Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
02 de Outubro de 2010

O passado colonialista que marcou Moçambique e Angola é visto como um dos factores que tem contribuído para que estes dois povos continuem a ter alguma “resistência” às futuras introduções previstas no Acordo Ortográfico.

Segundo Edma Satar, da Universidade de Lisboa, a Língua Portuguesa é uma realidade no dia-a-dia de Moçambique e “os moçambicanos consideram que não precisam do acordo ortográfico porque falam e escrevem como os portugueses”. Mas, para além da relutância “natural” em aceitar “pequenos ajustes”, próprios da evolução de uma língua, a especialista, natural de Moçambique, ressalta o peso que o passado colonialista ainda tem no presente do povo moçambicano.

“O termos lusofonia não é bem aceite porque ainda há muita mágoa pelo passado colonialista”, apontou, à margem dos Colóquios de Lusofonia, que terminam hoje, em Bragança.

Edma Satar considera que é necessário uma maior divulgação e explicação sobre as novas regras que se pretendem aplicar à Língua Portuguesa, até para que se possam desfazer algumas “ideias erradas”.

Uma opinião que foi partilhada por John Gadzekpo, da Nigéria, que foi convidado  dos Colóquios para abordar a Literatura Africana. Através de Pepetela e a obra “O Cão e os Caluandas”, John Gadzepo quis abordar as dificuldades da construção de um país pós-colonial como Angola.

“Nós tivemos uma história muito difícil, traumática, mas também houve coisas positivas. Como peneirar toda essa experiência para que a nação possa ir além, incorporando todos os elementos presentes, é o grande desafio da África Lusófona”, considerou.

A quebra de barreiras que se perspectiva que o novo Acordo traga para o espaço da Lusofonia é vista como a grande mais-valia, mas, para isso, Edma Satar aponta que é necessário que Portugal assuma “o papel principal”.

Através do autor Rui de Noronha, um poeta mal conhecido em Portugal, lutador do povo moçambicano em prol da independência e da autonomia, Edma Satar quis alertar para a necessidade de valorizar a Literatura Africana, que tem a particularidade de ressaltar o que houve de negativo no passado das ex-colónias.

“Este abraço entre o Brasil, as ex-colónias e Portugal é muito necessário e Portugal tem um papel principal na difusão e na aceitação de toda a nossa cultura”, salientou.

O passo a dar no futuro é “deixar para trás” o passado colonialista que tem manchado o relacionamento com a Língua Portuguesa.

 

28 de Setembro de 2010

Academistas defendem vantagens de adoptar uma só ortografia para a Língua Portuguesa

O Acordo Ortográfico é mais “simples” para os portugueses do que para os brasileiros. A convicção é de Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, que aponta que os brasileiros tiveram de “abrir mão” e “mudar mais hábitos” do que terão, propriamente, os portugueses de fazer.

Desde Janeiro de 2009 que o Brasil está a aplicar a nova versão do acordo “a pleno vapor”, conforme apontou o especialista, à margem da abertura do Colóquio de Lusofonia, que se realiza em Bragança até dia 2 de Outubro. Em Portugal, o Ministério da Educação apontou o ano lectivo de 2011/2012 como aquele em que os manuais devem passar a adoptar a nova ortografia, mas, no entender de Malaca Casteleiro, da Academia de Ciências de Lisboa, esta data devia ter sido negociada com o Brasil, para que ambos os países aplicassem as novas regras ao mesmo tempo.

Em Portugal, apenas algumas publicações adoptaram as novas regras, havendo ainda alguma resistência por parte da população em geral que Evanildo Bechara considera “normal” devido às “constantes” mudanças ortográficas que provocam “confusão”.

“O público escreve por memória visual, se a língua está sempre a sofrer mudanças ortográficas, torna-se complicado”, apontou.

A mesma opinião partilha Malaca Casteleiro que considera que as novas regras vão, sobretudo, beneficiar as “gerações vindouros”, que passarão a deixar de escrever consoantes que não lêem, por exemplo.

