Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
03 de Novembro de 2010

Um grupo de trabalhadoras de uma empresa de limpeza, contratada ao serviço da câmara de Bragança, alega estar há dois meses sem receber os respectivos salários, estando, também, em falta o subsídio de férias.

A empresa em causa, a Nutrilaxia, foi a ganhadora do concurso público para a limpeza e manutenção de equipamentos municipais e, ao que se conseguiu apurar, o seu contrato com a câmara terminaria em Fevereiro do próximo ano. No entanto, a autarquia decidiu rescindir com a empresa por “incumprimentos contratuais” e, segundo o presidente, Jorge Nunes, em Novembro o serviço será assegurado por uma outra empresa, enquanto que, ao mesmo tempo, irá decorrer o concurso público.

Entretanto, as funcionárias continuam sem saber se vão ou não receber os salários em atraso. Depois de uma reunião com a autarquia, ficaram a saber que a câmara terá sempre cumprido com os pagamentos e com as suas responsabilidade, como confirmou Jorge Nunes.

“A câmara faz sempre os pagamentos a tempo. Uma empresa que presta serviços, presta-os à custa de mão de obra, e temos um cuidado especial a esse nível porque é mão de obra que está em causa, são as famílias, com remunerações muito baixas, muitas vezes”.

As falhas com os pagamentos de salários, no entanto, parecem ter sido uma constante desde Março, conforme contou Silvina Figueiredo.

“Desde o mês de Março que têm falhado com os compromissos. Disseram-nos que era a câmara que não pagava, depois eram as transferências que estavam mal...Já cheguei a ter três e quatro meses de salários em atraso”.

Depois de tentarem, sem sucesso, o contacto com a empresa, algumas das funcionárias decidiram expor o problema à câmara de Bragança.

“Da parte da câmara disseram-nos que sempre cumpriram com a empresa e que não podem assumir a situação. A empresa é que não está a cumprir connosco”, apontou Silvina Figueiredo.

A situação foi confirmada pelo presidente, Jorge Nunes, que afirmou ter já rescindido o contrato, mas por incumprimentos contratuais por parte da empresa.

O autarca diz que “a câmara não tem nenhuma relação contratual com os trabalhadores da empresa” e que não pode intervir em matéria que não  tem “competência”.

“É algo que é da competência da Autoridade das Condições do Trabalho e é aí que o problema tem de ser colocado”.

Silvina Figueiredo confirmou, ainda, que o problema já foi colocado à Autoridade das Condições do Trabalho, que terá ido à sede da empresa, em Lisboa, e que estará, agora, a aguardar que seja entregue alguma documentação.

“Estamos à espera. Não conseguimos respostas concretas”, apontou a funcionária.

Enquanto esperam a resolução do problema, as 33 funcionárias que alegam estar sem receber, continuam a desempenhar o serviço para o qual foram contratadas, conforme confirmaram.

“Continuo a trabalhar, como sempre, mas uma pessoa chega ao final do mês e não tem salário, faz o quê? Temos problemas, claro.”, disse Margarida Ataíde.

Tentamos contactar a empresa em causa, mas foi-nos dito que os responsáveis já não iriam ao local de trabalho há vários dias. Também não nos foi fornecido nenhum outro contacto, excepto o de correio electrónico que veio reencaminhado de volta.

publicado por Lacra às 09:07
Portugal no seu melhor...

O Pobre trabalha, não recebe, os Senhores Patrões que de senhores nada têm estão-se 'nas tintas', e como não há salários não há dinheiro para pôr a justiça (cara, muito cara) a funcionar no intuito de castigar esta cambada de alarvos que existem por todo o País.

Enfim, de nada serve mas deixo a minha solidariedade...

Ben Hur (Judah)
Ben Hur (Judah a 4 de Novembro de 2010 às 11:15
Ora, meu caro amigo, aí é que está o problema...quem não tem dinheiro é como se não tivesse direitos. Atenta que a câmara rescindiu com a empresa por incumprimentos contratuais e não por esta não pagar aos funcionários... É o país que temos...
Lacra a 4 de Novembro de 2010 às 14:30
Olá,

Isto é sem dúvida vergonhoso e muito triste!

Eu trabalhei naquela empresa como Director Comercial, fui eu quem abriu o departamento, investi horas a fio para organizar tudo devidamente, estruturar, planear e definir planos de trabalho, alertei para todos os problemas, disponibilizei-me para ajudar e qual era o feedback por parte do Director Geral?

...

Exacto! Completamente nada, ou tudo, mas que em nada se traduzia na prática.

Como vi que a empresa não merecia o meu esforço, decidi sair logo após três meses e meio.

É igualmente frustrante a minha palavra ter ficado por vezes em causa por inícialmente acreditar nas promesas por parte do Director Geral, que depois transmitia às funcionárias, encarregadas, clientes e inclusive ao Sr. Eng. Jorge Nunes.

É triste que empresas sem nenhuma responsabilidade social não sejam sériamente punidas pois é por estes motivos que o nosso País não desenvolve um pouco mais!

Cumprimentos,
Pedro Lima

PS: Só para fazer resposta ao comentário da rescisão de contrato por parte da Camara. Infelizmente as entidades não podem rescindir contratos por falta de vencimentos para com as funcionárias, caso contrário a empresa já não tinha clientes!
Pedro Lima a 3 de Dezembro de 2010 às 05:21
Carissimos,

Eu não sei quem inseriu o comentário em cima, mas agradeço que o mesmo seja removido o mais rápidamente possível!

Se quiserem confirmar que este é o verdadeiro Pedro Lima, adicionem-me ao MSN: djdrumn@djdrumn.com
Pedro Lima a 3 de Janeiro de 2011 às 15:52
últ. comentários
obrigado Cris:)
Bem vinda :))
Helder Fráguas sofreu a perda da sua companheira, ...
Para mim e para muita gente a volta às adegas para...
Estou habituado na leitura de blogs on line, adoro...
me llamo fedra soy de santa fe argentina tengo 9 ...
Carissimos,Eu não sei quem inseriu o comentário em...
todos os comentários estão disponíveis e vísiveis.
Como faço para ler os outros comentários ? Ou esse...
deixo aqui o meu comentário; por acaso pude apreci...
pesquisar neste blog
 
Novembro 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
13
14
16
26
27
28
blogs SAPO