Entrevista retirada daqui:
Com que espírito parte para esta difícil missão de conquistar a câmara?
O espírito com que parto é exactamente o mesmo que me move desde que iniciei a minha actividade política no município como deputado municipal quando tinha 19 anos. O espírito com que pautei o trabalho de dirigente associativo na Associação Comercial e Industrial de Macedo de Cavaleiros, ao longo de 14 anos, sete deles como presidente e do qual resultou uma obra que enche de orgulho os empresários do concelho e o espírito com que aceitei o desafio, há quatro anos atrás, de presidir ao NERBA – Núcleo Empresarial da Região de Bragança. Um espírito combativo na defesa intransigente dos interesses e do desenvolvimento do concelho de Macedo de Cavaleiros. Com o espírito de alguém que vê chegada a hora de passar das propostas, das opiniões e das críticas à acção, com a convicção de que sou capaz e me sinto preparado para contrariar a falta de dinâmica com que este Executivo do PSD tem gerido o município nestes últimos anos.
Em que linhas de força assenta o projecto do PS de desenvolvimento para Macedo de Cavaleiros?
Macedo de Cavaleiros tem na sua centralidade face ao distrito de Bragança (faz fronteira física com sete dos 12 concelhos), nas suas acessibilidades, nas suas gentes e nos seus recursos endógenos os principais vectores para o seu desenvolvimento.
O projecto de desenvolvimento do PS para o concelho passa, exactamente, por potenciar estes mesmos vectores, fazendo da centralidade e da confluência dos dois eixos rodoviários estratégicos IP 4 (futura A 4) e IP2, com ligação directa à Zona Industrial, um factor potenciador da actividade económica que lamentavelmente este executivo PSD não soube aproveitar.
Devolver às gentes do concelho o espírito empreendedor que sempre as caracterizou, e renovar-lhes o sentimento de orgulho de serem macedenses, criando para isso mecanismos objectivos e efectivos de apoio ao empreendedorismo. Uma política forte de fixação dos jovens quadros oriundos do concelho, com base na realização e captação de investimento gerador de emprego e de riqueza. Uma política forte de apoio social à terceira idade, estimulando o investimento na prestação de serviços de qualidade nesta área.
Que plano tem, caso seja eleito presidente da câmara, para travar a desertificação do concelho e fixar a população jovem?
Na sequência do que foi respondido à questão anterior, ressalvo que temos recursos endógenos que é necessário potenciar e transformar em mais-valias reais: a gastronomia, os recursos cinegéticos, o património arquitectónico e religioso, a diversidade e a magnificência das nossas paisagens que tem a sua representação mais mediática (mas não exclusiva) no Parque Natureza do Azibo. Todos estes são elementos que urge articular através de uma política integrada e estruturada. Só assim será possível criar um mercado turístico apetecível, motivar a fixação da população e captar investimento.
A zona industrial é outra das vertentes estratégicas a explorar e cujo potencial está longe de estar optimizado. Criar postos de trabalho e gerar e riqueza passa inevitavelmente por aí. Sem desenvolvimento económico é impossível ambicionar o resto.
De que forma vai promover as potencialidades do concelho?
É urgente definir um Plano Estratégico de Desenvolvimento sustentado de todo o concelho e o meio rural não pode ser esquecido. É importante repensar os apoios à agricultura e aos agricultores, criar redes que permitam a circulação dentro do concelho e de dentro para fora dos produtos que a terra nos dá, apostar na qualidade e na certificação, enfatizar e rentabilizar o que temos de melhor e levar as pessoas a acreditarem no que é nosso e no que podemos oferecer. Será, definitivamente, uma estratégia pensada pela positiva, capaz de fazer emergir da neblina em que estamos mergulhados, todo o nosso potencial.
Que balanço faz da gestão do PSD à frente da autarquia?
Estes sete anos e meio de gestão PSD foram uma tragédia para o concelho. A política preconizada por este Executivo conduziu à desvalorização drástica do nosso património, à descrença por parte da população, à transformação de ambições válidas em aspirações mesquinhas, à projecção de uma imagem “pequena” de nós próprios, à construção de bloqueios que acabaram por travar a iniciativa privada e a criatividade, e por aí fora…
O que podem esperar os munícipes de Rui Vaz à frente dos destinos de Macedo de Cavaleiros?
Uma liderança enérgica, combativa e inconformada; uma gestão aberta aos contributos de toda a população, honesta e coerente com as suas aspirações. E podem esperar, garantidamente, o máximo empenho de alguém que sempre procurou, em todos os seus projectos, servir a terra de que tanto se orgulha.
Em que aspectos uma gestão socialista pode marcar a diferença?
A gestão socialista já marcou a diferença no passado, com base numa política de progresso, de urbanidade, de igualdade de oportunidades, não pactuando com clientelismos nem favorecimentos. Esta é a oportunidade que o concelho tem de retomar o ciclo de dinamismo e desenvolvimento, de voltar a “nivelar por cima”, de liderar e de sobressair pela positiva, de mostrar do que é capaz, de dar uma oportunidade aos seus valores humanos e materiais.
No seu entender, quais os principais problemas com que se debate o concelho?
São os problemas decorrentes de uma gestão PSD exclusivamente preocupada em gerir os timings eleitorais, consentâneos com uma política pobre em objectivos e propósitos válidos: a desertificação, a falta de poder reivindicativo, a incapacidade de captação de investimento, a inexistência de uma oferta turística concertada e atraente; a redução da visibilidade política face aos concelhos nossos vizinhos, entre outros.
Como avalia a acção do Governo em relação ao distrito de Bragança e em particular ao concelho de Macedo de Cavaleiros?
Este foi o Governo que no pós-25 de Abril mais investimento realizou no distrito de Bragança, em todas as áreas da governação, desde a rede viária, às escolas, passando pela saúde e pelo urbanismo. Esteve nas mãos da autarquia tirar o máximo partido dessa aposta, que definitivamente não soube aplicar a parábola dos talentos à sua acção: a partir da riqueza não soube gerar riqueza mas mesquinhez e limitações. Deram-lhes ferramentas para construir pontes, e eles usaram-nas para criar muros.