Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
21 de Novembro de 2010

Transformar objectos aparentemente inúteis em peças únicas e originais é o desafio é lançado pela autarquia de Alfândega da Fé que, no próximo dia 22 de Novembro, promove a oficina “A arte e a poesia nas coisas simples”.

Numa altura que é de crise e com o Natal a aproximar-se, esta iniciativa vai permitir aprender técnicas para executar peças exclusivas a custos reduzidos.
Com pouco mais do que uns botões, pedras, conchas, pedaços de tecido ou fios os participantes vão poder criar diversos tipos de adereços, para tal basta dar largas à imaginação e testar a habilidade. A cargo da artista Regina Gouveia, a formação decorrerá na Galeria da Casa da Cultura de Alfândega da Fé e conta com duas sessões, uma às 15.00h e outra por volta das 21.00h.
Destinada a participantes de todas as idades, os interessados deverão fazer a inscrição directamente na Casa da Cultura.
A iniciativa está integrada na exposição com o mesmo nome que a artista inaugura, nesse dia na Casa da Cultura. O trabalho de Regina Gouveia reúne um conjunto de obras, dos adereços que resultam de um entrelaçar de pedras e outras coisas simples que vão dos botões a restos de adornos da mãe, da avó ou de uma tia, passando pelos quadros que surgem da observação das coisas simples nas quais a poesia emergiu de forma implícita ou explicita. A exposição vai estar patente até ao dia 20 de Dezembro.
 Regina Gouveia é natural de Alfandega da Fé e iniciou, em 1998, a criação de adereços contemporâneos, que realiza como autodidacta. A artista participou já em quatro exposições individuais, no Porto, em Bragança, em Alfândega da Fé e em Mirandela.

Como pintora, participou já em várias exposições colectivas em Portugal e Espanha.

publicado por Lacra às 09:21
24 de Março de 2010

 

 

 

No Centro Cultural Municipal estão patentes duas “insinuações artísticas” até ao final do mês de Abril. A primeira, na Sala 1, é um trabalho denominado “Calejo”, de Luís Filipe Folgado.
Trata-se de uma dúzia de fotografias, sensivelmente, a preto e branco, cujos principais protagonistas são números de portas. Leu bem, números de portas: 2-A, 30, 32, 10 e vários outros. O seu autor, ainda foi por uma frase bastante conhecida do conceituado fotógrafo húngaro André Kertész, “O que sinto, é o que faço. Isso para mim é o mais importante. Todos podem ver, mas nem sempre vêem.”, numa tentativa de associar-se ao conceito deste artista. Ou, então, desculpar a simplicidade do seu trabalho, demasiado simples, para tirarmos uma ilação ou, simplesmente, ser contemplado. Luís Filipe Folgado até pode ser um artista, mas não o seria apenas com trabalhos desta natureza.
A segunda “tentativa”, na Sala 2, é uma exposição de 38 “desenhos” intitulada “Ao redor de Pedras Rolantes do mar”, da autoria de José Pacheco aka Sileno JP. São rabiscos que não terão demorado mais de 1 minuto a ser concebidos. Desenhos tão paleolíticos, à excepção de dois ou três, que uma criança de 4 anos, provavelmente, faria melhor. No meio de tanto “traço”, encontramos cerca de 10 pedras colhidas nas praias portuguesas. Ora, quem se lembraria de chamar a isso arte? Rochas e pedras há-as em todo o lado, qualquer um pode apanhá-las, mas o acto em si não faz de ninguém um artista. Fica a homenagem aos “que ousavam enfrentar o mar para pescar”. Nada mais!
Com tantos valores transmontanos, há que sublimar espaço e protagonismo a obras mais inspiradas. Se a Câmara Municipal de Bragança quer dar o exemplo, então, deve fazê-lo pro bono, na tentativa de evitar que potenciais apreciadores, crianças, inclusive, fiquem a pensar: “Isto é o quê? Arte? Para a próxima fico em casa a jogar PlayStation!” Perdendo, assim, o gosto e o interesse irreflectido pelo fascinante mundo artístico.

 

Por: Bruno Mateus Filena/Jornal Nordeste

 

19 de Janeiro de 2010

 Duas instalações, dois artistas, duas temáticas diferentes. Luís Melo é o mais recente pintor a expor no Centro de Arte Contemporânea uma colectânea de que congrega obras de distintas fases da sua carreira.

