O Azeite de Trás-os-Montes (Denominação de Origem Protegida) DOP continua a arrecadar prémios a nível nacional e internacional. Desta vez foi o Azeite Porca de Murça que conseguiu a distinção de um dos melhores azeites do mundo. O Lote 50, da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça arrecadou uma medalha de prata do prestigiado concurso internacional de azeites – “Los Angeles International Olive Oil Competition 2010”, onde estiveram presentes 477 azeites de 318 produtores de todo o mundo.
Também o Azeite João das Barbas, produzido e comercializado por Constança Doutel de Andrade venceu um prémio internacional ao classificar-se no segundo lugar da Categoria Virgem Extra DOP do “Primo Campionato del Mondo Olio Extravergine di Oliva – Expo Shangai 2010”.
A região transmontana está, ainda, representada com nove produtores no Guia Flos Olei 2011, promovido pelo famoso provador de azeite Marco Oreggia, são eles: Maria Constança Doutel de Andrade; Quinta do Crasto; Clemente Meneres, João Pinheiro Paulo; Tetribérica – Agricultura Biológica; Quinta Vale do Conde; Cooperativa de Olivicultores de Valpaços; Hernâni Verdelho; Produção e Comercialização de Vinhos e Azeites Viaz.
Uma presença que é destacada pela Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) que, em comunicado à imprensa, indicam que tal representa “uma enorme responsabilidade” que é preciso continuar a garantir para que o azeite regional e nacional se continue a “credibilizar” nos “mercados que valorizam a credibilidade”.
Os diferentes prémios, internacionais e nacionais, que o Azeite de Trás-os-Montes DOP tem vindo a arrecadar, sobretudo nestes últimos dois anos, são, no entender da AOTAD, “a prova que os olivicultores estão a promover uma nova abordagem empresarial ao olival, adoptando boas práticas de cultivo, antecipando a campanha e entregando a azeitona em boas condições de laboração.
A AOTAD considera que o apoio e a dispersão de informação e a formação do Painel de Provadores de Azeite de Trás-os-Montes “tem sido fundamental para garantir e identificar os lotes de azeite de qualidade superior” e enaltece o trabalho dos embaladores que, gradualmente, “têm assumido o risco e o investimento na certificação DOP, na promoção e presença em concursos internacionais que, ao contrário do que se pensa, não são gratuitos”.
Ainda assim, continuam a existir lacunas que a AOTAD considera “lamentáveis”, desde logo o facto de não existir em Portugal uma “interprofissional do azeite que assuma a valorização e protecção desta qualidade e da fileira”. Também ainda não estão publicadas nem regulamentadas as alterações ao Regulamento CE 1019 que determina a indicação do país de origem nos rótulos de azeite.
Outra das críticas é que a denominação “azeite” seja “designação comercial de azeite refinado misturado com azeite virgem extra” e que “Portugal seja o único país produtor de azeite da Europa que não participa institucionalmente em certames como a “SlowFood” de Turim”.