Centenas de pessoas marcaram presença, ontem, na marcha silenciosa em solidariedade com a família do Leandro, o menino de 12 anos que está desaparecido nas águas do rio Tua, há uma semana.
Uma caminhada pelo mesmo percurso efectuado pela criança, entre a escola e a margem direita do rio.
Os pais também estiveram presentes e não esconderam a revolta para com a direcção da escola.
Amália Pires e Armindo Pires, os pais do pequeno Leandro, estão indignados com a direcção do agrupamento da escola Luciano Cordeiro.
“A escola ainda não teve uma palavra para nos dar, nunca nos disse nada” refere a mãe. “A única pessoa da escola que entrou em contacto connosco foi a directora de turma dele que me telefonou quinta-feira à noite, talvez de casa dela, a dizer que se eu precisasse de alguma coisa que estava pronta a ajudar”.
Nas primeiras declarações à comunicação social, os pais de Leandro não têm dúvidas em apontar o dedo à falta de segurança da escola.
“A escola devia ter aqui segurança. Se assim fosse o meu filho não estaria no rio” afirma Amália Pires. “Eu sempre disse que não os deixassem sair” acrescenta.
“Esta escola é muito ruim” considera, não só ao nível de segurança, mas também porque “não tem pessoas competentes para estar aí dentro”.
Tal como já tinha sido divulgado, Amália Pires confirma que o Leandro foi agredido, em Dezembro de 2008 e teve de ser internado no hospital.
Nessa altura, a mãe diz ter comunicado o caso à direcção da escola, mas nada foi feito.
“O meu filho já tinha estado no hospital por causa de uma data que lhe deram” confirma. “Eu vim à escola e o conselho executivo disse-me que por ter sido fora da escola não tinha nada a ver com o assunto” revela.
Amélia Pires conta ainda que o filho “não dizia nada em casa a não ser quando foi para o hospital”. “Ultimamente ele não tinha dito nada, mas o irmão e os primos é que dizem que ele era agredido quase todos os dias” adianta.
Balões coloridos, flores, velas, fotografias do Leandro e cartazes com muitas críticas à escola tudo serviu para simbolizar a solidariedade para com a família.
Entretanto, espera-se que hoje fique concluído o inquérito instaurado pelo Ministério da Educação, enquanto a PSP deve concluir, amanhã, o inquérito judicial que posteriormente será entregue ao Procurador do Ministério Público para as conclusões.
Fonte: Brigantia/ Escrito por CIR