A PSP de Bragança realizou, na passada sexta-feira, uma acção de sensibilização com empresários e comerciantes locais para os alertar para os cuidados a ter, sobretudo em época natalícia, para prevenir assaltos. Segundo os dados apresentados, a maioria destes crimes são praticados por menores de 16 anos e a tendência é para um aumento.
Em relação ao ano passado, o aumento foi de cerca de oito por cento, um número que, segundo o comandante, Amílcar Correia, se fica também a dever à mobilidade das pessoas e que pode vir a ser agravado com a construção da futura auto-estrada transmontana.
Segundo explicou, os dados indicam que há crimes que são praticados em Bragança por pessoas que não são da cidade, mas que facilmente se movimentam e apontou, como exemplo, que aquando da abertura do IP4 se verificou na cidade uma vaga de crimes, nomeadamente assaltos a lojas de telemóveis, que se ficaram a dever a essa fácil mobilidade.
Por isso, o comandante acredita também que com a construção da futura auto-estrada transmontana se possa verificar o mesmo fenómeno: “é crível que a construção da auto-estrada possa vir a ter significado a esse nível”.
Desde 1 de Janeiro deste ano até 30 de Novembro a PSP teve a participação de 54 crimes de furto a estabelecimentos com arrombamento, escalamento, chaves falsas e outros métodos. Destes crimes, 23 foram resolvidos, tendo sido identificados e constituídos arguidos 28 suspeitos. Alguns dos indivíduos praticaram mais do que um crime e outros foram praticados por vários indivíduos em grupo.
No entanto, quando os suspeitos em causa são menores de 16 anos, o Tribunal considera-os inimputáveis. Ou seja, a PSP participa o caso ao Ministério Público e o Tribunal decide que medidas de segurança aplicar. Por norma, quando os jovens ainda estão ao cuidado de familiares, o Tribunal opta pela recuperação em família. Mas já têm sido aplicadas medidas como o internamento em estabelecimentos de recuperação.
Medidas aconselhadas
É nas épocas festivas que a criminalidade parece aumentar substancialmente e, por isso, a PSP aconselha os comerciantes e empresários a colocar alarmes e sistemas de videovigilância e a tê-los em funcionamento, a colocar protecções nas portas e janelas, a retirar o dinheiro da caixa registadora e deixar a gaveta aberta, entre outras medidas de precaução que visam evitar danos em caso de assalto.
É que, segundo o responsável da Investigação Criminal, na maioria dos casos os assaltantes querem apenas dinheiro para o consumo de drogas. Esse facto é também uma das principais dificuldades que depois se coloca à investigação, pois desfazendo-se facilmente do dinheiro, é mais difícil resolver o caso.
Por isso, é importante que
No entanto, no caso de assalto, um dos principais alertas da PSP é para não oferecer resistência e colaborar sempre com o assaltante, tentando observar bem as suas características. Caso o comerciante se depare com o estabelecimento assaltado, ou caso seja vitima de assalto, a PSP pede para que não se toque em nada do cenário do crime.
Nos 54 crimes participados, a Polícia Técnica realizou 47 exames, mas apenas foi possível recolher vestígios positivos em 17 dos locais.
“Por um lado, houve inviabilização das provas porque as pessoas mexeram no cenário do crime. Por outro, verificamos que muitos assaltantes usaram luvas”, explicaram durante a sessão.