Mas mais do que uma simplificação de ordem didáctico-pedagógica, estes especialistas defendem que a utilização de uma só ortografia por todos os países onde é falada a Língua Portuguesa, se traduz na apresentação de um grupo lusófono com “maturidade política e linguística”.

O entendimento para uma só ortografia é, ainda, uma “medida necessária para a promoção da Língua Portuguesa no mundo”. Malaca Casteleiro defende que não faz sentido que uma Língua de grande projecção internacional tenha duas ortografias e aponta mais uma vantagem ao novo Acordo: vai permitir que seja uma língua de trabalho e uma língua oficial em novas instituições.

O 9º Congresso de Lusofonia arrancou, oficialmente, em Bragança, no passado dia 27 de Setembro. Os vários especialistas vão debater as questões da Lusofonia até ao dia 2 de Outubro.

21 de Setembro de 2009

Condenado pelo Tribunal de Bragança a sete anos de cadeia pelos crimes de lenocínio, auxílio à imigração ilegal, exploração de mão-de-obra ilegal e coacção física, Domingos Celas Pinto recorreu para a Relação do Porto. Detido em 2004, quando dirigia o bar de alterne Nick Havana, em Bragança, foi libertado em 2006 por excesso de prisão preventiva. Fugiu para o Brasil, mas o Supremo Tribunal Federal deste país decidiu, no passado dia 10 de Setembro, pela sua extradição para Portugal.

Foi já no Brasil que Domingos Celas Pinto soube da decisão do Tribunal da Relação do Porto. Os juízes decidiram pelo agravamento da pena para oito anos de prisão – tendo sido emitido um mandado de captura internacional contra o empresário do alterne.

Detido em território brasileiro em Agosto do ano passado, Domingos fez tudo para evitar a extradição para Portugal. Usou dois argumentos: a nulidade do pedido de extradição, por ter sido mandado em liberdade após esgotada a prisão preventiva, e o facto de ter mulher e filhos no Brasil (recorde-se que o bar Nick Havana e outros bares de alterne de Bragança trabalhavam, sobretudo, com mulheres brasileiras).

O Supremo Tribunal Federal do Brasil não foi sensível aos argumentos da defesa. Domingos vai mesmo ser extraditado para Portugal, pedindo, no entanto, a Justiça brasileira que lhe seja descontado na pena o tempo de prisão preventiva (cerca de um ano e um mês) que cumpriu no Brasil. Se a isto somarmos os dois anos em que esteve preso em Portugal, Domingos Celas Pinto tem pela frente cerca de cinco anos de prisão efectiva em Portugal.

Outros dois gerente do Nick Havana foram condenados a penas de 6 anos de prisão pelo Tribunal de Bragança. O fecho dos bares de alterne surgiu depois do famoso manifesto das ‘Mães de Bragança’ contra a prostituição e de a revista ‘TIME’ ter feito capa sobre o assunto na edição europeia.

 

PORMENORES

OUTRO FORAGIDO

Manuel Podence, dono do Top Model, foi condenado a 9 anos de prisão mas também fugiu, apesar de ter pulseira electrónica.

NUNCA FOI DETIDO

Camilo Gonçalves, do bar ML, foi condenado à revelia a 9 anos. Estará na Venezuela.

 

Fonte: Correio da Manhã

22 de Abril de 2009

A capital mundial do marranismo

Carção, um vilarejo da região de Trás-os-Montes, no Norte de Portugal, próximo a Bragança e a poucos quilômetros da fronteira com a Espanha, é tido por alguns pesquisadores como a capital do marranismo. Seus cerca de seiscentos habitantes, na maioria idosos, são verdadeiros almocreves, pessoas que, desde a Idade Média até meados do século 20, se dedicavam ao transporte de cargas em animais, e descendentes de cristãos-novos. Eles carregam na memória o orgulho e o peso de serem descendentes de judeus que, perseguidos pela Inquisição portuguesa entre os séculos 16 e 18, foram obrigados a renunciar à fé judaica e se converteram ao cristianismo. Muitos de seus antepassados foram processados, acusados de conduta judaizante pelo Santo Ofício, condenados à morte no pelourinho e queimados por não abrirem mão de sua crença. Outros se converteram ao cristianismo para sobreviver. Ao todo, 250 dos moradores de Carção passaram, em seu tempo, pelos tribunais do Santo Ofício, e desses, 25 foram supliciados pelo fogo ou garroteados em público.

