O Hospital Duque de Bragança e o Hospital Terra Quente vão ser geridos pela Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU). Este foi o modelo encontrado pelo presidente do grupo CESPU, Almeida Dias, para assegurar a rentabilização dos dois equipamentos que vão nascer e, ao mesmo tempo, a fixação de profissionais na região.
O grupo CESPU vai ser ainda o responsável pela futura Escola Superior de Saúde e Gestão, que nascerá no actual ISLA, integrando o espaço do novo hospital e possibilitando aos alunos a “formação em contexto real de trabalho”.
No entender de Almeida Dias, essa é mesmo a mais-valia deste projecto: “em nenhum momento abandonamos o nosso principal objectivo que é formar profissionais de saúde”.
Apesar do ensino de Medicina estar vedado ao sector privado, o presidente do grupo CESPU acredita que a gestão conjunta dos dois hospitais representa um factor de atractividade para os médicos que assim “têm um mercado mais rico do que se trabalhassem de forma isolada num desses projectos”.
O projecto para a construção do Hospital Duque de Bragança encontra-se, para já, em fase de licenciamento e a sua construção vai iniciar-se após esse período num terreno contíguo ao ISLA, de 20 mil metros quadrados. O investimento ascende aos 20 milhões de euros e visa criar 120 postos de trabalho, directos e indirectos. O capital social é de 1,5 milhões de euros repartidos em 60 por cento da CESPU Serviço de Saúde SA e 40 por cento de investidores privados locais.
A autarquia brigantina apoia o projecto mas apenas em termos institucionais podendo, futuramente, vir a integrar o capital social.
“Não somos accionistas do projecto mas damos o apoio pois a região é carente ao nível dos serviços de saúde”, explicou Jorge Nunes, autarca brigantino.
A CESPU pretende ainda vir a assumir uma posição interventiva na região do Tâmega e Sousa e na Espanha para que, a par com a Trás-os-Montes e Alto Douro e com a região do Cávado e do Ave, seja assegurada dimensão, massa crítica e escala a todo o projecto.
O autarca brigantino considera ainda que o novo hospital Duque de Bragança, assim como a nova Escola de Saúde, não vão colidir com o trabalho das instituições existentes, são antes “projectos de complementariedade”.
Protocolo com Santa Casa assegura Cuidados Continuados
Os promotores do projecto assinaram também um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia em que o grupo CESPU se compromete a criar instalações para os Cuidados Continuados, ficando a gestão a cargo da Santa Casa. São 46 quartos complementados por mais 30 quartos das residências geriátricas e 10 quartos do Lar/Residência, que serão geridos também pela Santa Casa.
O grum
O Hospital Duque de Bragança terá as áreas médicas de Medicina Interna, Cardiologia, Pediatria, Gastrenterologia, Neurologia, Dermo-venerologia, Pneumologia, Psiquiatria e Endocrinologia/Nutrição. A nível das áreas cirúrgicas o hospital estará dotado de Cirurgia Geral, Ortopedia, Urologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Obstetrícia/Ginecologia. Outros áreas que o novo equipamento de saúde contempla são Anestesiologia, Anatomia Patológica, Patologia Clínica, Radiodiagnóstico, Medicina Física e de Reabilitação, Podologia, Psicologia, Terapia da Fala e Medicina Dentária.
O Hospital Duque de Bragança terá ainda duas salas cirúrgicas e uma sala de partos.