Os doentes do foro oncológico continuam, na maioria dos casos, a ser reencaminhados para o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO) quando, muitos deles, poderiam ser atendidos no Centro Hospitalar do Nordeste. António Ferrão, director do Serviço de Cirurgia do Centro Hospitalar, lamenta que muitos médicos continuem a indicar o IPO doentes que poderiam ser tratados no distrito.
“Infelizmente ainda não conseguimos atingir a população toda”, assumiu, apontando que é preciso “ultrapassar o velho conceito de que este hospital não presta e no Porto é que as pessoas são bem tratadas”. No entender do responsável, este “preconceito” ainda é “muito corrente”, com prejuízo para os doentes.
As reestruturações ao nível da cirurgia, com a aposta na cirurgia de ambulatório e nas inovações tecnológicas, fazem com que, hoje em dia, o Centro Hospitalar tenha capacidade para dar uma resposta “mais eficiente” aos doentes do foro oncológico, e não só.
“Criamos a Unidade da Mama, em Mirandela, e fazemos coisas que antes não fazíamos”, apontou, garantindo que ao doente é dada “a mesma qualidade de tratamento cirúrgico, com maior vantagem e qualidade”.
António Ferrão refere ainda que muitas das cirurgias, das diferentes especialidades, podem hoje ser feitas em regime de ambulatório, com recurso a técnicas não invasivas. Isto permite que o doente dê entrada no hospital e saia no mesmo dia ou no dia seguinte.
Segundo apontou, 70 por cento das pessoas que necessitam de ir ao hospital para ser operadas, fazem-no já em regime de ambulatório, na unidade centrada em Mirandela, mas, mesmo assim, ainda é preciso aumentar estes números.
“Ainda temos muito trabalho a fazer, não só no que diz respeito à cirurgia geral, mas também nas outras especialidades”.
publicado por Lacra às 10:00