Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
10 de Agosto de 2010

Um incêndio num palheiro, em Selores, Carrazeda de Ansiães, vitimou uma criança de nove anos, esta terça-feira, segundo informações apuradas junto da corporação local.

Os Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães confirmaram a morte de uma criança de nove anos. Segundo contaram, a menina ter-se-á deslocado ao palheiro acompanhada por uma outra criança e munidas de uma vela para verem uns gatos recém-nascidas. Ainda não se sabe como o incêndio terá deflagrado, mas do local apenas conseguiu sair a criança mais velha.

Os Bombeiros acorreram ao local, assim como o INEM e o helicóptero, no entanto, a criança foi encontrada já sem vida.

As altas temperaturas têm levado o Instituto de Meteorologia a colocar o distrito de Bragança em alerta máxima. Ainda esta semana, houve o registo de um fogo em França, concelho de Bragança, junto ao Parque Natural de Montesinho, num dia em que a visibilidade era mínima devido à intensa névoa provocada pelo calor e pelo fumo dos incêndios que têm deflagrado em todo o Norte de Portugal.

 O incêndio, com duas frentes, teve início ao final do dia de 9 de Agosto e envolveu no seu combate 36 homens, apoiados por oito viaturas. Estiveram envolvidos os Sapadores Militares, os Bombeiros de Izeda e os GIP’s da GNR.

A Paisagem Protegida do Azibo, em Macedo de Cavaleiros, também foi atingida por um fogo que mobilizou 30 bombeiros, apoiados por seis veículos dos Bombeiros de Macedo, vigilantes da Paisagem Protegida, uma equipa GIP’s terrestre e uma equipa GIP’s Aérea.

Ainda em Bragança, esta semana, um incêndio urbano atingiu uma habitação, em Rebordãos, tendo sido mobilizados para o local um veículo de combate a incêndios urbanos e um veículo especial de combate a incêndios.

Os soldados da paz tiveram de intervir, também, em Algoso, no concelho de Vimioso, num incêndio que consumiu mato e pinho e que trouxe preocupações acrescidas devido aos difíceis acessos. No local estiveram 53 Bombeiros apoiados por 12 viaturas e um helicoptero de ataque inicial.

Preocupante foi, também, o fogo que deflagrou, na semana passada, em Marzagão, no concelho de Carrazeda de Ansiães, onde estiveram presentes cerca de cem bombeiros e um helicóptero bombardeiro pesado Kamov.

Com duas frentes activas, o fogo esteve activo durante três dias tendo sido activado para o local o GRIF de Bragança, constituído por  meios humanos e materiais dos Corpos de Bombeiros de Bragança, Vila Flor, Izeda, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Sendim e Vimioso, sendo o Comandante da Força o Comandante de Vimioso João Noel.

Ao local deslocou-se, ainda, o Governador Civil de Bragança, para dar apoio às equipas no terreno e inteirar-se da situação no local.

Os difíceis acessos condicionaram o domínio do incêndio que chegou a ser dado como dominado, tendo reactivado meia hora depois.

Também na aldeia de Morais e Lagoa, no concelho de Macedo de Cavaleiros, viveram-se momentos de pânico, no passado Sábado, quando o fogo tomou maiores proporções devido ao vento que se fazia sentir.

No local estiveram presentes 55 homens e 14 viaturas.

Recorde-se que o distrito de Bragança tem estado em alerta máximo para o risco de incêndios.

 

13 de Dezembro de 2009

 

Comemoram-se amanhã oito anos do Douro Património Mundial. Projecto, que deve estar concluído até 2011, quer despertar a região para o turismo cultural e religioso, usando as novas tecnologias para "Visitar, Conhecer e Reconhecer".
 

As novas tecnologias vão ajudar a promover o património. Os turistas que visitem o Douro poderão percorrer a Rota do Turismo Religioso guiados por um aparelho MP3, cujo conteúdo estará disponível em quatro línguas, no âmbito de um projecto que vai custar 378 mil euros e se pretende concluído até Agosto de 2011.

O projecto, intitulado "Douro Religioso: Visitar, Conhecer e Reconhecer", é promovido pela Turel - Desenvolvimento e Promoção do Turismo Cultural e Religioso e conta ainda com a parceria de entidades como a Diocese de Lamego, Turismo do Porto e Norte de Portugal.

O objectivo do projecto é despertar o Douro, classificado como Património Mundial da UNESCO em 2001, para o turismo religioso, tornando-o em mais um factor de atracção de visitantes para o território. Varico Pereira, director técnico da Turel, explicou à Agência Lusa que o projecto vai ser comparticipado em 70 por cento pelo programa operacional regional do Norte.

Repartido por três fases, o projecto tem conclusão prevista até Agosto de 2011, com a criação de um Centro de Interpretação do Turismo Religioso no Douro, organismo que vai ficar localizado no Museu Diocesano, em frente à Sé de Lamego.

Segundo Varico Pereira, até Janeiro a Turel começa a fazer o inventário do património religioso na Diocese de Lamego, designadamente dos edifícios, santos ou paramentaria que possam ser mais significativos e importantes para o turismo e despertar maior interesse junto dos que visitam aquela região.

Depois deste trabalho, segue-se a elaboração do Guia do Douro Religioso, que abrangerá já todo o património da região duriense, incluindo as dioceses de Vila Real e Bragança/Miranda, e será organizado um catálogo para os operadores turísticos.

