Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
20 de Abril de 2010

É necessário criar, em todo o distrito de Bragança, helipistas, locais devidamente pavimentados, com iluminação nocturna, onde as aeronaves possam poisar e descolar com segurança. O alerta foi deixado por Abílio Gomes, presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, durante a visita da ministra da Saúde, Ana Jorge, ao heliporto de Macedo de Cavaleiros. Desde o dia 1 de Abril que se encontra sedeado no local um helicóptero do INEM, disponível 24 horas por dia para dar resposta às situações de urgência e emergência. O helicóptero serve sobretudo para dar resposta a intervenções primárias, ou seja, ao transporte de vítimas entre os locais das ocorrências e as unidades hospitalares. No entanto, conforme adiantou Abílio Gomes, “o helicóptero não pode chegar a um qualquer sítio, tem de ter condições mínimas para poisar”. Por isso, o presidente do INEM lançou o desafio a todas as autarquias locais para que criem novas superfícies ou condições nas superfícies existentes. Abílio Gomes entende ainda que é necessário identificar as superfícies existentes em Portugal que permitam a aterragem de helicópteros, fazer um cadastro e, com as entidades envolvidas, estabelecer uma rede que possa ser articulada e coordenada da melhor forma. “Entendemos que as autarquias terão todo o interesse em que os seus cidadãos estejam mais próximos do socorro”, apontou o presidente, sublinhando, no entanto que, será necessário “esperar” que surjam “vontades” para colaborar nesse sentido. Uma expectativa que a ministra da Saúde espera que se possa vir a concretizar em vários concelhos: “era bom que todos os locais dispusessem de um espaço para o helicóptero embora este modelo tenha características que lhe permitam poisar e levantar com mais facilidade”. O helicóptero de emergência sedeado em Macedo de Cavaleiros abrange todo o distrito de Bragança, grande parte do concelho de Vila Real, o norte da Guarda e a zona norte de Viseu, atingindo meio milhão de habitantes. Por ano, a aeronave vai ter um custo de 1,6 milhões de euros aos quais se acrescem mais 872 euros por hora de voo e o pagamento da equipa, constituída por médico, enfermeiro e dois pilotos. Para além do helicóptero, em Macedo ficam ainda sedeadas uma ambulância de Suporte Avançado de Vida (SIV) e uma Viatura Médica de Emergência Rápida (VMER). Esta aposta nos meios terrestres visa permitir que, sempre que o helicóptero, por qualquer motivo, não possa voar, esteja disponível uma viatura para levar a equipa onde necessário.
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