Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
03 de Novembro de 2009

 Berta Nunes já esperava encontrar a câmara de Alfândega da Fé em ruptura financeira mas, afinal, a situação é ainda pior com as dívidas a ascenderem quase aos 20 milhões de euros. Na cerimónia de tomada de posse como autarca pelo PS, Berta Nunes não se conteve em falar do anterior executivo como exemplo de “má gestão, muita incompetência e muito desperdício”. “Em oito anos era difícil fazer pior”, acrescentou.

As dívidas a curto prazo rondam os sete milhões de euros e a longo prazo os 10 milhões de euros. Para além disso, há ainda um rol de dívidas não cabimentadas na ordem dos dois milhões de euros. A situação das empresas municipais também não é a melhor. Antes de cessar funções, o anterior presidente, João Carlos Figueiredo, mandou fazer uma auditoria que apontou como melhor solução a extinção da empresa municipal EDEAF, tecnicamente falida e sem dinheiro para pagar os salários dos dez funcionários. Essa não será no entanto a solução que a presidente vai seguir. Apesar de considerar que não é “vocação” da autarquia gerir empresas que “produzem compotas ou queijo”, como é o caso da EDEAF, Berta Nunes prefere tentar primeiramente o contacto com privados, de modo a poder assegurar os postos de trabalho que foram criados. “Já há alguns contactos com privados, vamos fazer tudo para que a extinção da empresa não seja a solução porque queremos preservar o máximo de postos de trabalho”, assumiu. No que diz respeito à empresa municipal Alfandegatur, que gere o Hotel e Spa da Serra de Bornes, a situação financeira não será tão má: são 2,5 milhões de euros de dívida à banca e ao Fundo de Turismo, bem como aos fornecedores. A câmara de Alfândega da Fé tem ainda constado do relatório público da Direcção Geral das Autarquias Locais como das piores pagadoras, a nível nacional, sendo que em média demora dois anos a pagar aos fornecedores. Mas, segundo a nova presidente, há situações que contribuíram para o acumular de saldo negativo e que terão sido fruto de “despesismo”. A título de exemplo Berta Nunes referiu que o anterior executivo, já na recta final do mandato, encomendou algumas esculturas cujo valor ainda é desconhecido mas que “ilustram bem o despesismo e desperdício de uma câmara que está numa situação muito, muito difícil”. O novo executivo empossado marcou já uma Assembleia Municipal extraordinária para este Sábado, 7 de Novembro, para fazer uma revisão orçamental. Berta Nunes compromete-se a “não deitar a toalha ao chão” e a “trabalhar para resolver o problema”. No entanto, a autarca não deixou de sublinhar a “incompetência e má gestão”: “só temos dívidas, dívidas e mais dívidas. Envergonhem-se meus senhores!”. A autarca vai tentar definir um plano de reequilíbrio financeiro que permita, com a ajuda do Estado e dentro da lei, regularizar a situação no prazo de seis meses a um ano. Berta Nunes assumiu ainda o compromisso de relançar o investimento, criar emprego e riqueza, mas só depois de resolvida a situação financeira. A tomada de posse do novo executivo socialista ficou ainda marcado pela forte afluência de populares que quiseram cumprimentar e felicitar a nova presidente e que aproveitaram para criticar o presidente cessante da Assembleia Municipal pela recusa em ceder o Centro Cultural para a cerimónia. Berta Nunes foi empossada no auditório da Biblioteca Municipal o que fez com que a maioria dos populares tivesse de ficar na rua ou numa sala contígua onde acompanharam a cerimónia por vídeo-conferência. Durante o acto foi ainda eleita a mesa da Assembleia. O povo deu a vitória ao PS mas dado que a coligação PSD/CDS-PP elegeu mais juntas de freguesia os votos recaíram na lista da oposição. Assim, o presidente cessante, Júlio Cancela, foi novamente eleito presidente da mesa da Assembleia Municipal, desta feita sem os votos do povo mas com os votos de autarcas. Da parte de Júlio Cancela ficou a promessa de “isenção” e “cooperação” pelo “supremo interesse” de Alfândega da Fé.

12 de Outubro de 2009

PS
52,56%
2.388 votos
Mandatos
3
PPD/PSD.CDS-PP
43,72%
1.986 votos
Mandatos
2
PCP-PEV
0,97%
44 votos
 
EM BRANCO
1.17%
53 votos
NULOS
1.58%
72

publicado por Lacra às 01:11

 

O PS ganha seis câmaras, mantém as actuais quatro que já tinha (Vila Flor, Vinhais, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta) e ganha Alfândega da Fé e Miranda do Douro.

O PSD ganha em Carrazeda de Ansiães, Bragança, Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Mirandela.

 

Resultados Bragança (provisórios):

 

PSD elege três vereadores, o PS dois e o Movimento Independente "Sempre Presente" um vereador. 

