Local onde está sedeado o Cybercentro e a Localtv
Foi ontem apresentado em Bragança um projecto de televisão local que já está a gerar alguma polémica na região.
Chama-se Localvisão TV e é uma iniciativa que parte da CMTI (Comunicação, Marketing e Tecnologias de Informação) em parceria com o Cybercentro de Bragança, uma associação com participação pública, nomeadamente da câmara de Bragança e ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações) e a FDTI (Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação).
E é precisamente este aspecto que está a ser contestado por alguns órgãos de comunicação social da cidade.
Em Abril, todos os órgãos foram convidados pelo Cybercentro para agilizar parcerias de forma a criar um canal de televisão local na internet dinamizando o estúdio de televisão de lá existe.
No entanto, segundo os empresários locais da imprensa, os primeiros contactos encetados não tiveram continuidade supostamente porque pouco tempo depois surgiu a CMTI com o projecto da Localvisão TV que acabou por vingar.
Vítor Pereira, director do Jornal “A Voz do Nordeste”, explica que ao contrário de que estaca previsto inicialmente, os órgão de comunicação foram confrontados “com uma empresa que toda a gente desconhecia e com um acto consumado e isso, obviamente que nos levantou algumas dúvidas”.
No entanto, para João Campos, director do Jornal “Nordeste” há outras incertezas que se levantam, nomeadamente as relacionadas com as contrapartidas financeiras a dar ao Cybercentro pela utilização do espaço e dos meios técnicos. “Presumo que uma empresa que ocupa diariamente um estúdio de gravação que é propriedade do Cybercentro deverá pagar um determinado montante ao Cybercentro de Bragança, mas eu fiz essa pergunta e não me foi respondida”, refere o empresário.
Sem querer especificar, Nuno Cristóvão, vereador da câmara municipal de Bragança, avança apenas que há um protocolo que estabelece as regras da parceria. De acordo com o responsável, “em contrapartida à cedência do espaço há a projecção de eventos”. Nuno Cristóvão explicou ainda que, por exemplo, “a FDTI dá formação no Cybercentro, ocupa espaços para a formação e há uma contrapartida para o CyberCentro pela ocupação desse espaço”.
Este projecto é emitido pela internet em www.localvisao.tv e está a arrancar em Bragança. Segundo Carlos Ramalho, o responsável da Localvisão TV, o objectivo é estender-se a todo o país com “308 canais autónomos, cada concelho com o seu canal”.
O facto de começar por Bragança tem que ver com questões pessoais, já que Carlos Ramalho é natural de Bragança, e “porque este é de todos os distritos do país aquele que sente mais os efeitos da interioridade”, refere.
Mário Soares de Freitas, director adjunto do conselho de administração da ANACOM, salienta a importância deste projecto para a região. “Este projecto, de características regionais, aproveita as infra-estruturas que existem no Cybercentro e fazer em parceria com outras entidades um núcleo de criação de conteúdos regionais de forma a que tenham visibilidade”, explica.
Para o distrito de Bragança está previsto que haja 12 canais, um para cada concelho. Fonte Brigantia
Quer dizer, uma empresa decide avançar com uma “televisão local”, usa o espaço do Cybercentro (financiado pelo Governo) e é subsidiada pela câmara. Num primeiro momento pediram a colaboração dos orgão de comunicação local, mas sem qualquer contrapartida para estes. A proposta inicial era para que os jornalistas locais fizessem a cobertura também para a webtv, mas sem que fossem pagos para tal.
Já não basta a vergonhosa situação em que se encontram os jornalistas que trabalham em órgãos regionais (sem direito às folgas devidas, às horas extra, e a todos os direitos que estão consagrados no Código do Trabalho mas que não são aplicáveis devido ao excesso de oferta no Mercado), ainda aparecem estes “marmelos” para gozar com a malta….
Ainda a agravar, é de salientar que a LocalTv está a “trabalhar” com jovens que apenas possuem formação profissional, não tendo por isso habilitações nem carteira profissional para exercer a profissão.
Eu já os vi em campo e o comentário que tenho a fazer é apenas este: palhaçada.
Mandam os miúdos a trabalhos de agenda, normalmente que envolvem autarquias (e eu não sei porquê mas “cheira-me” a publicidade), gravam com os órgãos locais, limitam-se a estar ali estilo pé de microfone e depois lá fazem a edição, como calha, e colocam online, para todo o mundo! Quanto à qualidade do produto final...pois nem comento, só vendo mesmo...
E a mim, ninguém me dá um subsídio por estar a informar TODO O MUNDO sobre o que se passa neste distrito?