Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo dialoga com munícipes através de rádio local. Aires Ferreira afirma que não há risco de propaganda uma vez que não pode recandidatar-se a novo mandato.
O rádio sintonizado em 95.9 FM debita uma canção com uns bons 40 anos. É rock dos Procol Harum. Um dos grupos preferidos do apresentador do programa, que, antes do fim do tema, atalha: "E agora vou contar--vos a história deste grupo, cujo maior êxito é 'A whiter shade of Pale'. É o disco que vai tocar a seguir". O locutor convidava os ouvintes a uma viagem no tempo e a recordar, quiçá, bons momentos ao som daquele "slow". E assim recordou também o próprio locutor, Fernando Aires Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo há 24 anos.
Agora também é radialista, assinando o programa quinzenal que, desde 13 de Fevereiro, tem na estação de rádio local, aos sábados, das 11.00 às 12.00 horas. "Acho que é divertido, e como não posso voltar a candidatar-me o programa não tem uma carga de propaganda".
À hora que os Procol Harum passaram na Rádio Torre de Moncorvo, já Aires Ferreira tinha esgotado meia hora de entrevista com o candidato derrotado às eleições para a Direcção da cooperativa local da amêndoa. "No próximo programa, será com a vencedora", clarifica o autarca, notando que vai tentar ter sempre um entrevistado em estúdio.
Depois de tocar três canções da sua colecção particular, grandes sucessos do seu tempo de juventude, Aires Ferreira abriu um período para esclarecer dúvidas dos ouvintes. "Vamos, então, à primeira questão", propõe. Segue-se o som telefónico pré-gravado de uma munícipe preocupada com a necessidade de um parque de lazer no concelho. Mais um morador na localidade de Felgueiras que quer saber mais dos benefícios que o concelho vai ter com a instalação de um parque eólico. E ainda outro ralado com a criação de um centro de artes. O autarca responde a todas. "Confesso que estas perguntas foram fáceis", sorri Aires Ferreira. E só eram estas três? "Sim, sim, não há censura (risos)". Este espaço aberto aos munícipes surgiu pela necessidade de "envolver os cidadãos no planeamento do desenvolvimento do concelho".