O Bloco de Esquerda questionou hoje quais os critérios subjacentes à escolha dos governadores civis, indigitados ontem em Conselho de Ministros. É que grande parte dos nomeados protagonizou candidaturas socialistas às eleições autárquicas das quais saíram derrotados.
Foi também o que aconteceu em Bragança. Jorge Gomes renunciou ao mandato a poucos meses das eleições autárquicas, para concorrer, pela segunda vez, como cabeça de lista, à presidência da câmara de Bragança. O PS saiu das eleições derrotado, com uma votação de 27,56 por cento, elegendo dois vereadores. Na tomada de posse dos órgãos autárquicos, Jorge Gomes assumiu o lugar de vereação mas admite agora ponderar uma saída por incompatibilidade de funções.
Durante cerca de cinco meses Vítor Alves, militante do PS e professor do Instituto Politécnico de Bragança, assumiu o cargo temporário afirmando, na altura, não estar disponível para se manter no lugar caso o PS vencesse as legislativas, o que veio a acontecer.
De acordo com a RBA, Vítor Alves poderá vir a assumiu outro cargo de nomeação política no distrito, nomeadamente o de director do Agrupamento dos Centros de Saúde do Nordeste, cargo exercido anteriormente por Berta Nunes, actual presidente da autarquia de Alfândega da Fé.
O Bloco de Esquerda, através do líder da bancada parlamentar na Assembleia da Reoública, contestou o facto de muitos dos nomeados terem sido candidatos socialistas às autárquicas e considerou que o perfil geral confirma a “necessidade” de proceder à extinção do cargo.