Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
02 de Dezembro de 2009

Constituída há dois anos, a Academia Ibérica da Máscara está a fazer um levantamento dos exemplares existentes em Portugal e Espanha.

Um trabalho de organização para depois servir como uma espécie de guia a grupos locais.

 

“Tem desenvolvido um trabalho sobretudo de organização, estando a recolher os dados para servirem como modelo para as actuações que os grupos locais devem fazer” explica o presidente da Academia Ibérica da Máscara.

 

António Tiza acrescenta que ainda não há uma previsão para a conclusão deste levantamento. “É um trabalho muito demorado porque nós temos bastantes celebrações deste tipo” refere, salientando que para este trabalho há colaboração com Espanha.

 

A Academia Ibérica da Máscara que surgiu no âmbito da Mascararte.

A quarta Bienal arrancou ontem, em Bragança, com uma exposição de Balbina Mendes sobre as “Máscaras Rituais do Douro e Trás-os-Montes”.

 

Fonte: Brigantia

21 de Abril de 2009

O autarca de Miranda do Douro, Manuel Rodrigo, voltou a reivindicar o acesso dos habitantes do concelho aos serviços de saúde espanhóis. A medida até já foi discutida na Cimeira Ibérica que se realizou, em Zamora, no início do ano, no entanto, até ao momento ainda não foi dado nenhum passo decisivo para que o acesso aos serviços de saúde de Espanha sejam uma realidade para os habitantes da raia fronteiriça.

Manuel Rodrigo aproveitou a visita do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, à unidade de cuidados continuados local, para lhe transmitir o seu descontentamento pelo arrastar do processo.

“Esta reivindicação não é de agora e já houve tempo suficiente para que fosse feito o trabalho de casa”, apontou.

Francisco Ramos justificou que a demora é natural uma vez que se trata de um processo que tem de ser analisado pelos Governos de Portugal e Espanha. Segundo o responsável, depois do primeiro passo que foi dado durante a Cimeira Ibérica, está a ser feito agora um estudo que definirá de forma concreta como será feito esse intercâmbio.

No entanto, para o autarca mirandês, o que é necessário é que a Administração Regional de Saúde reúna, o mais rápido possível, com a Junta de Castela e Leão para avançar com o processo. Desde que o Governo decidiu encerrar os Serviços de Atendimento Permanente durante a noite, deixando apenas um médico à chamada, que Manuel Rodrigo tem vindo a reivindicar a possibilidade de levar os doentes para Espanha. Em causa estão as acessibilidades, a distância e a qualidade dos serviços. É que para transportar um doente de Miranda do Douro para o Centro Hospitalar do Nordeste, continua a ser necessário fazer o caminho por estradas espanholas num percurso que demora cerca de uma hora.

Já se os doentes pudessem ser transportados para Espanha, a viagem seria de apenas meia hora, até à cidade de Zamora, onde existem duas unidades hospitalares que dispõem de várias especialidades, sendo que algumas nem sequer estão acessíveis na região transmontana.

“Não se justifica que a população percorra mais do dobro do caminho quando, a meia hora de distância, há dois hospitais com todas as especialidades que Bragança não tem”.

Actualmente, o concelho de Miranda do Douro conta apenas com cerca de oito mil pessoas e vive um grave problema de envelhecimento e desertificação humana, conforme apontou o próprio autarca.

“Não temos problemas sociais como a pobreza ou o desemprego e as pessoas conseguem viver aqui com um mínimo de qualidade de vida. Só falta gente”.

Segundo Manuel Rodrigo, da experiência que tem como autarca, um dos grandes problemas que faz com que as pessoas não se queiram fixar no concelho, e até na própria região, está relacionado com os cuidados de saúde. Hoje em dia já há muitos habitantes da raia fronteiriça que recorrem ao cartão de saúde europeu para ser atendido do lado de lá, mas reivindica o autarca que isso “não é solução”. Como também, no seu entender, não é solução ter a ambulância de Suporte Imediato de Vida ou o futuro helicóptero do INEM, que ficará permanentemente em Macedo de Cavaleiros.

“A ambulância não resolve a situação e o helicóptero também não vai resolver”, apontou.

Manuel Rodrigo acredita ainda que o acesso a serviços de saúde noutros países será um processo que se irá justificar dentro da própria União Europeia. Francisco Ramos concorda e justifica que, por isso mesmo, este  terá de ser um processo a analisar e definir concretamente dentro da União Europeia.

 

 

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