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O relatório final sobre as causas do acidente na linha ferroviária do Tua, ocorrido no dia 22 de Agosto, que causou um morto e 35 feridos, só vai ser conhecido dentro de um mês.
O prazo de trinta dias estipulado pelo Ministro das Obras públicas, Transporte e Comunicações à Comissão Técnica de Inquérito (CTI) já foi ultrapassado e agora, esta equipa, nomeada por Mário Lino, solicitou a prorrogação do prazo até dia 22 de Outubro, alegando que “os estudos especializados da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e de outras entidades ainda decorrem e que os mesmos são determinantes para apurar as causas do acidente”. Uma fundamentação aceite pelo Ministro.
Recorde-se que Mário Lino determinou que a CTI devia socorrer-se de todos os meios e apoios especializados, incluindo a intervenção especializada do departamento competente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), nomeadamente para a avaliação do estado da via férrea, de acordo com os padrões de segurança exigíveis, e a adequação do material circulante às condições físicas da via.
Uma das razões para esta demora terá a ver com o facto dos elementos daquela Faculdade só terem estado no local do acidente, em duas ocasiões - a última das quais na passada segunda-feira – para fazer o levantamento e efectuar alguns testes para averiguar as condições em que se encontra a via.
Recentemente, a empresa nacional responsável pela manutenção do material ferroviário (EMEF) garantiu, em comunicado, que as automotoras que circulam na Linha do Tua são das mais "fiáveis e seguras de toda a frota da CP”.
Recorde-se que o relatório preliminar CTI, entregue 48 horas após o acidente, não apurou causas para o acidente. As primeiras conclusões afastavam a existência de qualquer problema com a automotora e a linha e constava uma possível explicação para o acidente que podia estar na abertura de uma vala que a Refer fez junto à linha para a instalação de um cabo de fibra óptica.
Outro obstáculo encontrado durante este inquérito é o problema legal relacionado com o disco que mede a velocidade da automotora. O disco foi recolhido logo a seguir ao acidente por elementos da GNR, sendo por isso desconhecida a velocidade a que circulava a composição acidentada.
Já numa perspectiva de algum optimismo, dentro de um mês a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) poderá vir a apresentar apenas um relatório preliminar sobre as conclusões das causas do acidente na linha ferroviária do Tua.
O deputado municipal independente, José António Ferreira, apresentou, na Assembleia Municipal de Mirandela uma proposta à Câmara Municipal para avaliar da relevância e da defesa dos interesses locais em submeter a referendo local a manutenção e exploração da Linha do Tua, “como matéria essencial para o nosso desenvolvimento local e defesa da população, na decisão do seus interesses colectivos”.
José Ferreira diz estar na altura dos cidadãos eleitores serem chamados a pronunciar-se sobre este assunto.
O executivo da câmara municipal de Mirandela está disponível a analisar a viabilidade jurídica para realizar o referendo sobre a linha do Tua.
Resta esperar para ver, mas já se sente no ar um prenúncio de morte....