniciativa entrevistaram 14 agregados familiares, a maioria dos quais composto por três elementos. Os inquiridos querem aplicar aqui um novo projecto que, para já, não passa de uma “ideia”, embora 33 por cento já tenha iniciado o seu desenvolvimento. Todos os candidatos que pretendem mudar-se para Bragança possuem formação ao nível do ensino superior, pós-graduações, mestrados ou doutoramento. Consideram-se pessoas criativas, com capacidade de gestão e de relações públicas, mas admitem, na sua maioria, poder vir a necessitar de algum tipo de apoio na área das tecnologias de informação ou na área de gestão. Da parte do município de Bragança há todo o interesse em colaborar com o projecto, até porque se baseia na tentativa de inversão da lógica actual que, no entender do autarca, Jorge Nunes, “promove a concentração de pessoas no litoral”. No entender do edil, a região oferece um leque de oportunidades vasto em áreas ligadas à eco-construção, ao eco-turismo, à eco-energia, bem como nas agro-indústrias associadas aos produtos tradicionais. “Estas áreas são, no meu ponto de vista, as que podem vir a obter condições para absorverem recursos humanos qualificados e, consequentemente, alcançarem objectivos de sustentabilidade nesta que se pretende que seja, cada vez mais, uma eco-região”, apontou. Apesar da maioria dos interessados não possuir experiências de vivência em meio rural ou laços familiares que os prendam ao Nordeste Transmontano, Nunes acredita que a adaptação decorrerá de forma pacífica. O autarca lembra que a cidade de Bragança foi recentemente reconhecida como uma das melhores para se viver a nível do país, atribuindo bons desempenhos a nível de qualidade ambiental, mobilidade, segurança para pessoas e bens e oferta cultural. “Mesmo em áreas em que o concelho de Bragança se encontra abaixo da média nacional, como as acessibilidades e a prestação de cuidados de saúde, dentro de três a quatro anos, as melhorias nestas áreas serão significativas e Bragança será ainda mais atractiva”. A centralidade ibérica e a grande proximidade a cidades espanholas ,como Madrid, Valladolid, León ou Salamanca, é outra das mais-valias apontadas pelo autarca, que classifica a região como “um verdadeiro paraíso no interior do país”. “Todos os que não se identificam com a deficitária qualidade de vida existente no litoral podem ter aqui qualidade de vida e harmonia com a natureza”, apontou.

Vila Real tem 13 famílias interessadas

O distrito de Vila Real poderá também vir a receber o projecto “Novos Povoadores”, se houver interesse por parte das autarquias. Os promotores da iniciativa divulgaram ao Mensageiro que há 13 agregados familiares interessados em fazer a mudança para Vila Real num prazo de um a dois anos ou até mesmo em menos de um ano. Na sua maioria são famílias compostas por três pessoas que habitam maioritariamente no Porto (54 por cento) e em Lisboa. Possuem laços familiares na região e há mais de um ano que pretendem realizar a mudança. Os inquiridos possuem, na sua maioria, habilitações literárias ao nível do ensino superior, consideram-se pessoas criativas e com capacidade de gestão, e pretendem vir a implementar na região projectos ligados à área dos serviços e agricultura. Numa primeira fase, os promotores dos “Novos Povoadores” pretendem implementar o projecto em municípios mais populosos (com mais de 15 mil habitantes) e com economias mais activas, embora, numa segunda fase, esteja previsto alargar a iniciativa a municípios com menor densidade populacional. Segundo dados dos promotores do projecto, em Portugal, 42 por cento da população vive em cinco por cento do território, e apenas 3,5 por cento da população vive em cidades médias: Coimbra e Braga.


A ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou hoje que serão atribuídas em Janeiro as primeiras bolsas para fixar jovens médicos em zonas do país com falta de especialistas clínicos.
Ana Jorge explicou, em Bragança, que esta medida consta do novo regulamento do internato médico, o período de formação dos médicos que se segue à conclusão da licenciatura. Segundo a ministra, no próximo ano já haverá internos a trabalhar nas unidades de saúde ao abrigo desta lei.
O valor da bolsa ainda vai ser estipulado e será atribuído àqueles que escolherem as chamadas "vagas preferenciais" para realizarem o período de formação ou internato, disse Ana Jorge.
A bolsa é atribuída pelo tempo de duração do internato (três ou quatro anos) com a condição de os médicos permanecerem no mesmo lugar durante, pelo menos, o tempo equivalente à duração do internato.
Ana Jorge acredita que com esta medida será possível conseguir colocar alguns internos em zonas carenciadas, nomeadamente em unidades de saúde do distrito de Bragança. "O primeiro sinal será dado já no próximo mês de Janeiro", afirmou.
A ministra esteve hoje em Bragança para inaugurar o segundo centro de saúde da cidade, um investimento de dois milhões de euros com capacidade para atender 25 mil utentes. A nova unidade irá abrir ao público faseadamente, à medida que se for concretizando a mudança dos vários serviços e profissionais. O distrito de Bragança é "exemplar" a nível dos cuidados primários de saúde, uma área em que Portugal também é reconhecido internacionalmente, nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhou hoje Ana Jorge.
A carência de médicos no país verifica-se também nesta área dos cuidados primários, segundo os responsáveis pela política de saúde, mas é mais evidente ao nível das especialidades. A ministra Ana Jorge acredita que estão em curso medidas para combater o problema, como as bolsas para médicos internos anunciadas para Janeiro e o aumento das vagas nas universidades.
Segundo Ana Jorge, estão a entrar cada vez mais alunos nos cursos de Medicina: as vagas são hoje 1600, quando em anos anteriores não iam além das 300. A governante prometeu ainda resolver "dentro de poucos dias" os atrasos no pagamento de incentivos contratualizados com os profissionais das Unidades de Saúde Familiar (USF).
Ana Jorge atribuiu o atraso nestes pagamentos, que deviam ter sido feitos até 31 de Março, a uma "alteração nos sistemas de informação, que está a ser ultrapassada".

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