Numa altura em que está obrigado à contenção de custos e à redução da despesa, o Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) contratou o presidente do Núcleo Empresarial de Bragança para o recém-criado Gabinete de Risco.
Uma contratação que está a causar polémica.
A contratação de Rui Vaz, candidato derrotado do PS às eleições para a Câmara de Macedo de Cavaleiros, aconteceu dias antes de a ministra da Saúde proibir as contratações por parte dos hospitais com a despesa no vermelho, como é o caso do Centro Hospitalar do Nordeste.
Rui Vaz licenciou-se recentemente em Psicossociologia das Organizações e foi contratado por um ano para chefiar o recém-criado Gabinete de Risco. “Está integrado no Gabinete da Qualidade e eu integro a equipa que tem a incumbência de fazer a gestão do risco” explica.
O até aqui empresário vai, também, manter-se à frente do NERBA, o Núcleo Empresarial da Região de Bragança. “Não se trata de acumular nem de abdicar por uma razão muito simples: eu sou presidente do NERBA porque represento uma empresa, o associativismo não remunerado é perfeitamente conciliável com as funções que exerço, portanto, não vou abdicar e cumprir a minha missão levando o mandato até ao fim” garante.
Uma contratação que está a criar polémica, sobretudo pela ausência de concurso público, e que, segundo foi possível apurar, não foi bem vista por alguns quadrantes da Federação Distrital do PS.
A Administração do CHNE mandou dizer que “foram cumpridos integralmente os procedimentos normais para este tipo de contratação a prazo”, mas a verdade é que não houve um verdadeiro processo concursal.
Rui Vaz prefere evitar polémicas. “Neste momento eu sou um técnico superior, fui incumbido desta função que estou a exercer” refere. Relativamente ao plano de risco do CHNE “está a ser bem feito e sinto-me à altura para levar por diante esta tarefa”.
Curiosamente, o plano de risco do CHNE já vinha sendo implementado há mais de um ano.
Já se realizaram, inclusivamente, vários simulacros nos três hospitais do distrito de Bragança que serviram de teste precisamente a esse plano de risco.
Fontes ligadas ao PS e ouvidas pela Brigantia, admitem que esta contratação poderá ter sido solicitada por Mota Andrade, presidente da Federação Distrital do PS, como forma de premiar a prestação de Rui Vaz nas recentes eleições autárquicas.
Contactado pela Brigantia Mota Andrade recusou prestar declarações sobre o assunto por considera que não é uma matéria da sua competência.
Fonte: Brigantia