As grandes telas apresentadas mostram “rostos depurados, aparentemente padronizados, contidos, como se buscasse a perfeição plástica de simetrias e contornos e, paradoxalmente, a inexpressividade”, explicou o director do Centro de Arte Contemporânea, Jorge da Costa. E são os olhos e a linha do olhar que mais se destacam, a par com elementos, que revelam e ocultam, e que se conjugam nas suas composições, como tesouras, agulhas, cadeiras, malhas de rede, asas de insectos ou flores.

O artista, natural de Bragança, procura explorar as multiplicidade das representações formais aliando à pintura múltiplos materiais e objectos como recortes de revistas, mapas, poemas, fotografias, gravuras ou composições numéricas. Em suportes cúbicos, Luís Melo amplifica a dimensão das suas pinturas, dando-lhe tridimensionalidade e atribuindo-lhe a categoria de objectos que, quando colocados no chão, tendem a confundir-se com esculturas.

A par com Luís Melo, Graça Morais procedeu a uma renovação do seu espaço permanente abordando, mais uma vez, a temática da religiosidade. “Procissão” é o título do novo acervo mostrado ao público, uma viagem às suas memórias de uma infância passada em Vila Flor. Graça Morais relembra a romaria de Nossa Senhora da Assunção nos traços informais do desenho e em grandes telas que evocam a memória de todo o povo transmontano.

“É um voltar à infância, ao que senti naquela procissão”, explicou a artista, constatando que a identidade transmontana está muito ligada a rituais e ao pagão, mas também à religião cristã.

As obras de Luís Melo vão estar em exposição até dia 30 de Março. Já Graça Morais vai apenas renovar o seu acervo de seis em seis meses.

“É muito complicado, para mim, alterar a exposição de três em três meses porque estou em franca produção”, contou a artista.

 

FAN no Centro de Arte

O Teatro Municipal de Bragança e o Centro de Arte Contemporânea aliaram-se para, pela primeira vez, organizarem um concerto fora de portas, no âmbito do Festival de Ano Novo. Assim, coube aos Saxacordeon abrirem a exposição com um espectáculo musical que integrou obras originais de saxofone e acordeão, bem como obras de Jorge Salgueiro, Dmitri Schostakovich, Jean-Pierre Solves e Mário Pagotto, Astor Piazzola, Vitornino Matono e até música tradicional húngara.

Um raro e único projecto que encheu a casa e fez o pleno da integração e conjugação de duas expressões artísticas díspares, de grande qualidade.

“Estamos a viver em Trás-os-Montes sem fronteiras culturais”, comentou a artista Graça Morais, apontando aquele momento como “algo exemplar” para a interligação dos diferentes espaços culturais.

Esta foi a primeira vez que o “Teatro” saiu fora de portas, uma experiência pioneira que, no entender da directora do Teatro Municipal, Helena Genésio, foi “uma aposta ganha”.

“Foi a primeira vez que fizemos esta experiência e o resultado está à vista: está muita gente e é uma verdadeira festa”, apontou a responsável cultural.

Saxacordeon foi o terceiro concerto do Festival de Ano Novo que se realizou em Bragança, o primeiro fora de portas. A experiência vai voltar a repetir-se com os “Concertinhos”, no dia 27 de Janeiro, às 15h00 e às 18h00, no Conservatório de Música de Bragança. Os “Concertinhos” vão abordar a história infantil de Brunhoff e do pequeno elefante Babar. Direccionados para as crianças, os “Concertinhos” vão contar uma história interpretada ao piano por João Tiago Magalhães e narrada pelo actor Fernando Soares, com a ajuda de um jovem mimo.

15 de Janeiro de 2010

 O Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros têm em exposição um acervo de escultura e artes gráficas de Cruzeiro Seixas, considerado um dos maiores expoentes do Surrealismo português e o único representante ainda vivo deste movimento artístico em Portugal.

Pintor, escultor, ilustrador, cenógrafo e poeta, Cruzeiro Seixas é autor de uma vasta obra reconhecida nacional e internacionalmente. Em Portugal, parte do seu espólio artístico está exposto em importantes galerias e museus, nomeadamente no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado.

