Dia-a-dia de um distrito rural, doze concelhos e meia dúzia de pequenas cidades encravadas nas montanhas mais a norte de Portugal
29 de Outubro de 2010

O romance “Um Tiro na Bruma”, da autoria de Manuel Cardoso, foi destacado no livro de História de 9º ano, das edições ASA, na secção dedicada aos romances com História. Foram escolhidos três trechos relativos ao ambiente social que se vivia na primeira República, factos que o autor relata partindo de uma base real e de acontecimentos vivenciados por familiares seus.

O destaque de que o seu romance foi alvo, ao ser referenciado, com grande destaque, num livro didáctico, direccionado para alunos do terceiro ciclo, surpreendeu o próprio autor, que teve conhecimento deste facto numa palestra organizada pela Escola Secundária António Granjo, em Chaves, na semana passada.

“Fui convidado a ir a Chaves e fui surpreendido com essa notícia pela Drª Margarida Terra, que me mostrou um placard da biblioteca com o fac-simile da página do livro”, contou Manuel Cardoso, confessando sentir-se “muito emocionado e lisonjeado”.

“Sempre gostei de ser aluno e estar presente, deste modo, no mundo escolar é uma enorme alegria e honra para mim!”

O autor considera que os trechos escolhidos para figurarem no livro escolar descrevem com grande “credibilidade e autenticidade” o que se terá passado nesses anos da 1ª República, reflectindo o dia-a-dia das pessoas que viviam na província.

“Tive um enorme cuidado ao escreve este livro, para que o efeito de propaganda, pró ou contra a República, pró ou contra a Monarquia, não viesse falsear o retrato desse momento vivido pelos nossos avós ou bisavós. Foram momentos muito difíceis para todos eles, monárquicos ou republicanos”, apontou.

“Um Tiro na Bruma” foi o primeiro romance lançado por Manuel Cardoso, em 2007, e aborda, essencialmente, os momentos políticos e sociais que marcaram o início do século XX em Portugal, como seja a implantação da República, em 1910, os golpes de Estado e contra-golpes, a participação portuguesa na 1ª Guerra Mundial, as doenças que dizimaram famílias inteiras. É neste cenário conturbado que se movimenta a figura central da história – Amadeu, médico em Macedo de Cavaleiros, (avô de Manuel Cardoso), e em torno dele gravitam outras personagens da sociedade transmontana. Foi o interesse em conhecer melhor esse período conturbado da História portuguesa, bem como a figura do seu avô que o levaram a iniciar a investigação, como confessou ao Mensageiro.

“Tinha um enorme interesse pelo período da primeira República, um períodos sobre o qual se falava pouco, e pela figura do meu avô, de quem diziam cobras e lagartos na nossa família”, confessou.

Com o decorrer da investigação e sem saber que tudo iria resultar num romance, Manuel Cardoso deparou-se com diferentes “verdades” entre o que descobria e aquilo que lhe tinham dito. O resultado é um conjunto de “imagens quase palpáveis de acontecimentos vividos intensamente em Trás-os-Montes e em Portugal, há uma centena de anos atrás”.

Médico veterinário de profissão, a sua estreia na literatura não podia ser melhor. Além de ter já publicado um outro romance, “O Segredo da Fonte Queimada”, Manuel Cardoso vê agora o seu primeiro livro consagrado no contexto educativo.

“O meu objectivo foi proporcionar, a quem ler, um mergulho na época, uma viagem no tempo que lhe permita viver, sob o ponto de vista emotivo e participativo, os momentos e acontecimentos protagonizados pelos personagens”, apontou.

“Um Tiro na Bruma” é um livro que o autor aconselha a “todos os que se interessem em saber como se viveu em Trás-os-Montes um dos períodos mais difíceis da nossa história recente. A todos os que, como eu, achem que a História de Portugal não é protagonizada apenas em Lisboa ou por figuras de primeiro plano, mas que a mesma é vivida por todos nós, no nosso dia-a-dia, na nossa história pessoal, no nosso amor à vida”.

Manuel Cardoso considera ainda que foi “o amor à vida, no meio das dificuldades, que permitiu ao nossos bisavós e avós ultrapassar todo esse tempo” e, por isso, deixa o conselho: “descobrir o amor à vida, no meio de uma desorientada e difícil, é um bom motivo para, nos dias de hoje, aconselhar a ler um livro como este.

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