“Desde há cerca de trinta anos que Graça Morais vai registando essas imagens, não apenas num intuito quase antropológico de apresentar e preservar uma tradição, mas sim em permanente evocação, fixando momentos significantes do passado e da infância da pintora”, escreve Sílvia Chicó no catálogo de apresentação.
Na escolha das obras, Graça Morais pretendeu homenagear o pintor Júlio Pomar, artista convidado a expor no Centro de Arte até 17 de Outubro, e fê-lo ao levar obras ligadas ao desenho.
“O Júlio Pomar é um grande desenhador e eu também gosto muito do desenho”, confidenciou, apontando que o desenho é fundamental na sua arte.
As peças escolhidas são “especiais e fortes” e nelas, muitas vezes, confunde-se a imagem da mãe com a imagem da artista. Noutros são as mulheres transmontanas, o universo feminino ligado à ruralidade, ou a homenagem de Graça Morais às mulheres da sua terra, Vieiro (Vila Flor).
Nascida em Trás-os-Montes, a pintora, uma das artistas mais consagradas a nível nacional e internacional, faz questão de voltar sempre à terra onde nasceu e de valorizar a mesma, nomeadamente através das obras que continua a trazer a Bragança.
A partir de 17 de Outubro, a pintora muda novamente as suas salas de exposição, mostrando a todo o público outras obras da sua prolifica produção artística.
Paralelamente, o Centro receberá o pintor espanhol Santiago Ydanez que está, actualmente, a preparar uma exposição inspirada nos Caretos transmontanos das festas tradicionais dos Rapazes.