Uma avaria no frigorífico central da farmácia da unidade de saúde de Mirandela do Centro Hospitalar do Nordeste (CHN) acabou por danificar a maioria dos medicamentos que estavam no interior, que necessitam de uma temperatura constante inferior a oito graus.
A avaria registou-se no passado sábado de manhã, apurou o Mensageiro, e como os dois técnicos especialistas daquela unidade não estão a fazer prevenção, desde o início de Março (ver caixa), foram chamados dois electricistas da unidade de Bragança, do mesmo CHN, para tentar resolver o problema.
No entanto, a situação só acabou por ser regularizada na segunda-feira de manhã, pelos técnicos especialistas da unidade de Mirandela quando iniciavam o seu horário laboral, confirma uma fonte hospitalar.
O procedimento acabou por ser simples, com o recurso a dois frigoríficos de reserva que foram colocados à disposição dos responsáveis pela farmácia para transferir os medicamentos. No entanto, a maioria deles já não estava em condições de ser fornecidos ou ministrados aos doentes daquela unidade. O prejuízo deve rondar os 25 mil euros, garante a mesma fonte.
Confrontada com esta situação, fonte do gabinete de comunicação da administração do CHN confirma a avaria, mas apresenta uma versão diferente. “Os técnicos tomaram todas as medidas de prevenção na altura e transferiram os medicamentos para outros frigoríficos, sendo que alguns já denotavam estar alterados e foram retirados”, avança.
A mesma fonte adianta que a responsável pela farmácia está a elaborar um relatório para avaliar a dimensão dos estragos e não confirma que o prejuízo seja de 25 mil euros.
Sem técnicos de prevenção
Este é mais um dos vários casos que têm vindo a acontecer no hospital de Mirandela, desde o início de Março, altura em que os técnicos informaram a administração que não aceitam estar de prevenção durante a noite e ao fim de semana, revoltados com a decisão unilateral de reduzir os suplementos nocturnos.
Há um mês, o laboratório de análises esteve sem energia eléctrica durante dez horas. Houve a necessidade de transportar para a unidade de Bragança vários frascos de análises para conhecer os respectivos resultados. A situação só foi normalizada, no dia seguinte, na altura em que os técnicos se preparavam para iniciar mais um dia de trabalho.
Segundo apuramos, os dois técnicos especialistas da unidade de Mirandela recebiam cerca de 18 mil euros anuais pelo trabalho de prevenção, valor bem inferior aos 25 mil euros de prejuízo causado por esta avaria, em apenas um fim-de-semana.
Fonte: Mensageiro Notícias