O PSD de Alfândega da Fé acusa o executivo municipal de ter feito disparar as dívidas da empresa municipal Alfandegatur, a gestora do Hotel Spa, localizado na Serra de Bornes.
Segundo Artur Aragão, da estrutura laranja, nos últimos cinco meses o prejuízo já atingiu valores superiores ao de todo o ano de 2009, em que o saldo negativo foi de 202 mil euros, ainda assim menor que nos anos anteriores.
“A empresa aproximava-se do ponto de equilíbrio mas as dívidas dispararam, em cinco meses”, contou, apontando o dedo à contratação de mais pessoas e ao finalizar dos programas que complementavam a oferta turística daquele espaço.
“Tememos que a Alfandegatur volte a entrar no ponto de ruptura”, disse, aconselhando o executivo a mudar o “sistema de gestão” sob pena de caminhar para “o descalabro total”.
“Ao acabar com os programas turísticos, diminuiu a procura, reduziu a taxa de ocupação e, ao mesmo tempo, aumento o número de funcionários de 31 para 46. Logicamente que vai dar mau prejuízo”, acusou.
Artur Aragão alega ainda que, no passado, o anterior executivo realizou investimento no espaço do Hotel Spa na tentativa de levar a empresa municipal ao equilíbrio financeiro, viabilizando-a e garantindo os postos de trabalho. Por isso, o social-democrata não entende que, agora, o executivo do PS queira vender a Alfandegatur a privados.
“Nós somos contra a venda. Promoveu-se o concelho à custa da Alfandegatur e receio que se vier uma entidade privada essa promoção acabe e que sejam colocados em causa os postos de trabalho”, apontou.
Além disso, segundo Artur Aragão, o SPA não pode ser vendido conjuntamente com a Alfandegatur pois pertence à câmara e não à empresa municipal. O responsável laranja entende, por isso, que é preciso ter alguma cautela.
“E se um dia, por alguma razão, os privados fecham as portas? O que se vai fazer ao SPA?”, questionou, aconselhando o município a ficar com alguma percentagem na empresa, caso venha mesmo a concretizar a venda a privados.
“Ao menos se as coisas correram mal, que tenhamos a possibilidade de deitar-lhe novamente a mão”, considerou Artur Aragão, lembrando que a empresa municipal foi constituída pelo PS e que, ao longo dos anos, ali foi investido muito capital.
O Hotel Spa, gerido pela Alfandegatur, no ano passado, em Agosto, teve uma taxa de ocupação de 93 por cento, “caso único no país”. Artur Aragão revelou ainda que a taxa de ocupação média rondou os 77 por cento e que a facturação foi superior a um milhão de euros, pese embora se mantivesse o prejuízo, na ordem dos 200 mil euros.