O primeiro-ministro, José Sócrates, vai estar hoje em Torre de Moncorvo para visitar as obras da barragem do Baixo Sabor. Recorde-se que as obras estiveram paradas alguns meses devido a uma providência cautelar da Plataforma Sabor Livre, mas o Tribunal acabaria por recusar a mesma.
Construção da barragem está a provocar especulação imobiliária
O início da construção da barragem do Baixo Sabor, em Torre de Moncorvo, e as centenas de trabalhadores que são esperados, até à conclusão dos trabalhos, está a levar à especulação de preços no sector imobiliário.
A construção da barragem do Baixo Sabor está a cargo da empresa Bento Pedroso que, numa primeira fase, poderá ter até 300 trabalhadores no concelho sendo que, até 2011, o número pode aumentar para os mil. Enquanto que os trabalhadores operários ficarão instalados em estaleiros junto à aldeia da Póvoa, os técnicos e administradores terão de procurar casa no concelho de Torre de Moncorvo ou noutros mais próximos, como Vila Nova de Foz Côa ou Vila Flor. Actualmente, no concelho de Moncorvo, os proprietários com casas para arrendar estão a pedir, segundo informações do autarca, valores entre os 600 e 1300 euros, valores idênticos aos que são pedidos em grandes cidades, como o Porto ou Lisboa.
Há já pessoas a procurar arrendar casas em localidades próximas e, segundo contou, o próprio director técnico da obra está a ponderar ir viver para um concelho vizinho.
Empresa ocupa antigo bairro mineiro do Carvalhal
Para “travar” esta situação e as possíveis perdas que a mesma está a acarretar para o concelho moncorvense, com as pessoas a procurar residência e a fazer vida em localidades vizinhas, a Sociedade de Gestão Hoteleira do Douro Superior, da qual a autarquia de Moncorvo faz parte, fez um negócio com a firma Bento Pedroso na qual esta recupera 26 antigas casas do Bairro Mineiro do Carvalhal que depois poderá ocupar até à conclusão dos trabalhos. As casas são propriedade a Sociedade de Gestão Hoteleira do Douro Superior e nunca foram utilizadas. Foram construídas de raiz no final dos anos 80 e nunca foram ocupadas, estando praticamente abandonadas. As casas foram adquiridas pela Sociedade de Gestão Hoteleira do Douro Superior, da qual fazem parte mais seis privados, correspondendo à autarquia 20 por cento, numa escritura formalizada no ano passado. Com este acordo, a Bento Pedroso recupera as casas e no final dos trabalhos de construção da barragem do Baixo Sabor volta a entregá-las à Sociedade de Gestão Hoteleira do Douro Superior. O valor de negócio é de 400 mil euros mas permitirá que os trabalhadores que ali fiquem alojados não tenham a obrigação de pagar qualquer renda.