António Augusto Lopes Rodrigues, fundador da Associação Nacional dos Funcionários das Universidades Portuguesas (ANFUP), faleceu ontem de madrugada, aos 64 anos, vítima de doença prolongada. Depois de abandonar a direcção da ANFUP por motivos de saúde, Lopes Rodrigues, desempenhava funções na actual direcção de presidente da Assembleia-Geral, com Carmelina de Campos Fernandes, da Universidade Nova de Lisboa, a suceder-lhe como presidente da direcção nacional.
Foi um dos membros que, em 1991, criou a ANFUP, associação sem fins lucrativos e apartidária, com sede em Coimbra. «O Lopes era um grande amigo», disse António Luzio Vaz, administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC), visivelmente emocionado com a perda de «um homem justo, solidário, leal, que se dava muito às pessoas».
Já aposentando, Lopes Rodrigues foi chefe de serviço de armazém e stocks dos SASUC, como tal, tinha uma relação muito próxima com Luzio Vaz. «O Lopes hoje não me sai da cabeça», revelou ao Diário de Coimbra, fazendo também a homenagem à esposa do antigo dirigente da ANFUP. Num longo processo de doença, «foi uma grande mulher, amiga, companheira».
Carlos Luzio Vaz, secretário da Universidade de Coimbra, também guarda as «melhores recordações» do antigo dirigente associativo, nomeadamente da altura em que ambos faziam parte da direcção da Casa do Pessoal da Universidade de Coimbra (Lopes Rodrigues, como presidente da direcção, e Luzio Vaz, como presidente da Assembleia-Geral).
«Era uma pessoa muito dinâmica, fez um trabalho muito interessante», recordou, elogiando, igualmente, a missão de Lopes Rodrigues na defesa dos funcionários das universidades portuguesas.
Nestes últimos tempos, mesmo com um estado de saúde debilitado, «ele tinha uma força de vontade muito grande», não se negando a marcar presença nos actos públicos, como por exemplo na tomada de posse da direcção em Outubro passado, destacou.
Lopes Rodrigues foi, em Fevereiro de 2007, homenageado por colegas e personalidades ligadas à vida universitária. «Dá-me a sensação de que é o dia mais pequenino da minha vida. Estão aqui vários reitores de várias universidades, vários colegas meus de todo o país. Não tenho palavras para classificar aquilo que estou a viver neste momento. É um acto que me toca muito», disse, na altura. Lopes Rodrigues acrescentou ainda que «a semente está lançada, tem raízes sólidas e vai continuar a florescer».
Natural do concelho de Vimioso, distrito de Bragança, Lopes Rodrigues afeiçoou-se a Coimbra e à sua Universidade, onde trabalhava desde os anos 70. Era ainda presidente da direcção da associação ANA-Jovem.
Casado com Maria Teresa Rodrigues Palhão Soares Rodrigues, tinha três filhos e residia em S. Martinho do Bispo. O funeral realiza-se hoje, às 14h00, da capela mortuária de S. Martinho do Bispo para o cemitério local.