Nas férias de verão, Carção muda de fisionomia com o aumento da população, ao receber seus jovens, como é o caso de Paulo Lopes. Este descendente de marranos, que conheci de forma inusitada, recebeu-nos de braços abertos, acolhendo-nos como se fôssemos alguém de sua família há muito tempo esperado. Professor secundário, ele trabalha nos Açores e, nas férias, como muitos de seus companheiros de juventude, retorna de regiões distantes ou de outros países para visitar a família. Nos intervalos, dias de folga ou madrugada afora, dedica-se ao preparo de seu doutorado em História da Arte. E ainda encontra tempo para ser o editor da revista local, produzida pela Associação Cultural dos Almocreves de Carção, "freguesia" pertencente ao "concelho" de Vimioso.

O corpo editorial da revista Almocreve procura preservar e resgatar o passado histórico de sua gente. Os almocreves de Carção, no passado, utilizavam mulas de carga e andavam de terra em terra para vender mercadorias ou comprar peles de animais para serem tratadas e abastecer as fábricas de tratamento de peles (os pelames) e de cola (com o aproveitamento dos resíduos das peles) de forma a prover a região ou as fábricas do Porto, Covilhã ou Guimarães.

Fui parar em Carção de maneira totalmente inesperada; uma terra longínqua, da qual jamais ouvira falar e onde me senti em casa, entre familiares e amigos, com quem pude compartilhar histórias e afinidades de costumes e de tradição que me tocaram profundamente. Emergiu desse encontro um sentimento de irmandade, de sincronismo de ideias, difícil de descrever mas fácil de sentir. Algo que deve se assemelhar ao que Freud chamou de "arquitetura anímica", isto é, um conjunto de elementos psíquicos que "permite que os indivíduos de um determinado grupamento, coletividade, irmandade ou classe encontrem similaridades, familiaridades e se reconheçam como pertencentes a tal grupo ou comunidade, a despeito de histórias de vida totalmente díspares".

Tudo começou na missa de sétimo dia de um amigo cristão. Dirigi-me à igreja onde ocorreria o ato religioso e, lá chegando, encontrei-me com um Sr. Adriano, do qual jamais ouvira falar, e que lá estava para prestar as últimas homenagens ao falecido. A igreja ainda estava vazia, e ele, vestido de forma elegante, procurava o interruptor de luz para clarear o recinto.

Um tanto constrangido, perguntei-lhe de quem era a missa, pois havia o risco de chorar por equívoco a morte de um estranho, decerto também merecedor de minha compaixão. Ele me contou que é escritor, membro da Casa do Poeta de São Paulo. Contou-me sobre seus últimos ensaios. E eu, para não me sentir passado para trás, contei-lhe que também havia publicado livros, e que, no momento, estava interessado em estudar Maimônides. Adriano se disse descendente de marranos e narrou a história comovente de seus pais e familiares, provenientes de Carção, cujos ancestrais eram cristãos-novos. Descreveu o modo como eles viviam e os resíduos de comportamentos judaicos presentes nos hábitos e costumes de sua gente, muitos deles com cabelos ruivos e pele clara, que costumavam fechar as janelas às sextas-feiras ao entardecer, acender velas e cobrir os espelhos da casa por ocasião de morte na família. Disse-lhe que sou judeu e ele prosseguiu, entusiasmado, relatando como a Inquisição portuguesa perseguiu os judeus de Carção, principalmente entre os séculos 16 e 18. Deste encontro nasceu uma amizade e a troca de muitas informações, que culminaram com a apresentação, por e-mail, de Paulo Lopes, um amigo de Adriano. Resolvi, então, conhecer Carção.

