A nutricionista Elsa Feliciano explica por que motivo os vegetais devem fazer parte da nossa alimentação diária e elucidar sobre o que temos / podemos fazer para garantir o consumo das doses recomendadas, 3-5 doses de vegetais por dia.
As ervilhas são ricas em ácido fólico. Os espinafres são apreciados devido ao elevado teor de quercitina, um fitoquímico com propriedades antioxidantes. Em comum os vegetais têm o facto de serem muito nutritivos e cheios de vitaminas, quando consumidos ou conservados pouco tempo após a sua colheita
Todos sabemos o bem que o consumo regular de vegetais faz ao organismo. Regularizam os intestinos, reforçam o sistema imunitário, ajudam a reduzir o mau colesterol… No seu todo constituem uma fonte natural de fibras, vitaminas (A, do complexo B, C, E), sais minerais e antioxidantes. Individualmente, cada vegetal tem propriedades nutricionais únicas. Por isso se aconselha o consumo regular e variado de forma a tirar partido de todos os seus benefícios nutricionais. Para além de todas estas vantagens, o facto de terem poucas calorias fazem destes alimentos uma opção saudável e colorida que se traduz em benefícios imediatos para a saúde. Já para não falar nas vitaminas, essenciais em inúmeras funções metabólicas, tais como a libertação e utilização da energia.
O problema é que a falta de tempo para ir às compras acaba por afastar estes alimentos da mesa dos portugueses, já que muitas famílias esquecem-se da alternativa dos vegetais congelados. E por que são boa opção? Quando colhidos e congelados em poucas horas, os vegetais congelados conseguem preservar uma maior quantidade de nutrientes, nomeadamente de vitaminas, nutrientes muito sensíveis que importa preservar. Tal como acontece com outros alimentos, a conservação a baixas temperaturas garante a qualidade, sabor e frescura dos vegetais durante mais tempo, e a possibilidade de consumi-los em qualquer momento.
À MESA… COM AS VITAMINAS!
No caso dos vegetais verdes-escuros, como os brócolos e os espinafres, a congelação permite fixar até 80% da quantidade de vitamina C. No caso do feijão verde, a retenção pode ir até aos 100%, quando comparados com os produtos frescos expostos nas bancas dos mercados. O mesmo se passa nos alimentos que contêm beta-caroteno (caso das cenouras, abóbora), em que a percentagem de provitamina A retida é também superior nos vegetais congelados, quando comparado com os produtos frescos. Ou seja, se o vegetal tiver sido congelado poucas horas depois se ter sido colhido, consegue garantir a preservação dos seus nutrientes.
E porquê? Desde que são colhidos, os vegetais frescos são expostos a inúmeros factores externos - luz, humidade, temperaturas - que interferem com a composição do alimento, conduzindo à perda gradual de alguns nutrientes, em especial as vitaminas. Isto significa que quando efectivamente os confeccionamos, podemos já não estar a usufruir de toda a sua riqueza nutricional.
Por outro lado, está também comprovado que, mesmo quando comprados frescos, os vegetais não são consumidos de imediato e acabam por ficar, vários dias no frigorífico antes de serem consumidos. Por cada minuto, hora ou dia que passa desde o momento que são apanhados até serem consumidos, os vegetais perdem nutrientes, ficando bastante empobrecidos. É o caso das vitaminas, em especial a vitamina C, hipersensível a todos estes factores ambientais, que começa a “perder-se” logo no momento da colheita. A vitamina C acaba por ser um indicador da frescura dos vegetais e uma referência relativamente aos outros nutrientes.
EXPLOSÃO DE SABOR E DE SAÚDE
Os vegetais são alimentos que ficam bem em qualquer lugar. Ou seja, permitem inúmeras combinações saborosas com o peixe, a carne, as massas ou as saladas. Se se cumprirem as recomendações nutricionais, que apontam para a ingestão de cinco peças de vegetais, por dia, percebemos que a ingestão de 3-5 doses de vegetais não atinge sequer as 100kcal. Muito pouco se pensarmos nas mais-valias para a sua saúde, por isso se afirma que os vegetais são alimentos de grande densidade nutricional.
Então, quais as vantagens dos vegetais congelados quando comparado com os produtos frescos ou refrigerados?
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- Os vegetais são colhidos apenas quando estão maduros, evitando que o alimento amadureça à força;
- Imediatamente após a colheita, os vegetais são limpos, escaldados e congelados de forma a preservarem a maior quantidade de nutrientes
- Podem ser consumidos em qualquer momento, com a frescura e sabor que teriam quando acabados de colher;
- O processo de congelação, desde que executado poucas horas após a colheita, retarda a perda dos nutrientes e a acção nefasta de microorganismo;
- Sem aditivos para garantir a sua conservação;
- Possibilidade de ter sempre disponíveis vegetais fora de época;
- Fáceis de preparar (já estão prontos a cozinhar);
- Ocupam menos espaço no frigorífico;
Como vê, não há motivo para não os consumir mais vezes! E não se esqueça, é na variedade e na cor que estão os benefícios para a sua saúde.
Texto da autoria da nutricionista Elsa Feliciano