Cruzeiro Seixas nasceu em 1920, na Amadora, e frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde fez amizade com Júlio Pomar, Mário Cesariny, Marcelino Vespeira e Fernando de Azevedo, entre outros. Em meados da década de 40 do século XX passa por uma fase neo-realista, mas acabou por aderir ao Surrealismo, a partir de 1948, entusiasmado pelos manifestos de André Breton.

Com Mário Cesariny frequentou o Grupo Surrealista de Lisboa e, mais tarde, adere ao anti-grupo Os Surrealistas, fundado por Mário Cesariny, responsável pela I Exposição dos Surrealistas em Junho-Julho de 1949, e ao qual pertenciam também Mário Henrique Leiria, Pedro Oom, Eurico da Costa, Carlos Calvet, António Maria Lisboa, Fernando José Francisco, Risques Pereira e Fernando Alves dos Santos.

No início da década de 50 alista-se na Marinha Mercante e visita África, Índia e Ásia (Hong Kong). Em 1952 fixa residência em Angola, onde organiza uma polémica mostra individual, em 1953, ao mesmo tempo que se dedica a coleccionar arte africana, a montar exposições e a criar um salão de pintura no Museu de Angola.
Regressa a Portugal em 1964 e evidencia os caminhos plurais da sua carreira. Continua a fazer trabalho de ilustração, nomeadamente para capas de livros de poesia de Mário Cesariny, mas não abandona a obra pictórica. Expõe individual e colectivamente, destacando-se a mostra que reúne obras suas e de Mário Cesariny, bem como a participação na Primeira Exposição Surrealista de São Paulo, no Brasil, e a organização de uma primeira retrospectiva do seu trabalho, na Galeria Buchholz.

Nos anos seguintes viaja pela Europa e entra em contacto com nomes do Surrealismo internacional. Em 1969 integra a Exposição Internacional Surrealista (Holanda) e, no ano seguinte, expõe na Galeria de São Mamede. Simultaneamente, trabalha como programador nas Galerias 111 e São Mamede.
Radicado no Algarve, na década de 80, Cruzeiro Seixas opera como programador de várias galerias. A sua obra é também objecto de diversas exposições, de que se destacam a da Galeria Sacramento (Aveiro), com Eugenio Granell, e a da Fundação Eugenio Granell, em Santiago de Compostela, ambas em 2001.

Em 1999 oferece a sua colecção pessoal à Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, com o objectivo de constituir um Museu do Surrealismo e de um centro de investigação do movimento.

A exposição de Cruzeiro Seixas vai estar patente ao público até 28 de Fevereiro de 2010.

12 de Agosto de 2009

 “Surrealimos Romântico” é o nome da exposição que Onik Sahakian tem em mostra no Centro Cultural de Bragança até ao dia 27 de Agosto. Considerado um dos melhores pintores surrealistas da actualidade, Onik apresenta na sua obra muitos traços da produção artística de Salvador Dalí, de quem foi discípulo durante 19 anos.

A combinação entre o representativo e abstracto, como o relógio fundido que lembram que o tempo é relativo e não fixo, são exemplo disso. Mas Onik Sahakian tem uma obra muito diversificada, que inclui joalharia (muitas usadas por Dalí), cenografia, guarda-roupa para Ballet, Escultura e Pintura.   

Ao longo da sua carreira tem exposto por vários locais do mundo, nomeadamente nos Estados Unidos. A vinda a Bragança é, por isso, uma oportunidade para todo o público conhecer algumas das peças daquele que é considerado o “Herdeiro de Salvador Dalí”.

Onik Sahakian nasceu em 1936 em Teerão, no Irão. A sua entrada no mundo da arte deu-se desde muito cedo, guiado pelo seu tio, quando tinha apenas três anos de idade. Estudou Música e Ballet, Pintura, Ciências Politicas e Arte.

Viveu no Irão, na ex União Soviética e nos Estados Unidos, onde se entregou totalmente à Arte, ampliando os seus conhecimentos sobre pintores clássicos.

Em 1958 inicia uma amizade com Salvador Dalí que duraria 19 anos. Fascinado pela obra do pintor catalão, torna-se seu discípulo e é iniciado no Surrealismo Daliniano. Onik era mesmo um dos alunos favoritos de Dalí e foram várias as vezes em que teve oportunidade de trabalhar com o mestre do surrealismo.

