Ana Sofia Fernandes, de 25 anos, e o irmão João Ricardo, de 29, regressavam, anteontem à noite, à sua casa, em Bragança, depois de uns dias em casa dos pais, em Arcos, Ponte de Lima. No Renault Clio em que seguiam estava também a esposa de João, que está grávida, e o namorado de Ana. Já perto da cidade o carro despistou-se.
Ana teve morte imediata. O irmão, que viajava no banco traseiro, faleceu pouco tempo depois vítima de traumatismo craniano.
A rapariga seguia no banco da frente do lado do passageiro quando, com o embate, foi cuspida do veículo e atropelada por um carro de emigrantes que seguia imediatamente atrás do Clio, no IP4. O corpo da mulher bateu no pára-choques da viatura e foi arrastado cerca de 200 metros debaixo do veículo. Os outros dois passageiros ficaram em estado grave e foram transportados para o Hospital de Bragança, onde continuam internados.
As causas do acidente, que vitimou os irmãos, continuam por apurar. Sem motivo aparente, o veículo despistou-se e acabou por capotar.
João estava casado há um ano e trabalhava em Bragança há já algum tempo. Há poucos meses, também por motivos de trabalho, a irmã mudou-se para a cidade. Ontem, a família de João e Ana estava muito abalada. "Ainda não conseguimos perceber o que se passou. Os pais estão a sofrer muito. Eles eram os dois únicos filhos que tinham", disse ao CM um tio das vítimas. O funeral realiza-se hoje em Ponte de Lima.
NAMORADO LEVOU FACADAS
O namorado de Ana, internado em estado grave, foi esfaqueado há alguns meses numa avenida da cidade de Bragança, onde vivia.
O incidente ocorreu de madrugada, numa zona de bares, quando o jovem estava na companhia de Ana. Sem motivo aparente, um indivíduo desferiu-lhe dois golpes de facada: um no abdómen e outro na perna esquerda.
O jovem acabou por ser transportado para o hospital, onde esteve internado em estado grave.
FAMÍLIA DESOLADA COM PERDA
Ontem à tarde dezenas de familiares das vítimas reuniram-se na casa da família em Arcos, Ponte de Lima.
O choro inconsolável fazia-se ouvir a vários metros de distância e deixava transparecer o sofrimento da família. Uma prima e uma tia da jovem chegaram a sentir-se mal.
"Foi um choque para todos nós e está a ser muito difícil acreditar no que aconteceu", disse ao CM um familiar.
Fonte: Correio da Manhã