Uma semana após ratificar a proposta do director do serviço de cirurgia de transferir o cirurgião que estava de prevenção em Mirandela, para a UMC de Bragança, a administração do Centro Hospitalar do Nordeste não aguentou a forte contestação e uma ameaça de manifestação.
"Vale sempre a pena lutar". É assim que o presidente a câmara de Mirandela reage à carta enviada pela administração do CHN que garante "não estar em causa o encerramento da UMC de Mirandela" e que "haverá sempre dois médicos cirurgiões para fazer face às necessidades", revela a missiva do Conselho de Administração.
Para além disso, a equipa liderada por Henrique Capelas promete "desenvolver esforços no sentido de dotar todos os serviços e valências hospitalares de profissionais de saúde conforme o previsto no despacho 5414/2008 que classifica as urgências médico-cirúrgicas e com o protocolo celebrado entre a ARS Norte e o município de Mirandela, em 2007", acrescenta a carta.
É o resultado de uma reunião entre o autarca de Mirandela e o presidente da administração do CHN, na sequência de uma semana intensa de contestação à intenção de praticamente desactivar a urgência médico-cirúrgica (UMC) do hospital daquele concelho, como foi proposto pelo director daquele departamento.
Perante isto, o autarca social-democrata já tinha agendado uma manifestação de protesto para o próximo dia 28 de Outubro, quando a administração revelou a intenção de recuar nesta decisão, mas José Silvano preferiu esperar pelo documento assinado com as garantias exigidas.
"Estão alteradas as condições que levariam à manifestação, pelo que este protesto já não se justifica", explica o edil. Já a administração não prestou declarações sobre o assunto, alegando que tudo está explicado na carta enviada a José Silvano.
Recorde-se que a UMC de Mirandela foi desactivada no início do Verão. Na altura, apontava-se apenas para uma solução provisória, durante as férias do pessoal médico. No entanto, no início deste mês, o director do serviço de cirurgia, António Ferrão, apresentou a proposta do departamento de cirurgia, de transferir o cirurgião que estava de prevenção em Mirandela, das 14 às 24 horas, para a urgência médico-cirúrgica de Bragança e dessa forma transformar aquela urgência num mero serviço de atendimento que, em caso de necessidade de intervenção cirúrgica teria do doente ser transferido para Bragança.
O director do serviço de Cirurgia do CHN justifica a decisão devido à "falta de condições" do serviço em Mirandela. Na semana passada, o presidente da administração do CHN ratificou esta proposta, mas, uma semana depois, decidiu não aceitar tal proposta.
Fonte: JN