Minha esposa Ruth e eu fomos de carro, da linda e romântica cidade do Porto até Bragança. Assim que chegamos, Paulo Lopes veio nos receber e nos contou, durante duas horas, sem nenhuma interrupção, sobre sua vida e o vilarejo de Carção. Combinamos um encontro na aldeia, às 12h do dia seguinte, pois ele havia também marcado com outros dois amigos portugueses, diante da casa dos pais de Adriano. Chegamos uma hora antes do combinado e tivemos tempo para fazer um giro a pé pela região, onde a vida rural predomina, entre o verde e o bege de um terreno árido e pedregoso, de vegetação rala entre oliveiras, hortaliças, áreas de pastoreio, indústrias e artesanatos rudimentares. Encontramos, pelas ruas de terra ou de pedra, mulas carregando produtos agrícolas, semelhantes às que eram conduzidas pelos almocreves de um passado distante, quando os vendedores ambulantes, judeus e depois marranos, vendiam queijo, sal, peixe, farinha, azeite, cereais e lã.

Os judeus e marranos dominavam o comércio local e dos arredores e, montados em mulas ou machos de carga, caminhavam pela região, transportando e fazendo comércio de peles. A indústria do curtume era realizada também por eles que, para amaciar a pele, utilizavam uma técnica rudimentar a partir do uso de excrementos de cães, que coletavam pelos caminhos. Isto gerava escárnio por parte dos cristãos, que ofendiam a honra e a dignidade dos judeus e marranos que transitavam por ali - o que fica patente no seguinte soneto popular:


Caga perro, caga cão, P'ra curtir o cordovão;


Caga cão, caga perro,
P'ra curtir o bezerro.

 

Outros judeus eram artesãos ou mercadores ambulantes de bacalhau, arroz, azeite, oferecendo de casa em casa seus artigos, ampliando significativamente o comércio da região. Aos cristãos cabia a lavoura.

Paulo conta-nos um pensamento popular sobre a riqueza dos judeus de Carção: "A um judeu nada mais faltava para fazer fortuna que uma libra e uma mula e, quando aqui nascia algum [judeu], logo nascia uma mula, tão habitual era a atividade deles como almocreves".

Já na parte baixa da aldeia, passamos pela casa da senhora Mathilde Jerónimo que estava trabalhando em um tear manual, tão antigo e vivido quanto ela. Com a pele enrugada pelos anos, talvez mais de setenta, pela aridez da terra, do frio e do sol, tecia uma colcha, segurando em uma das mãos uma lançadeira (tipo de agulha) que também é, juntamente com a menorá, ou candelabro de sete braços característico do judaísmo, um dos símbolos da recém-criada bandeira de Carção, representando a capacidade de trabalho do povo e o amor pelo artesanato. O espaço era exíguo, de paredes e piso de pedra, uma antiga estrebaria ou armazém de trigo e feno, separado por um teto de madeira da parte superior da casa nos séculos da Inquisição. A parte social e os dormitórios, principalmente no inverno, eram aquecidos pela dissipação do calor dos animais e do feno. Imaginei como aquilo se parecia à realidade da aldeia judaica de onde vieram minha mãe e avós maternos, Yedenetz, na antiga Bessarábia.

Prosseguimos andando pela parte baixa da povoação, onde os judeus se aglutinavam numa espécie de gueto depois habitado pelos marranos, termo pejorativo com que eram chamados os cristãos-novos, cujo significado é "sujos" ou "porcos". Cruzada a "rua do meio", nome da travessa que separava os judeus dos cristãos, seguimos em direção à casa que havia pertencido aos familiares de Adriano. Paulo nos explica que acima da "rua do meio" viviam os cristãos e, abaixo, os judeus ou marranos.

Em Carção ainda existem algumas casas não recobertas de argamassa, em cujas paredes de pedra podem ser percebidas depressões onde os judeus colocavam mezuzót, pequenos rolinhos manuscritos que contêm um trecho bíblico que fala sobre o Deus único. É um costume judaico tocá-los com os dedos e depois beijá-los, ao entrar e sair de casa. Foi possível ver inscrições de cruzes com uma base triangular, deixadas pelos cristãos-novos como forma de disfarce para não serem importunados pelas autoridades religiosas.

