A delegação de Bragança da Cruz Vermelha está a articular, com a sede nacional, a compra de um edifício na zona rural para oferecer outro tipo de respostas sociais, nomeadamente ao nível das famílias mais desfavorecidas ou das vítimas de violência doméstica.
Segundo Joaquim Queiroz, presidente da delegação de Bragança, a actual sede da Cruz Vermelha, instalada na cidade, junto ao Estabelecimento Prisional, “não possibilita que sejam dadas outro tipo de respostas sociais”. Ali são prestados alguns cuidados de enfermagem e realizados estágios profissionais, não sendo possível prestar outro tipo de ajudas de envolvência social.
A nova estrutura física está pensada para receber um lar residencial com características “especiais”, que permita o acolhimento de famílias de uma faixa económica mais desfavorecidas. Pretende-se ainda que o local servia de centro de atendimento temporário para pessoas vítimas de violência doméstica, uma problemática para a qual tem sido solicitada a intervenção da Cruz Vermelha, através da linha 144, a linha de emergência social.
O responsável notou que, a nível distrital, têm recebido chamadas de ajuda, normalmente relacionadas com situações de desavença familiar que têm na base a falta de suporte financeiro.
“Temos sentido necessidade de um centro de apoio temporário, temos sido solicitados através da linha 144 por pessoas que são vítimas de violência doméstica ou de desavenças familiares e sentimos dificuldades de as colocar à nossa guarda durante algum tempo”, apontou.
A delegação da Cruz Vermelha tem sempre a salvaguarda de poder utilizar espaços comerciais mas, mesmo assim, Joaquim Queiroz considera que seria “importante” ter um espaço próprio para essas pessoas.
O processo de aquisição do edifício já está a ser articulado com a sede nacional, em Lisboa, mas o processo ainda não está fechado. A delegação de Bragança aguarda uma resposta concreta para efectivar a aquisição. Caso a aquisição não se venha a concretizar, a delegação local pondera construir um espaço de raiz, também na área rural.
“A nossa lógica tem sido de aproximação à área rural porque é onde sentimos que existem alguns problemas fruto do isolamento e do despovoamento”, afirmou.
Carro móvel de apoio às aldeias
Outro dos grandes desafios da delegação local passa pela aquisição de um carro móvel adaptado que permita aos voluntários dar apoio às pessoas idosas das freguesias rurais.
Actualmente, a Cruz Vermelha já presta serviços de enfermagem em cinco freguesias do concelho de Bragança – Salsas, Babe, Sendas, Quintanilha e Meixedo – num total de 13 aldeias. O que se pretende com o carro móvel adaptado é chegar a mais localidades e oferecer mais serviços aos idosos, nomeadamente ao nível do pagamento de contas, serviços relacionados com a Segurança Social, posto de acesso à Internet, entre outros.
“Queremos levar um serviço de proximidade aos idosos evitando que tenham de se deslocar propositadamente à cidade por pequenas coisas que podemos fazer ali mesmo”, justificou Joaquim Queiroz.
A viatura está orçada em cerca de 60 mil euros, um valor que está fora do alcance da delegação local. No entanto, segundo o responsável, “há recursos humanos, vontade das juntas de freguesia” e, a nível nacional, têm sido tentadas algumas parcerias. A Cruz Vermelha vai tentar agora sensibilizar a autarquia local para que seja concedido algum apoio que permita, ainda este ano, concretizar esse projecto.