Serão ainda produzidos conteúdos para aparelhos de MP3, em português, inglês, espanhol e francês, que guiarão os turistas pelos principais locais religiosos da região. Os conteúdos serão diferenciados para crianças e adultos e poderão estar disponíveis nos postos de turismo ou nos próprios locais a visitar.

No Centro de Interpretação serão efectuadas exposições ligadas à religião, como paramentaria ou ourivesaria, estando ainda previstos concertos de arte sacra (em capelas ou mosteiros), e peças de teatro.

Varico Pereira salientou que a Rota do Património Religioso do Douro, onde estarão incluídas as capelas miradouros como a Galafura ou São Salvador do Mundo, irá complementar outras rotas já existentes na região, como a do Vinho do Porto ou de Cister.

"Esperamos descobrir algumas maravilhas à medida que o levantamento seja feito, mas obviamente que há património que é incontornável como a Sé Catedral de Lamego, o Mosteiro de São João de Tarouca ou a Capela de Nossa Senhora do Desterro, que pouca gente conhece e está praticamente fechada em Lamego", salientou o responsável. Outros edifícios de interesse neste território são os santuários da Senhora dos Remédios, da Senhora da Lapa, da Senhora da Pena, da Senhora da Saúde ou o Mosteiro de Salzedas.

Com 25 mil hectares inseridos na Região Demarcada, o Douro Património Mundial engloba os municípios de Alijó, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.

 

 

Fonte: Diário de Notícias

01 de Julho de 2009

 Há 25 anos atrás a pacata aldeia de Zedes, no concelho de Carrazeda de Ansiães, foi notícia a nível nacional. Não pela famosa anta funerária que ali existe, mas sim pelo discurso polémico proferido pelo então bispo da diocese de Bragança-Miranda, D. António Rafael, no âmbito da realização da II Semana Cultural. Numa análise à situação política e económica que se vivia na altura, D. António concluiu que mandar dinheiro para Portugal era metê-lo num “saco roto”.

Portugal vivia então uma crise económica alarmante que “obrigou” o governo do bloco central (PS/PSD), liderado por Mário Soares e Mota Pinto, a pedir a intervenção directa do Fundo Monetário Internacional (FMI). Foi nesse ano que se verificou uma inflação recorde de 29,3 por cento; um crescimento negativo do Produto Interno Bruto; o aumento do desemprego; o aumento das falências e um número crescente de trabalhadores com salários em atraso.

Muitos portugueses, sobretudo de Trás-os-Montes e da região Norte, encontravam-se emigrados em França, na Alemanha, na Suíça ou no Luxemburgo. Este foi um fenómeno que ocorreu em força sobretudo nos anos 60 e que afectou muito as populações rurais, que, dado os desequilíbrios regionais e o atraso da agricultura, procuraram fontes alternativas de rendimento. As remessas enviadas geravam um fluxo financeiro de grande importância, mas isso não se estava a reflectir em todo o país.

Convidado a reflectir sobre a problemática, D. António Rafael pôs o dedo na ferida: o dinheiro dos emigrantes transmontanos não chegava ao Nordeste Transmontano.

“Vedes como vamos de vias rápidas, estradas, obras públicas, e como estaria todo o distrito, se não fossem as vossas construções de habitação, o desenvolvimento promovido pelos que retornaram do Ultramar e as iniciativas e realizações das autarquias. Não é para o investimento e fomento nacional, porque vós vedes como por todo o país, os edifícios públicos estão em crescente degradação e as empresas nacionais em aceleradas descida para a falência. Os vossos milhões de contos são para financiar o esbanjamento e o lordismo nacional, ou mais exactamente a mandriagem e a corrupção generalizada e retardar a bancarrota. (...) Os emigrantes deviam pedir do Estado que investisse o seu dinheiro no Nordeste, desenvolvendo a região, criando postos de trabalho e condições de vida para o seu regresso, ou então valorizá-lo para vos o terdes à disposição e poderdes investi-lo e aplicá-lo onde quisésseis e como quisésseis. (...)

Estamos a gastar o que não temos e a consumir o que não produzimos. Custa dizê-lo, mas a verdade é esta: mandar dinheiro para Portugal é metê-lo em saco roto”.

A frontalidade e a dureza das palavras ditas quebrariam a placidez de um Verão que se esperava “politicamente frio”. Para além do Mensageiro, dois jornais diários publicariam o discurso de D. António na íntegra, enquanto que outros alimentariam a polémica do “Saco Roto” durante algum tempo.

A expressão ganharia tal força que, em 1985, o jornal Mensageiro tinha inclusive uma coluna com esse nome onde analisava a situação da região e do país.

Passados 25 anos, a Associação Cultural e Desportiva de Zedes e a Junta de Freguesia local vão evocar as memórias desse dia e desses tempos. Assim, no dia 1 de Agosto será inaugurada uma exposição com antigos jornais que deram notícia do acontecimento. A associação espera ainda conseguir outros registos, nomeadamente fotográficos, de particulares que tenham estado presentes no evento.

João Sampaio, presidente da direcção da Associação, vai também fazer uma reflexão sobre “o poder da palavra: dada e escrita”.

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obrigado Cris:)
Bem vinda :))
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