O segundo comandante e o chefe de equipa dos Bombeiros Voluntários de Vimioso foram identificados, pelos GIP’s da GNR, durante o combate a um incêndio na aldeia de Avinhó, em Vimioso.
Os bombeiros preparavam-se para combater o incêndio recorrendo à técnica do contra-fogo. No entanto, o grupo de homens da GNR que se encontrava no local não terá concordado com o recurso a tal técnica.
Segundo fonte dos bombeiros, o contra-fogo foi autorizado pelo comando distrital e essa terá sido a informação transmitida ao GIP’s. O grupo da GNR terá insistido que na ilegalidade do recurso a este método e, após alguns momentos de tensão entre os homens de ambas as equipas, terão identificado o segundo comandante e o chefe de equipa dos Bombeiros de Vimioso.
O comandante da corporação, Noel Afonso, discorda da atitude do GIP’s e entregou já um relatório de protesto ao comando distrital.
“O contra-fogo foi autorizado pelo comando distrital, como está registado, mas os GIPS insistiram na ilegalidade”, contou o comandante.
Esta já não é a primeira vez que a GNR e os Bombeiros colidem no teatro de operações. Já em Setembro do ano passado, em Valpaços, na mesma situação de uso de contra-fogo, o comandante dos bombeiros foi identificado pelos militares da GNR.
O governador civil de Bragança, Vítor Alves, considera, no entanto, que não há motivo para qualquer divergência entre os dois grupos de intervenção até porque está estabelecido quem dá a indicação para iniciar o contra-fogo e quem o pode realizar.
“Há um código de conduta em relação à operacionalidade e aos actores a quem incube determinado tipo de responsabilidades e isto está claro para todos e é enquadrado num comando vertical, hierarquicamente definido que determina o que se faz no terreno”, apontou.
Vítor Alves desvaloriza a situação até porque “combater um incêndio não é tarefa simples”.
“Há uma dimensão afectiva e emocional dos actores que estão presentes e depois há divergências, mas isso nunca interferiu na prática responsável de todos os actores que estão enquadrados no teatro de operações ”, justificou.
O governador confirmou que o assunto seguiu as “vias normais” e que tudo não terá passado de um “incidente” que se resolve recorrendo aos mecanismos inerentes a uma hierarquia de comando.
Os GIP’s foram criados em 2006 tendo por missão executar acções de prevenção e de intervenção de primeira linha em todo o território nacional, em situações de emergência de protecção e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas, catástrofes ou acidentes graves.
A missão destes militares é actuar nos primeiros minutos dos fogos florestais, no ataque inicial, sendo depois o combate ao incêndio da responsabilidade dos bombeiros.