Desde 1987 que Onik Sahakian se radicou na capital portuguesa, tendo chegado a suspender as suas actividades artísticas.

Multifacetado, considerado uma personalidade genial, Onik foi galardoado com vários prémios ao longo da sua carreira. Ainda este ano, no âmbito de uma exposição em Moscovo, foi considerado um dos melhores pintores surrealistas contemporâneos.

05 de Maio de 2009

Porque a arte deve ser partilhada o Millenium BCP decidiu trazer parte da sua colecção de pintura  a Bragança, numa exposição que irá percorrer todas as capitais de distrito do país e que é um percurso histórico pela arte portuguesa, do século XIX ao século XX.

Começando com o naturalista António Silva Porto e José Malhoa, até aos contemporâneos Eduardo Luiz, António Palolo ou Eduardo Batarda, “Arte Partilhada” traz a Bragança pintores que dificilmente se podem revisitar na capital ou mesmo no Porto. Ao todo são 41 autores portugueses, uma obra por cada autor, do movimento naturalista, modernista e da arte contemporânea.

A exposição vai estar patente no Centro de Arte Contemporânea até ao dia 25 de Junho e, para a anfitriã do espaço, Graça Morais, trazer a Bragança tais nomes da pintura portuguesa foi “o concretizar de um sonho de adolescente”.

“Estudei em Bragança e visitava muito o Museu Abade Baçal mas tinha poucas obras de pintura e eu sentia essa fome de ver pintura”, confessou a artista.

A mostra presente em Bragança é “mínima” face ao espólio detido pelo Millenium BCP e que contempla um total de mais de mil obras. Coube ao presidente do conselho de administração, Santos Ferreira, fazer a selecção das obras a expor pelo país, uma selecção que foi, sobretudo, didáctica e que assenta sob os nomes mais representativos da pintura portuguesa, estabelecendo uma linha condutora do caminho para a modernidade.

“Arte Partilhada” é um convite à reflexão sobre a pintura em que cada quadro, cada autor, merece um ser visto, revisto e apreciado.

António Silva Porto, José Malhoa, Sousa Pinto, Columbano Bordalo Pinheiro, Eduardo Viana, Amadeo de Souza-Cardoso, Carlos Botelho, Dordio Gomes, Almada Negreiros, Maria Helena Vieira da Silva, Joaquim Rodrigo, João Hogan, António Dacosta, Júlio Resende, Nadir Afonso, Mário Cesariny, António Charrua, Menez, Manuel Cargaleiro, Júlio Pomar, Carlos Calvet, Jorge Pinheiro, Nikias Skapinakis, Eduardo Luiz, António Costa Pinheiro, João Vieira, José Escada, René Bertholo, Paula Rego, Ângelo de Sousa, Manuel Amado, Eduardo Nery, Álvaro Lapa, José de Guimarães, Jorge Martins, Noronha da Costa, Eduardo Batarda, Armanda Passos, Pedro Chorão, António Palolo e Graça Morais, são os pintores com obras representadas na colectiva.

21 de Abril de 2009

 

 O espaço Flor do Passarinho, em Bragança, tem patente, até dia 11 de Maio, uma exposição do AT1 Collective. Intitulada “Retrato de uma falência”, a exposição procura abordar, de forma transversal e abstracta, realidades universais, reflexões existencialistas sobre a vida e a natureza.

Cada elemento do AT1 Collective procura, através de diferentes meios, explorar uma ideia comum: o equilíbrio entre a Natureza e o Homem. De uma forma multidisciplinar é criada uma ligação entre as obras dos diferentes autores.

O Flor do Passarinho é um espaço dedicado à arte e aos artistas. Situado junto ao Instituto Politécnico de Bragança este é um espaço, fora do circuito comercial, onde são promovidos debates, exposições, workshops, palestras e concertos.

 

“Pisamos uma linha de tempo que, vista da lua, não vale a métrica de um cabelo. Valemos quase nada e a roda, que ainda dura, foi incapaz de guardar para a história o nome do seu inventor numa campa de flores. E, mesmo assim, para quê? (...) Verdades universais e certezas absolutas guardam-nas os deuses no seu relicário de cemitérios. Os deuses que jogam à bola nas imediações das fábricas abandonadas…” -  AT1 Collective

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