A delegada sindical Maria Eduarda, operadora da central de telecomunicações dos Bombeiros de Mirandela, foi alvo de um processo disciplinar e de despedimento depois de ter denunciado o mau ambiente de trabalho que se vive naquela corporação. A sindicalista foi despedida pela direcção por ter denunciado a perseguição a trabalhadores, a falta de pagamento de horas extraordinárias e de concessão de folgas.
Em Fevereiro, quatro bombeiros contratados da Associação Humanitária de Mirandela apresentaram queixa no Tribunal de Trabalho contra a direcção pela alegada falta de pagamento de horas suplementares e de concessão dos dias de folga, bem como de perseguição e coacção através de processos disciplinares e suspensões. A operadora de telecomunicações, Maria Eduarda, confirmou a situação a vários órgão de comunicação social afirmando que “vários colegas motoristas têm sido vítimas de perseguição” e que o ambiente de trabalho se tinha vindo a degradar devido à “divisão entre os que exercem a profissão e os voluntários do corpo activo”. A sindicalista disse ainda que alguns dos bombeiros estavam a ser “humilhados, maltratados e desrespeitados” e relatou que os quatro bombeiros em causa já tinham sido alvo de um processo disciplinar interno por, alegadamente, terem entregue os telemóveis da Associação que serviam para estar sempre disponíveis para chamadas de emergência.
Na altura o presidente da direcção dos Bombeiros não quis prestar declarações sobre o caso. O despedimento da delegada sindical já foi contestado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local. O sindicato considera que esta atitude da direcção vem confirmar as acusações da delegada sindical e já contestou junto da direcção aquilo que considera ser uma atitude que “contraria os mais elementares princípios da vivência democrática e dos direitos dos trabalhadores”.
Em informação à comunicação social, o Sindicato diz que irá levar a cabo todas as medidas possíveis e necessárias para que “seja reposta a legalidade” através da reintegração da trabalhadora. O sindicato pede ainda a punição dos responsáveis pelo “ignóbil acto repressivo”.