Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
02 de Outubro de 2012

 

Foto retirada do blog História e Arte

 

O artista João Ferreira apresenta, esta quinta-feira, uma nova exposição de esculturas, na galeria História e Arte, em Bragança. A madeira e o ferro são os dois elementos primordiais desta mostra artística distribuída por duas salas que sugerem duas escalas, duas distâncias diferenciadas, como sugere a nota explicativa.

" A primeira sala expõe tesouros que guardam essências na persistente continuidade de ecos idos, de remotas iconologias. Na outra sala impera o discurso irónico a corromper satiricamente a nossa percepção ao assumir o formato postal como cliché e até anedota da memória congelada".

 

João Ferreira é um artista plástico natural de Bragança que conta já com várias mostras nacionais e internacionais no seu currículo. A matéria e a forma que caracterizam a sua arte remetem, geralmente, para a origem transmontana e para a ligação às raízes.

 

"O prazer de pôr as mãos a fazer coisas" é o título sugestivo desta nova exposição de esculturas a não perder.

 

Evento: Exposição de Esculturas "O prazer de pôr as mãos a fazer coisas"

Local: Galeria História e Arte, nº35, Rua Abílio Beça, Bragança (perto do Museu Abade de Baçal)

Data: 4 de Outubro, 17h30

Entrada: gratuita

 

02 de Outubro de 2010

“Memórias II” é a nova exposição, da autoria de Ana Fernandes, que está patente no Centro Cultural Adriano Moreira, em Bragança, até dia 28 de Novembro.

São objectos que, maioritariamente, todos conseguimos identificar, pese embora muitos tenham perdido o uso: vassouras de piaçaba, antigas resistências de ferro, interruptores de porcelana ou de galalite, formas para cozer o folar, raladores, brinquedos antigos de celulóide. Ana Fernandes pegou em tudo isto e deu uma nova forma a estes objectos, transformando-os em arte, num resultado de inesperadas associações de conceitos e formas que invocam memórias de infância.

Esta é a primeira parte de uma mostra que enche a sala Luís de Camões e que vai beber muito às memórias transmontanas, patentes nas grandiosas e antigas arcas de madeira que servem de montra para alguns dos objectos.


“As arcas de madeira não são da minha autoria, infelizmente”, notou, salientando, no entanto, como muitos dos objectos transformados fizeram parte da infância de grande parte dos portugueses.

“No fundo são memórias de todos, quase todos usaram alguns dos objectos que aqui estão. Tenho aqui peças que foram dos meus avós e dos meus pais, outras que me foram gentilmente oferecidas”, contou.

Natural de Vila do Conde, a escultora considera-se uma “filha da terra”, já que é a Trás-os-Montes que vem, recorrentemente, por razões pessoais e afectivas.

“O meu marido é transmontano e há mais de 40 anos que vimos passar férias à região. fiquei como filha da terra e já sou mais transmontana do que da beira-mar. Gosto imenso dos montes, dos rios, da gastronomia, da franqueza das pessoas...tudo me atrai nesta terra”, confessou.


Mas se na primeira sala do Centro Cultural há uma invocação de memórias que remete para o passado, para a infância dos príncipes e princesas de latão, passando à segunda sala, (sala Miguel de Cervantes), temos, talvez, uma perspectiva de futuro. Recorrendo a diferentes tipos de materiais, nalguns casos, noutros reutilizando e reinventando novas formas e utilizações, Ana Fernandes construiu um modernas peças de design, objectos de parede, acessórios e jóias de uma beleza extraordinária.


É uma “continuação” das memórias sob uma vestimenta actual, futurista em alguns casos, em que vemos nascer máscaras de metal com vassouras de piaçaba, por exemplo, ou raladores que assumem formas humanizadas.

A autora, que ao longo da sua carreira trabalhou com crianças carenciadas, quis sublinhar a necessidade de utilizar, reutilizar, reciclar, reinventar, criar do nada, dando utilidade ao aparentemente inútil nem que seja, apenas, para prazer humano.

A mostra está patente até dia 28 de Novembro no Centro Cultural, em Bragança. Ana Fernandes é licenciada em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian e da secretaria de Estado da Cultura para o Estudo das Tecnologias dos Metais Nobres. Do seu vasto currículo, destaque para o primeiro prémio de escultura da II Bienal de Arte da Associação Industrial Portuense, em 1996.

publicado por Lacra às 22:07
24 de Outubro de 2009

Considerado um dos melhores escultores portugueses, João Cutileiro mostra em Bragança duas das suas facetas menos conhecidas: a fotografia e o desenho.

São cerca de trinta peças, a preto e branco, de grandes figuras das artes e letras que ocupam toda a primeira sala do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais.Vieram directamente das paredes de sua casa e são o “registo espontâneo de uma geração onde sobressaem os retratos de amigos e familiares”. Ali estão Maria do Céu Guerra, o pintor Vieira da Silva ou a escritora Doris Lessin, prémio Nobel da Literatura. A primeira vez que foram expostos foi na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, em 1961. Daí até aos dias de hoje saíram apenas umas quatro vezes. Mas os comissários responsáveis quiseram destacar também o fotógrafo João Cutileiro, como explicou Jorge Costa.

"A fotografia sempre acompanhou o trabalho dele, desde cedo. Aliás, ele sempre procurou formas que acelerassem o processo criativo, mesmo na escultura, e a fotografia permite-lhe isso mesmo".

Cutileiro revela que, de facto, não foi a primeira vez que escolheram fotografias, mas adianta que “é raro”.

No piso superior as esculturas ocupam o espaço central enquanto que a figura feminina ocupa as paredes, quer nos quadros de diorito negro, quer nos desenhos a tinta da china.

Inspirado nas Vénus de Boticelli ou nas Majas de Goya, Cutileiro reinterpreta o corpo feminino a tinta da china e depois faz o mesmo exercício em grandes e pesadas placas de diorito negro polido, onde trabalha os traços lineares com as ferramentas que ele próprio introduziu na Escultura. Ao transpor para a pedra as mulheres projectadas no papel, Cutileiro faz o exercício de aproximar o Desenho da Escultura, área em que foi um verdadeiro revolucionário.

João Cutileiro será sempre recordado pelo famoso D. Sebastião, uma estátua colocada em Lagos, mandada fazer na década de sessenta. O artista, rompendo com todas as normas, criou uma representação real de D. Sebastião a quem a feição de boneco articulado retira qualquer heroísmo. Mas esse realismo é a grande marca de Cutileiro.

As arvores e os pássaros que ocupam o Centro de Arte não são mais do que isso, representam o que são em esculturas feitas através de vários blocos de granito e de pedras que diferem na sua textura e assimetrias.

O mesmo se passa com os guerreiros colocados na entrada da exposição e feitos de paralelepípedos desiguais, placas perfuradas ou outras matérias residuais, reinventadas por Cutileiro.

Até 10 de Janeiro de 2010 este “mundo” artístico de João Cutileiro está aberto a todo o público. 

Carla A. Gonçalves

 

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