PPD/PSD
48,03%
10.144 votos
Mandatos
3
PS
27,49%
5.805 votos
Mandatos
1
XIII
16,29%
3.441 votos
Mandatos
1
CDS-PP
2,39%
504 votos
 
PCP-PEV
1,64%
346 votos
 
B.E.
1,27%
268 votos
 
 
EM BRANCO
1.49%
315 votos
NULOS

1.4%
295 votos

 

O candidato à câmara pelo PS, Jorge Gomes, já assumiu o encerrar de um ciclo e afirmou que não vai ocupar o lugar na vereação. Apesar da derrota, Jorge Gomes chamou à atenção para a perda de votos do PSD que teve, recordando que era intuito do reeleito presidente ganhar com 65 por cento da votação e viu perder um vereador.

Já o cabeça de lista do Movimento Independente, Humberto Rocha, não quis assumir desde já a eleição para vereador dado que os resultados ainda não estão confirmados oficialmente. No entanto, Humberto Rocha disse já que, caso os resultados se confirmem, irá assumir o seu lugar na vereação e que está disposto para ser oposição responsável. O candidato do Movimento Independente falou ainda das dificuldades que a sua candidatura teve contra os "dois gigantes instalados" - um no poder e outro suportado pelo PS - e aconselhou ambos a tirarem ilações destes resultados eleitorais.

05 de Junho de 2009

O presidente da comissão política do PS do concelho de Alfândega da Fé apresentou queixa junto da Comissão Nacional de Eleições contra o presidente da Junta de Vilarelhos e contra o presidente da câmara de Alfândega da Fé por não terem convocado qualquer delegado do PS para a mesa de voto.

Segundo Eduardo Tavares, apenas foram convocados membros do PSD, partido ao qual pertencem ambos os autarcas.

A concelhia do PS solicitou ao presidente da autarquia alfandeguense, João Carlos Figueiredo, a reposição da legalidade através da convocação de membros da lista do PS para o referido sorteio, para que assim fosse constituída uma mesa eleitoral o mais plural possível. No entanto, o líder socialista diz que nada foi feito.

A queixa foi reencaminhada com o carácter de urgência para a Comissão Nacional de Eleições e para a Polícia Judiciária, bem como à comunicação social.

 

31 de Maio de 2009

Jorge Gomes assumiu hoje, no encontro distrital autárquico do PS, a candidatura à câmara de Bragança. Depois de ter afirmado à comunicação social que essa não era a sua vontade, o governador civil desfez o tabu e assumiu que afinal foi apenas uma forma de “sossegar os jornalistas”.

 

Jorge Gomes vai pedir a exoneração do cargo, o que deverá acontecer logo que a candidatura esteja formalizada, dentro dos regulamentos legais. Da lista de Jorge Gomes fará também parte o deputado Mota Andrade, presidente da Federação Distrital Socialista, que concorre à Assembleia Municipal.

A candidatura de Jorge Gomes foi apresentada a par com a lista de candidatos socialistas dos restantes concelhos do distrito de Bragança. O PS volta a recandidatar Aires Ferreira, em Torre de Moncorvo; Artur Pimentel, em Vila Flor; José Santos, em Freixo de Espada à Cinta; e Américo Pereira, em Vinhais. Por Alfândega da Fé concorre Berta Nunes; por Carrazeda de Ansiães, Augusto Faustino; por Mogadouro, João Meira; por Miranda do Douro, Artur Nunes; por Macedo de Cavaleiros, Rui Vaz; por Mirandela, Júlia Rodrigues; e por Vimioso o jovem Jorge Fernandes.

 

No evento esteve o dirigente nacional socialista, Miranda Calha, e milhares de pessoas vindas de todo o distrito.

04 de Maio de 2009

Berta Nunes, actual directora da Sub-Região de Saúde de Bragança, apresentou-se oficialmente como candidata à câmara de Alfândega da Fé pelo PS, no dia 1 de Maio.

A apresentação de Berta Nunes ficou marcada pelas críticas ao actual executivo PSD e uma das "prioridades" já lançadas pela candidata é a redução da dívida da autarquia, actualmente nos 16,5 milhões de euros.

A candidata do PS à Câmara de Alfândega falou ainda de alguns projectos que prevê lançar, como a recuperação das piscinas municipais, mas também de medidas de apoio aos agricultores.

Na lista às autárquicas surgem agora Eduardo Tavares, como número dois, seguido de António Salgueiro. Nuno Miranda é o candidato à Assembleia Municipal.

Foram ainda apresentados os cabeças-de-lista às 14 freguesias. Tudo para recuperar os 57 votos que afastaram Berta Nunes da eleição há quatro anos.

 

Fonte: Brigantia

 

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