O documentário "Pare, Escute, Olhe", que retrata o isolamento das pequenas povoações de Trás-os-Montes, vai estar em exibição em Lisboa no complexo de filmes da ZON/Lusomundo nas Amoreiras, na New Line Cinema de Alvalade, e na ZON/Lusomundo do Parque Nascente do Porto.
"Pare, Escute, Olhe" estreou em Outubro do ano passado nos festivais DocLisboa, onde conquistou os prémios de Melhor Documentário Português e de Melhor Montagem, e também no Cine Eco, em Seia, onde arrecadou o Grande Prémio do Ambiente, Grande Prémio da Lusofonia, e Prémio Especial da Juventude.
O rio Tua nasce a cerca de dois quilómetros acima da cidade de Mirandela, na junção dos rios Rabaçal e Tuela, e a linha ferroviária do Tua ligava inicialmente a foz à cidade de Bragança.
A ligação entre Bragança e Mirandela foi desactivada em Dezembro de 1991, e o realizador quis mostrar como «essa sentença acentuou as assimetrias entre o Litoral e o Interior de Portugal», como explicou e entrevista à agência Lusa pouco antes da estreia.
O documentário mostra as sucessivas promessas políticas para o apoio ao desenvolvimento da região, o mau estado da linha ferroviária, os acidentes, e a vida das populações locais servidas pelo centenário caminho de ferro.
Concluído em 2009, o filme - criado pelo mesmo realizador do também premiado documentário "Ainda há Pastores?" (2005) - tem como objectivo «pôr o tema do Tua na ordem do dia».
Para Jorge Pelicano, este filme é «uma metáfora» para o despovoamento e a desertificação do interior do país.
Fonte: TSF