A unidade hospitalar de Bragança vai iniciar, no primeiro trimestre do próximo ano, o processo de acreditação da qualidade. Este é um processo que visa implementar procedimentos clínicos padronizados a nível europeu, seguindo critérios de estandardização de excelência.
Num primeiro encontro internacional dedicado ao tema, a decorrer em Bragança, Henrique Capelas, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste, revelou que o grande objectivo é ter as três unidades hospitalares, (Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela), acreditas ao nível da qualidade, seguindo processos que se traduzam numa maior segurança relativamente ao risco clínico e numa maior eficiência em todos os procedimentos.
A acreditação da qualidade é um processo complexo e moroso que terá de envolver todos os profissionais e responsáveis de serviços clínicos, sendo que o prazo de implementação será sempre, “no mínimo”, de um ano.
“É um processo muito complexo e que demora sempre, no mínimo, um ano a ser implementado, pois tem a ver, essencialmente, com os processos e procedimentos clínicos. Envolvidos estarão todos os profissionais, com destaque para a área de enfermagem, que é crucial”, apontou Henrique Capelas.
Em causa está a aplicação de 98 critérios, padrões de estandardização de excelência, bem como linhas orientadoras internacionais, que a unidade hospitalar terá de cumprir com sucesso. A avaliação será feita, trimestralmente, por um grupo da qualidade que irá monitorizar o processo e incentivar e apoiar os profissionais envolvidos.
“Os resultados monitorizados terão de ser apresentados e, depois, enviados para a avaliação. No fundo, serão como testes que vamos fazendo de três em três meses e nos quais vamos tirando nota positiva ou negativa”, comparou o presidente do conselho de administração.
Para a população em geral, a acreditação da qualidade será uma forma de garantia de segurança, conforme explicou Henrique Capelas.
“A saúde é muito séria para ser fruto de inspiração. Tudo tem de ser muito exacto e correcto e é por isso que, ao introduzir procedimentos estandardizados, damos uma maior segurança em termos de risco clínico, maior segurança aos utentes e também aos próprios profissionais”.
Este é um processo que representa um investimento significativo para o Centro Hospitalar do Nordeste mas que, no entender de Henrique Capelas, se traduzirá numa melhoria para o bem-estar dos utentes, da organização e dos profissionais.
O presidente do conselho de administração lembrou, ainda, que embora o processo de acreditação da qualidade se inicie apenas no próximo ano, a unidade hospitalar de Bragança tem conseguido lugares cimeiros no ranking da qualidade, emitido pela Escola Nacional de Saúde.
Parcerias com Zamora
As parcerias entre Bragança e Zamora, no âmbito da saúde, são para continuar. Actualmente, o Centro Hospitalar de Zamora e o Centro Hospitalar do Nordeste têm um projecto, no âmbito do Interreg, para o intercâmbio de profissionais.
O Centro Hospitalar de Zamora tem, ainda, um acordo com a Escola Superior de Saúde para o intercâmbio de estagiários na área de Enfermagem, acordo que deverá ser alargado a outras licenciaturas.
Presente no I Congresso de Qualidade, o presidente do Centro Hospitalar de Zamora, Rafael Lopes, notou que ambas as instituições se confrontam com problemas comuns, do ponto de vista sanitário e do ponto de vista dos recursos.
“A única diferença é que em Espanha a gestão é 100 por cento pública, gratuita e universal”, notou.
Mas há outras diferenças. Segundo Rafael Lopes, os hospitais em Espanha são obrigados a cumprir um plano anual de gestão, cujo orçamento nunca pode derrapar daquilo que está previamente definido. Depois, há uma série de pressupostos e objectivos anuais que devem ser cumpridos, sendo que os hospitais são avaliados pelo cumprimento, ou não, desses mesmos objectivos.
A nível da qualidade, Zamora já implementou o processo de acreditação, estando a trabalhar na qualidade de excelência.