“O país quer saber se vai poder contar ou não com o PSD. Temos o primeiro-ministro mais descredibilizado de sempre e um actual Governo que não tem uma única bandeira, governa olhando à costa, com medo de eleições”.
Na passagem por Bragança, ontem, em mais um dia de campanha, o candidato não poupou críticas ao Governo por querer discutir e votar o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) um dia antes das eleições do PSD – agendadas para dia 26 de Março.
Passos Coelho assume que gostaria que o PSD não votasse favoravelmente, a não ser que o documento venha a ser alterado. Em causa está o aumento da carga fiscal para garantir um défice não superior a três por cento e a “falta de medidas para favorecer o crescimento da economia”.
“Precisamos que a na redução do défice, os custos e sacrifícios sejam repartidos por todos os portugueses, não deixando o Estado de fora. O Estado precisa de emagrecer a despesa pública e favorecer o retorno do investimento. Sem estas duas componentes não podemos votar favoravelmente”, defendeu.
Ainda assim, o candidato deixa claro que o PSD não está com “pressa” de chegar ao Governo, desde que o Governo “assuma as suas responsabilidades e governe o país”.
“O nosso objectivo não é derrubar o Governo, mas se este Governo quiser deixar o país a apodrecer, não andaremos com ninguém ao colo nem às costas”.
O candidato defendeu ainda que, a nível interno, “é preciso mudar alguma coisa no partido”. Dirigindo-se aos militantes criticou o tratamento “desrespeitoso” que tem sido dado ao “aparelho”, defendendo que o PSD se deve apoiar nos militantes, “nos que não baixam os braços e fazem o contacto com o partido e com a sociedade”.
Passos Coelho visitou ainda as obras do IP2, em Macedo de Cavaleiros, obras que considera que “deviam estar feitas há 15 anos”. O candidato terminou o dia em “casa”, no distrito de Vila Real.