Mais adiante, chegamos ao local marcado para o encontro. Era diante de ruínas de pedra, situadas entre duas casas já reformadas. Em meio a essas ruínas, encontramos uma laje sobre uma porta, com a inscrição "1653" e, em alto-relevo, um grande Leão de Judá deitado e duas aves, provavelmente pelicanos. Junto, duas cruzes com base triangular. Andamos mais um pouco e encontramos a mãe de Paulo, dona Celene Fernandes, vestida com roupa de trabalho, que veio ver o filho e seus amigos - uma pausa na atividade de vendedora de peixes da região. Cheia de vitalidade, aspecto saudável e alegre, com cara de quem não tem medo do trabalho, conversamos como se fôssemos velhos conhecidos. Nesse momento, ouve-se uma barulheira infernal de buzina e alto-falante vindos de uma caminhonete. Era o concorrente de Celene, vindo de outro vilarejo oferecer peixe aos moradores de Carção. Ela riu, não se importando com a invasão, e com bom humor disse que cada um está lutando para sobreviver, e que há lugar para todo mundo. "Numa outra vez irei vender meu peixe na terra dele", disse. Lembrei-me de minha mãe em casa usando um avental parecido enquanto cuidava de nós e da cozinha.

Na hora e local combinados aparecem os amigos de Paulo, Maria Fernanda Guimarães e Antonio Júlio Andrade. Ambos os pesquisadores que estavam terminando de revisar o livro que seria lançado dentro de alguns dias. Seu título: Carção - a Capital do Marranismo.

Tudo aquilo me parecia surpreendente. Parecia um sonho estar naquela terra distante e ao mesmo tempo tão próxima, falando com pessoas desconhecidas, mas ao mesmo tempo familiares. Algo das transmissões transgeracionais ali estava presente, não apenas como lembranças, mas com muita emoção.

Fomos todos, em seguida, almoçar no restaurante da dona Alzira, onde saboreamos uma deliciosa bacalhoada - prato típico dos marranos de Carção. Durante o almoço, a conversa sobre judeus e marranos prosseguiu; uma das pessoas disse que por ali só há cristãos-novos e a outra, de pronto, afirmou: "Não senhor, aqui só há judeus".

Fernanda também nos contou de seus antepassados judeus, dos processos a que foram submetidos, das torturas e da garra dos judeus que lutaram para preservar sua fé às escondidas. Ela recorda o desaparecimento dos sambenitos da igreja matriz, onde ficavam expostas essas mantas colocadas pela cabeça à semelhança de um saco. O Tribunal do Santo Ofício obrigava os condenados a usarem essa veste e a desfilarem com ela pelas ruas antes de cumprirem a sentença no pelourinho ou na fogueira, quando eram desnudados. Nela era pintada a imagem da pessoa condenada, rodeada de cães, serpentes e diabos, que ficaria exposta na igreja após sua morte e queima do corpo. Sua função era a de submeter o povo e, em especial, os cristãos-novos condenados por heresias ou atitudes consideradas judaizantes, para que ninguém esquecesse o mal que eles fizeram à cristandade. Seu desaparecimento da igreja, levados supostamente pelos judeus, foi interpretado como um ato expressivo de coragem, de luta e de fé judaicas para defender-se da opressão da Igreja. Estes pesquisadores citam que "foi registrada nessa aldeia a existência de pelo menos três livros judaicos, proibidos por lei".

Esse grupo de idealistas deseja preservar e resgatar as lembranças daquilo que não está nas imagens, mas nos sentimentos, nas memórias encriptadas de um passado que não pode ser esquecido. Eles desejam erguer um memorial em homenagem àqueles que foram processados ou mortos pela Inquisição portuguesa. Pretendem construir na entrada da cidade uma grande menorá com os nomes das vítimas da intolerância da Igreja e de outros interesses, para que o tempo não apague a História. Querem resgatar as verdades, desfazer as injustiças e apagar as sombras de dor e culpa que os perseguem. São atos de reparação para poder se libertar e se religar a seus ancestrais judeus pela cultura da coexistência entre as diferenças. Durante minha rápida passagem por esse lugar da história judaica, tive vontade de participar dos anseios dessa gente, tão desconhecida e tão familiar. 

 

Leia o texto completo aqui

 

 

últ. comentários
obrigado Cris:)
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