Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
12 de Março de 2009

 Guedes de Almeida, advogado e deputado da Assembleia Municipal de Bragança, militante do PSD. Candidato independente e com apoios garantidos. Em entrevista ao Mensageiro o candidato culpou os políticos, a nível legislativo e autárquico, da falta de desenvolvimento da região. apesar das críticas. E, apesar de se assumir como oponente do actual presidente do executivo, garante que não houve nenhum corte de relações: “Não há qualquer corte de relações de amizade, pelo contrário. Para mim a política não serve para desfazer amizades”.

 

Ainda assim, Guedes de Almeida considera que este terceiro mandato de Jorge Nunes foi penalizador para o concelho:

 

"Considero positivos os dois primeiros mandatos do Eng. Jorge Nunes. Positivos no aspecto que há melhorias infra-estruturais relativamente àquilo que herdou, mas também as expectativas pararam aí. Concretamente temos algumas boas infra-estruturas, mas outras são um exagero. Há uma hemorragia da população jovem, que não tem aqui expectativas de fixação. Hoje, o distrito de Bragança é uma região completamente isolada do resto do país, ao nível do poder económico, das apostas do Estado, dos investimentos. Poder-se-á chamar o solar do idoso".

 

Entre as críticas, o deputado da assembleia destaca a criação de cinco museus na cidade, “para quê?para quem?” questionou, assim como as obras do Procom e o Plano de Urbanização, apresentado recentemente. Guedes de Almeida afirmou  mesmo que a cidade o “envergonhava” pois “da praça da Sé às muralhas vemos uma cidade que está em ruínas”.

O caso Bragaparques, (a câmara vai ter de pagar quatro milhões de euros para pagar os parques de estacionamento), a derrapagem financeira das obras de extensão na pista do aeródromo, a venda de um terreno abaixo do preço de mercado à CESPU para criação de um hospital privado, a política do município em relação às taxas IMI e IMT, foram alguns dos assuntos abordados na entrevista e que marcam a posição do candidato.

 

Acima de tudo, o candidato considera que o autarca Jorge Nunes tem como grande defeito o de “não ouvir ninguém”:

 

“A análise pessoal é que temos um presidente da Câmara que é trabalhador, que tem uma capacidade de trabalho grande, que fez bom trabalho, mas, efectivamente, e é talvez daí o meu afastamento, não há consultas a ninguém, mesmo no próprio partido, e as coisas aparecem só para votar, sem haver uma explicação prévia, uma consulta de base às populações”.

 

Assumidamente militante do PSD, Guedes de Almeida não está preocupado com o apoio, ou falta dele, por parte do partido mas garante que não abdicará de ser militante.

 

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